Acabei de fazer um filme, "A Suprema Felicidade", que está em fase de edição e conheci muitas moças chamadas de prostitutas. Conheci muitas prostitutas, não no sentido bíblico, tradicional, não na cama. Mas como atrizes, como trabalhadoras no filme.
Eu filmei com mais de 70 moças da vida, como se dizia antigamente, e vi como são pessoas dignas, esforçadas e corajosas. Principalmente corajosas.
Desde 2002, o Ministério do Trabalho reconhece a prostituição como profissão informal, mas sem direitos trabalhistas, apenas reconhece. Assim permanece no código penal, a prostituição como uma chaga, um pecado que escandaliza as famílias.
Só que as prostitutas brasileiras se organizam cada vez mais. Se organizam para que sejam reconhecidas como cidadãs, pessoas comuns que trabalham para comer. Em geral, elas têm sempre a mesma história de vida. Lindas mulheres, que nasceram na miséria, na falta de educação e têm que se virar para viver.
Já existem muitas associações de prostitutas no país, que formam a rede brasileira. A declaração de uma das líderes é fantasticamente clara: "Não somos criminosos nem vendemos nossos corpos. Prestamos um serviço." É verdade. A chamada mais antiga das profissões é uma espécie de válvula de escape, para a sexualidade reprimida da sociedade, toda baseada no recalque do desejo. De certa forma, até hoje muitas famílias se mantém unidas, por causa das prostitutas que os maridos infelizes frequentam.
As prostitutas se unem a outros movimentos libertários, como dos gays, das feministas, dos atores populares e até de catadores de papel. A melhor maneira de ajudar as prostitutas não é ampará-las com caridade, assistência ou compaixão. É dar a elas direitos, a chance de serem cidadãs.
No Brasil, prostitutas de verdade estão sendo ameaçadas por prostitutas informais, disfarçadas. Que não cobram direta e honestamente os seus serviços, mas que vivem de pilhar, de arrancar dinheiro de namorados e até de maridos. Eu conheço no mínimo umas 50, e todas estão nas colunas sociais.
Eu filmei com mais de 70 moças da vida, como se dizia antigamente, e vi como são pessoas dignas, esforçadas e corajosas. Principalmente corajosas.
Desde 2002, o Ministério do Trabalho reconhece a prostituição como profissão informal, mas sem direitos trabalhistas, apenas reconhece. Assim permanece no código penal, a prostituição como uma chaga, um pecado que escandaliza as famílias.
Só que as prostitutas brasileiras se organizam cada vez mais. Se organizam para que sejam reconhecidas como cidadãs, pessoas comuns que trabalham para comer. Em geral, elas têm sempre a mesma história de vida. Lindas mulheres, que nasceram na miséria, na falta de educação e têm que se virar para viver.
Já existem muitas associações de prostitutas no país, que formam a rede brasileira. A declaração de uma das líderes é fantasticamente clara: "Não somos criminosos nem vendemos nossos corpos. Prestamos um serviço." É verdade. A chamada mais antiga das profissões é uma espécie de válvula de escape, para a sexualidade reprimida da sociedade, toda baseada no recalque do desejo. De certa forma, até hoje muitas famílias se mantém unidas, por causa das prostitutas que os maridos infelizes frequentam.
As prostitutas se unem a outros movimentos libertários, como dos gays, das feministas, dos atores populares e até de catadores de papel. A melhor maneira de ajudar as prostitutas não é ampará-las com caridade, assistência ou compaixão. É dar a elas direitos, a chance de serem cidadãs.
No Brasil, prostitutas de verdade estão sendo ameaçadas por prostitutas informais, disfarçadas. Que não cobram direta e honestamente os seus serviços, mas que vivem de pilhar, de arrancar dinheiro de namorados e até de maridos. Eu conheço no mínimo umas 50, e todas estão nas colunas sociais.
Arnaldo Jabour
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