segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ESQUEÇA O ROMANTISMO !

Neste final de semana, uma jovem muito bonita e inteligente do nosso grupo relatava mais um fim de namoro de amigos nossos muito próximos. Diante do papo, depois de uma breve reflexão sobre os relacionamentos cada vez mais fugazes e dificéis de hoje em dia, houve a promessa de uma publicação bem atual do famoso psicólogo Flávio Gikovate que se dedica a entender por que nos frustramos tanto com o amor.

Fica a leitura para refletirmos e tirarmos as nossas conclusões à luz dos valores cristãos.


Desde a década de 70, o psicólogo Flávio Gikovate se dedica a entender por que nos frustramos tanto com o amor. Para ele, o medo de se entregar à felicidade e a fantasia de um relacionamento amoroso cheio de romantismo são os principais obstáculos de quem não consegue estabelecer vínculos amorosos mais estáveis. Em entrevista, Gikovate afirma que tanto homens quanto mulheres estão confusos com esta nova forma de vivenciar a individualidade e a sexualidade, e que a amizade e o caráter são as principais características de uma relação duradoura.

Qual o problema do amor romântico?
Acredito que essa versão do amor, baseada na ideia de fusão de duas pessoas que passariam a viver e a fazer tudo juntos, não é mais compatível. O avanço tecnológico e a independência da mulher alteraram as bases de todo o nosso estilo de vida, de modo que a forma como vivenciamos o amor tem que se atualizar a uma realidade mais individualista, onde cada pessoa tem seus gostos, desejos e projetos também individuais. Essa nova visão do amor se funda na aproximação de duas unidades e não em sua fusão. A nova visão exige mais desenvolvimento pessoal do que a tradicional. Quem conseguir fazer esse avanço individual estabelecerá melhores relacionamentos amorosos.

A paixão não é necessária para um bom relacionamento?
Defino paixão como a associação de um relacionamento intenso e de boa qualidade com muito medo (paixão = amor + medo). O amor de boa qualidade se baseia em afinidades grandes, principalmente de caráter, o que costuma acontecer com pessoas com boa maturidade emocional. O amor em que as afinidades predominam se aproxima da amizade; e os medos que fazem bater o coração, e o coração só bate de medo, não de amor, tendem a desaparecer depois que as pessoas se acostumam com aquela cota de felicidade.

Quem está tendo mais dificuldade para se adaptar a esse novo tipo de amor, o homem ou a mulher?
Ambos têm sofrido igualmente. Tenho a impressão que os homens têm um pouco mais de medo da aliança romântica de forte intensidade, como se sua individualidade ficasse mais ameaçada.

Que problemas ou idealizações costumam afastar as pessoas do amor?
O que afasta as pessoas de uma relação é o medo da perda da individualidade, o medo da felicidade e o medo de eventuais sofrimentos relacionados com a perda do parceiro especial com o qual se estabeleceu o vínculo. Além disso, um dos problemas que costuma perturbar é a baixa autoestima: para buscar parceiros semelhantes a mim, preciso estar bem comigo mesmo, achar legal meu jeito de ser. Se quiser mais uma dificuldade, costumamos nos entusiasmar sexualmente mais que tudo por personagens pouco confiáveis, que costumam ser os mais atraentes (cafajestes de ambos os gêneros!).


A entrevista segue amanhã...

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei essa matéria e desejaria lêr mais sobre...

São poucos que se referem a esse assunto com tanta segurança e precisão em suas respostas...

Luiz gostaria da fonte desse conteúdo. Parabéns pela iniciativa, como outras postagens essas foi ótima e infelismente como comentei ao mesmo , nem sempre a minha net me permite postar meus comentários. Continue assim,nos dando muitas coisas sadias para lêr.