Debruço-me a refutar sobre a verdade do homem, refletida em mim mesmo, enquanto ser vivente neste mundo. Certamente, um pouco da minha verdade foi herdada da verdade que meu pai praticou enquanto convenção, porque precisei crescer alicerçada pela sua verdade para me fazer homem único e exclusivo de mim mesmo. E assim, desvendar a minha própria verdade de ser e não de estar como homem propriamente. Digo, a verdade de ser, porque a verdade de si só pode ser real, enquanto verdade de ser, e não de estar no mundo.
Desvendo que a verdade do homem (no mundo) é a verdade de estar no mundo. Por isso, a verdade do homem é a verdade de estar sempre. Enquanto se estar no mundo, vive-se da verdade de homem e toda verdade humana se justifica para se estar no mundo. A verdade de homem é convencionada, por isso pode se convencionar uma mentira como verdade, porque o que vale é o poder da convenção feita pelo homem. Porém, a verdade de homem é uma mentira para ele próprio, mas adotada como verdade para o outro porque desconhece as intenções e as circunstâncias, pelas quais, essa verdade foi convencionada e também, por haver outros fatores que os faz aceitar para estar aceito no mundo.
A verdade de meu ofício é uma verdade de homem, porque tem o tempo e a medida do próprio homem, assim como, é mutável, contraditória, paradoxal, efêmera, ilusória, fictícia, aparente, virtual, simbólica, metafórica, convencional acima de tudo. Tudo uma verdade de mentira, de faz de conta, de brincadeira qual eterna criança encantada num mundo de virtualidades na era do computador, num mundo de coisas virtuais, fictícias, utópicas de puras ilusões, metáforas e simbologias, quão efêmeras quanto à verdade de estar literalmente no mundo de Alice no País das Maravilhas, no mundo de Matrix ou na eterna mitológica caverna platônica; numa verdadeira mentira, enquanto verdade de homens de todas as idades.
M. C. Garcia é poeta e filósofo