quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."




Nelson Rodrigues

ONG americana aponta crise na segurança pública como um dos principais problemas do Brasil

Em 600 páginas, a organização não governamental americana, Human Rights Watch (HRW) divulgou o seu relatório anual que traça um panorama das violações dos direitos humanos no mundo.

De acordo com os dados do levantamento das violações em mais de 90 países, os territórios palestinos, a República Democrática do Congo, a Somália, o Afeganistão, a Coréia do Norte e a China estão entre os países que mais preocupam. O Brasil, por sua vez, se destacou no quesito segurança pública. "Aproximadamente 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no país", sublinha HRW.

O relatório também identifica problemas nas condições dos presídios, a tortura, o trabalho forçado, as ameaças aos povos indígenas e camponeses sem-terra e a impunidade.

A tortura é destacada como um dos problemas sérios do país: "As condições desumanas, a violência e a superlotação que têm marcado historicamente os centros de detenção brasileiros continuam sendo um dos principais problemas de direitos humanos do país. Atrasos no sistema de Justiça contribuem para a superlotação", completa o documento.

Segundo estatísticas oficiais, o número de presos subiu para 440 mil. Aproximadamente 43% desses presos ainda não foram devidamente julgados.

Quanto ao trabalho forçado, a Human Rights Watch frisa que o governo federal brasileiro vem dando passos para erradicar essa prática desde 1995. No entanto, a ONG lembra que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) da CNBB coletou denúncias referentes a 8,6 mil pessoas submetidas a condições de trabalho forçado em 2007. No mesmo ano, houve quase seis mil libertações.

Fonte: Rádio Vaticano

PROSA E POESIA

MAU DESPERTAR

Saio do sono como
de uma batalha
travada em
lugar algum

Não sei na madrugada

se estou ferido se o corpo tenho riscado de hematomas

Zonzo lavo
na pia
os olhos donde
ainda escorre
uns restos de treva.

(agosto 1977)



Nascido em São Luis do Maranhão, em 1930, Ferreira Gullar, procurou apontar em sua obra a problemática da vida política e social do homem brasileiro.

De uma forma precisa e profundamente poética traçou rumos e participou ativamente das mudanças políticas e sociais brasileiras, o que lhe levou à prisão juntamente com Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil em 1968 e posteriormente ao exílio em 1971 .

Poeta, crítico, teatrólogo e intelectual, Ferreira Gullar entra para a história da literatura como um dos maiores expoentes e influenciadores de toda uma geração de artistas dos mais diversos segmentos das artes brasileiras.

NOTÍCIAS DA ARQUIDIOCESE


Arquidiocese se prepara para implantar Conselho de Leigos

A Arquidiocese de Natal está se articulando para implantar a instância arquidiocesana do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB). Articular as pastorais, movimentos e serviços, buscando a unidade, e oferecer formação, a fim de conscientizar o leigo do seu papel de protagonista da evangelização são os dois principais objetivos do conselho.

Alberto Gaia, presidente do CNLB, no Regional Nordeste 2 da CNBB, afirma que os muitos leigos não entendem o que é ser protagonista da Nova Evangelização, proposto pela Conferência de Santo Domingo. Questionado sobre a utilização do termo leigo, ele diz que o conselho não se preocupa com o significado da palavra, mas, sim, com a missão que o leigo tem a desempenhar, buscando ainda, formar o laicato para o respeito à vida e missão da Igreja.

Para o Pe. José Sílvio de Brito, coordenador do Setor de Leigos da Arquidiocese, a implantação do CNLB, em Natal, vai favorecer ainda mais o trabalho que já é desenvolvido pelo Setor de Leigos. “O setor trabalha mais com os movimentos e as comunidades de vida e aliança, e, com o Conselho, será desenvolvido um trabalho unificado também com as pastorais e os serviços”, explica Pe. Sílvio. Ainda segundo ele, após a implantação, os trabalhos serão direcionados para criar a consciência de evangelizador e chamar o laicato arquidiocasano a desempenhar seu papel de protagonista na missão evangelizadora. Pe. Sílvio completa dizendo que o CNLB vai fortalecer o papel do leigo e sua missão, valorizá-lo e gerar espaço de formação.

A implantação, na Arquidiocese, acontecerá durante o Encontro Regional do CNLB, de 27 a 29 de março próximo, em Natal. Nessa ocasião, será realizada uma assembléia com representantes de todos os organismos arquidiocesanos - pastorais, movimentos, serviços e Comunidades Eclesiais de Base - e a eleição para eleger o presidente e demais cargos do conselho.

Alberto Gaia informa que, das 20 dioceses do Regional Nordeste 2 , da CNBB, o conselho está estruturado nas dioceses de João Pessoa e Guarabira (PB), Floresta (PE) e Maceió (AL) e, em fase de implantação, em Natal e Mossoró (RN) e Campina Grande (PB). Ele explica que para que seja implantado o conselho em uma diocese é preciso que haja vontade do bispo e dos leigos para ser desenvolvido um trabalho conjunto.

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil surgiu no ano de 1975, como Conselho Nacional de Leigos, na cidade do Rio de Janeiro, como necessidade de cobrir a ausência da Ação Católica, que perdera o foco evangelizador e ingressara na luta política, na década de 1960. Hoje, o CNLB é um órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB. De acordo com Alberto Gaia, todas as atividades do Conselho são aprovadas pela Comissão de Leigos da CNBB.

VIVER BEM !

Uma soneca para potencializar a memória
Mesmo períodos curtos de descanso após as refeições podem melhorar a formação e consolidação da memória

Os últimos 20 anos forneceram consideráveis evidências do papel fundamental do sono na consolidação da memória. O núcleo das pesquisas nessa área refere-se a importância do descanso noturno por períodos mais longos. Por esse motivo o tempo de sono realmente necessário para que seus efeitos sobre a memória se tornem significativos, do ponto de vista comportamental, ainda não foi suficientemente investigado, avaliam os neuroendocrinologistas Manfred Hallschmid e Suzanne Diekelmann da Universidade de Lüebeck, Alemanha. Mas há razões para presumir que, mesmo períodos curtos de descanso podem, de fato, melhorar a eficiência da memória.

Existem poucos estudos que investigam o efeito de um breve cochilo na consolidação de memórias declarativas ─ as que envolvem fatos e eventos. A maioria desses estudos descreve um melhor desempenho após o sono, quando comparado com a vigília, mostrando melhoras na eficiência de 4% a 46% na memória para pareamento de palavras após uma sesta. Até um cochilo rápido, em torno de cinco minutos, melhora a eficiência da memória em relação à vigília. Já uma soneca mais prolongada, de 35 minutos, mostra resultados muito superiores. Curiosamente, uma série de experimentos mostra que o sono beneficia a memória independentemente da hora em que se dorme, o que destaca o potencial cognitivo do cochilo após as refeições.

Uma pesquisa sobre memória procedural, ─ que inclui habilidades perceptivas e motoras, como aprender a tocar um instrumento ─ mostra que uma sesta de 60 a 90 minutos melhora a percepção visual apenas se, nesse período de sono, os olhos fazem os dois movimentos de ondas lentas e rápidas, as duas fases que o cérebro atravessa enquanto cochilamos.

Os estudos se concentraram nas habilidades motoras como, por exemplo, aquelas em que os participantes devem digitar várias vezes certas seqüências em um teclado. Após um sono de 60 ou 90 minutos há melhora no desempenho da digitação, mas resultados muito melhores são obtidos após uma noite inteira de sono.

Em resumo, essas observações sugerem que um cochilo pode ajudar uma pessoa a se lembrar do que acabou de aprender, mas ela precisa de períodos mais longos, com os olhos fechados, para extrair o pleno potencial do sono.


FONTE: Scientific American Brasil