terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Eu não sou um barquinho à deriva. Que bom!



Eu fui conversar com a superior da minha gerente hoje. Cheguei lá tenso, nervoso e sem palavras. As minhas colegas de trabalho (Cile e Aylanna) ficaram surpresas com a minha chegada logo pela manhã. Era por volta das 08h20minh da manhã. Interrogado por elas sobre o motivo de estar ali, fiquei sem respostas. Mas depois lhes disse quem havia me chamado. Ao tomarem conhecimento da minha resposta elas, uma de cada vez, me deram um abraço. A pressão psicológica aumentou uns 100%. Elas imaginaram a mesma coisa que eu, embora em minha sã consciência, não havia cometido nada de errado.

Pedi para que me anunciassem a superior da minha gerente. Quem atendeu foi a minha gerente. Cinco minutos depois uma das minhas colegas, Cile, pediu para que entrasse. Confesso que o coração estava batendo muito forte. O que a superior da minha gerente queria comigo? Era essa a pergunta que não me deixou dormir direito a noite de ontem.

Entrei. Como sempre, sorrindo. A minha gerente me recebeu. Olhou-me e me apontou a sala da sua superior. A porta estava aberta. Ela estava ao lado de uma funcionária que, aparentemente, estava com um problema a ser resolvido. As duas estavam em frente a um computador.

Bati na porta. Disse: oi. E entrei.

A superior da minha gerente se chama Cristiana. Nome quase idêntico ao da minha gerente que é: Cristina. Eu perguntei qual era o problema. Ela disse: não tenho uma notícia muito boa não.

Nesse momento fiquei mais confuso ainda. Perguntei o que havia acontecido. Ela me disse: foi um cartão que voltou e infelizmente, você ter de pagar. O valor é de $ 117,92. O cliente disse que esse cartão foi roubado e não vai pagar o débito.

Senti um alivio e uma dor ao mesmo tempo. Um alivio em saber que não iria perder o meu emprego e uma dor por ter de pagar um valor tão alto pro meu orçamento. E o mais triste, vou ter de pagar as contas de um safado que nem sei quem é. Ou melhor, não sei se um safado ou uma safada. Enfim, foi alguém que se aproveitou da minha inocência e passou-me um cartão roubado. Ah, e fiquei sabendo que eu não fui o único enganado. A minha colega Cile também recebeu outro cartão roubado no valor de $ 170,00 e um frentista também foi sorteado com mais um cartão roubado no valor de $ 400 e quê... É mole ou quer mais.

Vocês que nunca trabalharam à noite não fazem idéia do quanto é difícil. A maioria da clientela bebe e fuma. Uns são legais e outros são chatos. O ambiente aonde trabalho é situado em um bairro nobre aqui da cidade de Natal, por isso muita gente que passa por lá tem condição financeira de média pra alta. Isso significa que a palavra pobreza não existe no dicionário deles. Sedo assim, muitos acreditam que podem mandar e desmandar. Uns tratam bem e outros tratam mal. Isso é a realidade.

Então, todos já entenderam. Não fui demitido. Graças a Deus. Fui enganado com um cartão passado em meu caixa no valor de $ 117,92. Consegui com Cristiana, superior da minha gerente, que esse valor seja divido em duas parcelas. Ela concordou.

Agradeço de coração aos três comentários no blog do Luz do Mundo: http://grupoluzdomundo.blogspot.com/, em relação ao poste de ontem. Como é bom saber que existem pessoas que se preocupam com a gente. Obrigado Junior, Emerson e Luiz Teixeira. As palavras que usaram nos comentários foram luz em meu caminho. Pude perceber que não sou um barquinho à deriva no meio do mar.

Espero que a minha próxima postagem fale de coisas boas.

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http://joaodoamor-j.blogspot.com/