sábado, 4 de outubro de 2008

Incômodo


Oh falta de fé nos homens, que por vezes me apetece!
Nas palavras e feições sedutoras, vejo a sordidez de intenções segundas, que não sei se existem verdadeiramente; apenas as percebo. Não queria...; e isso me incomoda, pois não sei se são meus olhos calejados de desconfianças ou realidade nua e crua.

Bondade interessada... Explosão de cruezas que revelam o que temos de mais repulsivo: a hipocrisia.

O pior: há hipócritas que, de tanto os serem, acreditam e vivem uma pseudovida, só tirando o véu de sua verdadeira face diante de grande cansaço, grande raiva, grande distúrbio – coitados. Sua fortaleza vem daqueles que lhe acreditam – outros coitados.

Gostaria de ver pureza – ledo engano inocente. Não a pureza ingênua, quase demente. Quero a crítica, que, por assim ser, é confiável, é palpável; não se consegue manipular.

Chega de pieguices de cunho doutrinador. Sejamos, para o “bem” ou para o “mal”, quem verdadeiramente somos. Não que deixemos de lapidar a pedra do nosso ser; mas que respeitemos a gradação desse trabalho, sem que, por influência equívoca, batamos forte demais e rompamos a nossa unidade de pedra – preciosa.

Talvez assim não existam mais pessoas que, como eu, não sabem mais em quem acreditar realmente.

Antonio Carlos