Dê um basta no ciúme antes que ele acabe com você
Ligações desesperadas no celular, brigas à toa, vexames públicos e uma dor-de-cabeça que não passa nunca: sim, ciúme é mesmo um in-fer-no. "Quando você percebe que o ciúme passou a ser quase um terceiro elemento na relação, provocando discussões e acabando com a harmonia, é um sinal grave", afirma a psicóloga Olga Tessari, autora do livro Dirija sua vida sem medo, caminhos para resolver seus problemas.
"O ciumento obsessivo fantasia histórias com começo, meio e fim, tirando suas próprias conclusões e sempre acha que está certíssimo".
Mas uma outra pergunta ainda fica no ar. O que fazer com o ciúme? Para responder, fomos atrás não só de especialistas, mas de uma série de casos reais, de quem se viu em pânico por causa do problema, e montamos uma manual completo para você entender melhor esse sentimento e aprender a lidar com ele.
Tempestade de desaforos Kleber de Souza Carmo, 30 anos, estava numa festa, rodeado de amigos e dividindo o tempo entre a cerveja e a namorada, Cristiane. Na hora de ir embora, ela foi buscar o carro dele na garagem e aproveitou a chance para vasculhar o porta-malas.
"Ela acabou encontrando uma sombrinha e, na volta, fez o maior escândalo na frente de todos os meus amigos", lembra Kleber. "Mas a sombrinha era mesmo minha, não sei de onde ela tirou que seria de alguma mulher". O vexame foi a gota d água para pôr no fim no relacionamento.
Palavra do Especialista: Para o psiquiatra e autor do livro Ciúme, o medo da perda, Eduardo Ferreira, esse é um caso quase patológico. "Quando a desconfiança chega nesse nível, não há mais solução razoável, o ciumento já se transformou num verdadeiro seqüestrador do outro". Segundo o médico, Kleber deveria ter ignorado os ataques da namorada. "Relacionamento assim não dá certo e o Kleber percebeu isso, terminando a seguir". Olga Tessari ainda completa: "Ela parecia querer a confirmação de que a sombrinha era mesmo de outra mulher, validando o ciúme".
Tem ex que vira fantasma Fernanda Campos, 19 anos, sempre foi ciumenta e vivia interrogando até o porteiro do prédio sobre o comportamento do namorado. Mas o problema ganhou contornos de loucura num dia em que, por acaso, ela acabou cruzando com uma ex do garoto. "Disse que não ficava ali, saiu pisando duro e esbravejando", lemmbra Thiago. "Segui atrás e fomos embora. No caminho, ela ameaçava se jogar do carro, um sufoco. "A Fê fuçava nas minhas gavetas, reclamava das fotos dos meus relacionamentos antigos, foram dois anos cheios de brigas". Na época, ele chegou a fazer terapia para tentar solucionar o drama. Mas não adiantou, porque, do outro lado, Fernanda não enxergava os delírios possessivos que vivia.
Palavra do Especialista: Para Olga Tessari, Thiago não deveria ter ido embora junto com a namorada. "Se ele ficasse, Fernanda não ia sair de perto e, mesmo a contragosto, perceberia que todo aquele ciúme era infundado". Na cabeça do ciumento, o passado atormenta tanto quanto as ameaças que ele mesmo cria. "Por isso que, ainda que haja muito amor, as brigas e a desconfiança prevalecem e o relacionamento termina em nome da tranqüilidade", diz a terapeuta.
Pode até parecer que o ciúme é um sentimento exclusivamente feminino, mas não: os homens também sofrem com esse mal, e muito.
O ator Pierre Bittencourt, 22 anos, assume que é ciumento. "É muito complicado, qualquer situaçãozinha já me deixa com a puklgha atrás da orelha", afirma. O incômodo começa com os ex-namorados. "É impressionante, mas você começa a namorar e aparece um monte deles", diz.
"Então, como controlar? Os urologistas Celso Marzano e Sylvia F. Marzano, do Centro de Orientação e Desenvolvimento da Sexualidade (CEDES) dão as dicas. "Para os homens, é muito mais uma questão de auto-confiança, eles precisam exercitar melhor o diálogo e, numa situação que possa gerar de ciúmes, tentar entender a namorada por meio do jeito que ela olha e fala, num exercício observação que até ajuda a conter a raiva".
Fonte: Yahoo.com.br/bem estar