ÉTICA NO JORNALISMO DIGITAL
Por: Claudia Magnólia de Almeida Freitas
Em 17 de julho de 2007, através dos portais jornalísticos, o Brasil pôde acompanhar em tempo real as notícias do acidente com o vôo 3054 da TAM, consagrado como maior acidente aéreo brasileiro. A cobertura, que proporcionou notícias minuto a minuto, abriu espaço para a discussão do jornalismo digital, uma vez que as informações instantâneas percorrem caminhos nem sempre seguros, esbarrando por vezes na ética jornalística do compromisso com a apuração da veracidade da notícia.
Comparado a outros desastres amplamente cobertos pela mídia digital, como o ataque de 11 de Setembro e o acidente com o Boeing 737-800 da Gol, os principais portais de notícias do país, a exemplo do G1, UOL, Folha Online, Estadão, Terra e iG , demonstraram um amadurecimento na cobertura jornalística. Poucos instantes após a tragédia com o airbus da Tam, novos conteúdos eram disponibilizados por minuto, índice inalcançável aos demais meios de comunicação. Os diversos meios que podem ser utilizados pelo jornalismo on-line foram explorados, a exemplo dos infográficos que começaram a surgir nos sites algumas horas após o acidente. Além deste, recursos multimídia foram disponibilizados e a interatividade foi também um ponto marcante, pois os convites às colaborações dos internautas foram insistentemente explorados.
Contar com a colaboração dos internautas é uma excelente estratégia, ajuda a enriquecer a cobertura, além de provocar no leitor uma sensação de parte integrante do site de notícias que ele acessa. O Jornalismo Digital é a junção entre comunicação massiva e interatividade. Há pouco tempo, a dissociação entre massivo e interativo era clara no âmbito da comunicação. Uma coisa ou outra. A televisão, o rádio, as mídias impressas são massivas, porém não interativas. O jornalismo na Internet é, no entanto, massivo e interativo. Essa característica da web pode e deve ser explorada, entretanto, não podem ser esquecidas as lições básicas de se checar as informações enviadas. A pressa leva a graves deslizes éticos.
Não foi difícil verificar informações equivocadas, dados publicados sem a devida apuração ou o uso de informações falsas enviadas pelos internautas, igualmente sem a devida verificação. Um bom exemplo foi o portal UOL, maior da América Latina, que, no mesmo dia do acidente publicou uma fotomontagem enviada por um usuário como se fosse verdadeira e só após comentários dos próprios internautas, realizaram análises e descobriram que realmente se tratava de uma montagem, retirando-a do ar. No jornalismo digital, o tempo é o grande capataz da apuração, pois se tornou quase uma unanimidade achar que a matéria publicada na internet pode vir cheia de erros. Tudo é perdoado em virtude do pouco tempo de edição. O relato mais importante de uma notícia na internet é a própria notícia, se o leitor quiser aprofundar-se, precisará utilizar os recursos de hipermídia e avançar sobre o tema em outros links correlatos. No entanto, essa informação esbarra no código de ética dos jornalistas, uma vez que o artigo 4º do Capitulo II, é claro: “o compromisso fundamental do jornalista é com a veracidade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”.
As primeiras informações sobre a explosão do airbus da TAM foram publicadas logo após as 19h do dia 17. No site do G1, uma notícia publicada às 19h14, dizia que o avião havia se chocado contra um hangar e contra um “depósito de combustíveis”. Na mesma notícia, falava-se que “ainda não se sabe se o avião taxeava (sic) na pista. A assessoria da TAM ainda não tem informações sobre vítimas. A Infraero também ainda não tem detalhes sobre o acidente”. A informação foi rápida, porém imprecisa. É importante salientar que conteúdo tornou-se a palavra da moda nos tempos da ploriferação de sites. E não foi a toa: é em busca dele que as pessoas acessam a maioria dos sites.
Os elementos que compõem o conteúdo on-line vão muito além dos tradicionalmente utilizados na cobertura impressa como textos, fotos e gráficos. O jornalismo digital compreende todos os noticiários, sites e produtos que nasceram diretamente na web. O jornalismo digital, que surgiu no Brasil em 1995, vem caminhando a largos passos e conquistando um espaço cada vez mais significativo, sendo hoje um dos principais meios de informação de boa parte da população brasileira. Mas apesar de uma notória e crescente melhoria na qualidade informativa dos principais portais, muitos erros continuam sendo cometidos, pondo em cheque a tão discutida e necessária ética jornalística.
>>>ReferênciaComparado a outros desastres amplamente cobertos pela mídia digital, como o ataque de 11 de Setembro e o acidente com o Boeing 737-800 da Gol, os principais portais de notícias do país, a exemplo do G1, UOL, Folha Online, Estadão, Terra e iG , demonstraram um amadurecimento na cobertura jornalística. Poucos instantes após a tragédia com o airbus da Tam, novos conteúdos eram disponibilizados por minuto, índice inalcançável aos demais meios de comunicação. Os diversos meios que podem ser utilizados pelo jornalismo on-line foram explorados, a exemplo dos infográficos que começaram a surgir nos sites algumas horas após o acidente. Além deste, recursos multimídia foram disponibilizados e a interatividade foi também um ponto marcante, pois os convites às colaborações dos internautas foram insistentemente explorados.
Contar com a colaboração dos internautas é uma excelente estratégia, ajuda a enriquecer a cobertura, além de provocar no leitor uma sensação de parte integrante do site de notícias que ele acessa. O Jornalismo Digital é a junção entre comunicação massiva e interatividade. Há pouco tempo, a dissociação entre massivo e interativo era clara no âmbito da comunicação. Uma coisa ou outra. A televisão, o rádio, as mídias impressas são massivas, porém não interativas. O jornalismo na Internet é, no entanto, massivo e interativo. Essa característica da web pode e deve ser explorada, entretanto, não podem ser esquecidas as lições básicas de se checar as informações enviadas. A pressa leva a graves deslizes éticos.
Não foi difícil verificar informações equivocadas, dados publicados sem a devida apuração ou o uso de informações falsas enviadas pelos internautas, igualmente sem a devida verificação. Um bom exemplo foi o portal UOL, maior da América Latina, que, no mesmo dia do acidente publicou uma fotomontagem enviada por um usuário como se fosse verdadeira e só após comentários dos próprios internautas, realizaram análises e descobriram que realmente se tratava de uma montagem, retirando-a do ar. No jornalismo digital, o tempo é o grande capataz da apuração, pois se tornou quase uma unanimidade achar que a matéria publicada na internet pode vir cheia de erros. Tudo é perdoado em virtude do pouco tempo de edição. O relato mais importante de uma notícia na internet é a própria notícia, se o leitor quiser aprofundar-se, precisará utilizar os recursos de hipermídia e avançar sobre o tema em outros links correlatos. No entanto, essa informação esbarra no código de ética dos jornalistas, uma vez que o artigo 4º do Capitulo II, é claro: “o compromisso fundamental do jornalista é com a veracidade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”.
As primeiras informações sobre a explosão do airbus da TAM foram publicadas logo após as 19h do dia 17. No site do G1, uma notícia publicada às 19h14, dizia que o avião havia se chocado contra um hangar e contra um “depósito de combustíveis”. Na mesma notícia, falava-se que “ainda não se sabe se o avião taxeava (sic) na pista. A assessoria da TAM ainda não tem informações sobre vítimas. A Infraero também ainda não tem detalhes sobre o acidente”. A informação foi rápida, porém imprecisa. É importante salientar que conteúdo tornou-se a palavra da moda nos tempos da ploriferação de sites. E não foi a toa: é em busca dele que as pessoas acessam a maioria dos sites.
Os elementos que compõem o conteúdo on-line vão muito além dos tradicionalmente utilizados na cobertura impressa como textos, fotos e gráficos. O jornalismo digital compreende todos os noticiários, sites e produtos que nasceram diretamente na web. O jornalismo digital, que surgiu no Brasil em 1995, vem caminhando a largos passos e conquistando um espaço cada vez mais significativo, sendo hoje um dos principais meios de informação de boa parte da população brasileira. Mas apesar de uma notória e crescente melhoria na qualidade informativa dos principais portais, muitos erros continuam sendo cometidos, pondo em cheque a tão discutida e necessária ética jornalística.
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