terça-feira, 3 de março de 2009

ARCO ÍRIS


Na liturgia de domingo, Pe. Thiago, nosso pároco, fazia a metáfora do arco-íris falando de suas sete cores e como ela, simbolicamente, representava os vários segmentos, vertentes de nossa Igreja que a despeito de suas diferenças, convergem para o mesmo objetivo: Viver como Jesus Cristo.

Em nossa experiência de Grupo Luz do Mundo (19 anos) também temos as nossas vertentes, grupos e pessoas que pensam diferentes, mas nada que abale a nossa amizade, união e o propósito de viver o evangelho e nosso carisma. É neste espírito democrático, sem ter medo de se deparar com o diferente, que publicamos o artigo do blog IGREJA UNA quem tem um posicionamento diferente do nosso, quanto a importância da Campanha da Fraternidade na quaresma. Não sei se o autor deste artigo se enquadra com o exemplo do arco-íris, de toda forma os leitores são livres para fazerem as suas considerações...

Por que eu tenho problemas com
a Campanha da Fraternidade 2009?


Todos os anos o Santo Padre envia ao mundo uma mensagem de ânimo espiritual para o tempo da Quaresma, conforme seu dever primeiro de confirmar seus irmãos na fé. Para o ano de 2009 o Papa Bento XVI nos recomenda o jejum, “capaz de impedir o pecado, de reprimir os desejos do «velho Adão», e de abrir no coração do crente o caminho para Deus”.

Enquanto o Bispo de Roma, como sucessor de Pedro, confirma universalmente os católicos na fé, o bispo local, sucessor dos Apóstolos, deve confirmar de maneira particular o rebanho que lhe foi confiado, nunca desviando daquele caminho percorrido pela Igreja universal. A comunhão espiritual entre o bispo local e o Bispo de Roma, penhor da unidade visível da Igreja, é o sinal mais evidente da universalidade da Igreja, por isso é dever urgente do bispo estar sempre atento para que essa comunhão não se enfraqueça.

Infelizmente, “hoje os bispos e as conferências episcopais estão freqüentemente envolvidos em tudo, desde emergências sanitárias à crise econômica, mas não se envolvem com o ensino da doutrina e com a transmissão da fé. Adquiriram uma visão puramente horizontal e se esqueceram da vertical” (Cf. Bispo Bernard Fellay, FSSPX, in WDTPRS blog).

Essa visão puramente horizontal, isto é, voltada exclusivamente para as coisas da terra esquecendo-se das coisas verticais (coisas do céu) não é, absolutamente, compartilhada pela Igreja. É verdade que a Igreja é primeiramente voltada para a santificação dos seus membros, mostrando-lhes Jesus – Caminho, Verdade e Vida. Contudo, dimensão espiritual da missão da Igreja não subestima a sua missão terrena e ela “não deixa de preocupar-se ao mesmo tempo com as exigências da vida cotidiana dos homens, não só no que diz respeito ao sustento e às condições de vida, mas também no que se refere à prosperidade e à civilização em seus múltiplos aspectos, dentro do condicionalismo das várias épocas” (Cf. João XXIII, enci. Mater et Magistra, n°3).

Então, neste período de preparação para a Páscoa, somos impelidos para longe da Igreja universal através do movimento,já comum entre nós brasileiros, intitulado “Campanha da Fraternidade”.

Quero através deste texto apresentar, brevemente, minha objeção de consciência ao tema e ao lema da Campanha, bem como ao seu espírito e a sua letra. A objeção de consciência é, minimamente, negar-se a fazer algo que atenta contra a sua consciência de uma ou outra forma; um exemplo tangível seria o médico que se recusa a proceder com um aborto porque este ato contradiz a sua fé.

Objeção primeira: O tema e o lema

O tema da Campanha deste ano é “Fraternidade e Segurança Pública” e o seu lema seria a citação de um versículo do Profeta Isaias “A paz é fruto da justiça” (cf. Is 32, 17).
O tema se distancia demasiadamente da proposta do Romano Pontífice de redescoberta do jejum penitencial e, até mesmo, contradiz a mesma quando damos interpretações literais ao tema.

Apenas contemplando o tema da campanha não vemos qualquer referência didática ao período penitencial, ou seja, não é possível identificar o espírito da Quaresma e da penitência espiritual.

O tema “Fraternidade e Segurança Pública” é monolítico, voltado única e exclusivamente para a questão social e política, não se envolvendo com o ensino didático-catequético dos mistérios da nossa fé católica e com a preparação espiritual autêntica dos católicos brasileiros para a vivência da Páscoa.

Blogger Julie Maria disse...
Irmão, enquanto não escrevo algo sobre esta terrível campanha para o meu blog, envio o que comentei no blog do Jorge sobre tal tema:
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Fizemos (eu e meu irmão) há dois anos atrás um vídeo mostrando a aberraçãos da Campanha da Fraternidade (o tema era ecologia, mata, amazônia, etc) e enviamos para o Vaticano. É insuportável conviver no tempo sagrado da Quaresma com uma campanha que não tem nada a ver com ela. Simplesmente isso mostra uma brutalidade e uma insensibilidade com o sagrado e zero de catolicismo.

O que virou este tempo litúrgico para os católicos brasileiros?! Tempo de pensar em qualquer assunto menos naqueles que são centrais da quaresma!

Ontem, participei da Missa em Ouro Preto (interior de Rondônia) e tive que aguentar clip e video (total 30 minutos) no telão da Igreja sobre a tal segurança pública antes da Santa Missa. Um absurso. É uma palhaçada. Se o Papa soubesse o que é de fato esta nojeira não deixaria mais nenhuma deste campanhas acontecer.

Felipe disse...

Caro Danilo, parabéns pela explanação. Realmente é assustadora a "lex orandi" aqui no Brasil. Não expressa nada da "lex credendi", ou seja, nada católico. Começando pela negligência da reza do Ofício Divino com o povo (e quando não é substituído pelo OFÍCIO DIVINO DAS COMUNIDADES(OFC)- Teologia da libertação. Queria que você publicasse um artigo sobre a LITURGIA DAS HORAS.


Luiz Teixeira disse...

Boa noite Danilo:

No seu texto ("Problema de Consciência") não consegui entender o porquê dos nossos bispos (CNBB) estarem errados quanto atualizam a mensagem de Cristo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo!
Não é construir o Reino de Deus promover a cultura da paz? Não é amar ao próximo refletir e promover gestos concretos de amor contra todas as formas de injustiça?
Desculpe-me, mas não consegui entender em sua eloqüência a verdade quando trata a CF como heresia e acho muito confortável em nome da sã doutrina nada fazer contra todos os nossos irmãos, filhos de Deus, que são vítimas da violência e de todas as outras formas de pecado que geram sofrimento.
Vamos nos abster de todas as formas de violência (jejum), ORAR a Deus para que sejamos capazes de construir um mundo de Paz através de ações concretas (ESMOLA), quando ai sim, poderemos ser verdadeiramente identificados como seguidores de Jesus Cristo.
Parabéns pelo espaço, muito obrigado e fiquem com Deus.

Fonte: http://igrejauna.blogspot.com

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