O Dia de Pátria vem agora associado ao Grito dos Excluídos. Isto acontece desde 1995, quando esta iniciativa foi realizada pela primeira vez, sem nenhuma pretensão de criar contradição. Parecia se limitar ao contexto daquele ano, em que a Igreja Católica tinha promovido a Campanha da Fraternidade sobre Os Excluídos.
Mas a iniciativa repercutiu tanto, que logo despertou a idéia de ser colocada na agenda de cada ano, como gesto simbólico e aglutinador das demandas políticas postuladas pela cidadania no contexto da celebração da Independência do Brasil.
Não é difícil perceber agora, quando o Grito já está na décima quinta edição, as razões de sua aceitação e inclusão na agenda do Dia da Pátria. Dá para perceber uma confluência de intuições, que deram consistência ao Grito dos Excluídos.
Em primeiro lugar, a semelhança histórica com o folclore oficial do “Grito do Ipiranga”, que vem associado a esta data. Se um “grito” despertou o Brasil para a sua independência, fica evidente que ainda existem razões para continuar gritando, para despertar a nação para causas importantes que estão em jogo!
Outra intuição acertada foi associar, deste o início, a realização do Grito dos Excluídos com a Romaria dos Trabalhadores. É muito salutar vincular a independência do país com a causa do trabalho, com todas as implicações que esta associação coloca para a nação.
Outra providência que veio dar consistência e garantir apoio estratégico à realização anual do Grito dos Excluídos, foi o fato de ele ter sido assumido oficialmente pela assembléia da CNBB, ainda em 1996, como parte integrante do seu plano de pastoral. A partir daí, o Grito passou a fazer parte da agenda pastoral da CNBB, mesmo deixando em aberto a maneira de ser realizado em cada diocese.
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