quarta-feira, 3 de março de 2010

Economia e vida

 Terreno propício para a prática da solidariedade

Já é auspiciosa uma Campanha da Fraternidade ecumênica. Ela mostra que é possível as Igrejas se entenderem em torno das questões importantes, que dizem respeito à vida.  Uma campanha ecumênica começa fazendo o serviço de casa, advertindo as religiões que elas precisam se colocar a serviço da vida, se querem ter sentido e se pretendem ser acolhidas no seio da sociedade. Colocando-se em função das questões vitais, as religiões aprendem também a relativizar as diferenças, e a minimizar as controvérsias. A fé ilumina a vida, mas a vida motiva e direciona a fé.

Juntas, as Igrejas que compõem o Conic - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - se sentiram animadas a desafiar a sociedade brasileira a olhar de frente a economia, com a convicção de que ela pode ser pensada em função da vida de todos. Daí o tema da campanha: Fraternidade e Economia, com um lema que logo coloca o dedo na ferida: “não podeis servir a Deus e ao dinheiro!”, citando a frase contundente de Jesus.

O lema é, certamente, desafiador. Ele logo diferencia o absoluto do relativo. Só Deus é absoluto, o dinheiro não! E por derivação, nada é absoluto na economia, nem a pretensa imutabilidade de suas leis, como se apregoou nos tempos áureos em que o sistema econômico hegemônico no mundo parecia estar com a razão, com a verdade,  e com o dinheiro.

A recente crise econômica mundial deixou bem claro que a economia precisa estar submetida a critérios que a regulem, a direcionem para suas verdadeiras finalidades, e a tornem viável e adequada às possibilidades reais que a condicionam e a fazem buscar sua racionalidade e sua função no contexto do mundo em que vivemos.

A primeira tarefa da campanha da fraternidade deste ano é desmontar a pretensa autossuficiência do mercado, expressão cabal do sistema econômico predominante nos últimos séculos. A economia é uma atividade humana, com profundas incidências na vida das pessoas, e que necessita ser guiada por critérios éticos, que lhe deem não só viabilidade prática, mas também finalidade e sentido humano.

Na verdade, o desafio é complexo. O seu enfrentamento precisa ser feito de maneira global e solidária. Repensar a economia mundial, para que ela se realize em sintonia com as exigências ecológicas e esteja a serviço da vida de toda a humanidade, não é tarefa a ser realizada por iluminados que detenham soluções mágicas ou arbitrárias. E um desafio que pede a participação adequada e responsável de todos. O tamanho do problema convida para uma postura de diálogo e de colaboração. A crise mundial da economia é oportunidade para despertar sentimentos de moderação e de busca coletiva de soluções. Já é apelo para a fraternidade. 

Mas a campanha não se limita à dimensão macroeconômica, por mais importante que ela seja, e por mais que convoque os governantes para a busca de soluções. Pois a economia, além de sua evidente dimensão global, apresenta também aspectos práticos e cotidianos, que interferem diretamente na vida das pessoas. Por isso, faz parte dos objetivos da campanha explicitar as repercussões cotidianas da economia, para perceber como ela pode se tornar terreno propício para a prática da solidariedade.

Neste sentido, pode parecer estranho que uma realidade como esta, com tantas incidências humanas, tenha demorado tanto para ser abordada por uma campanha de fraternidade. Em todo o caso, agora a campanha chega num bom momento, favorecido pela abertura ecumênica e pela consciência ecológica.

Neste contexto, recebem motivação e interesse as experiências de economia solidária que poderão ser divulgadas. Em todo o caso, estamos diante de uma campanha com evidentes apelos globais, mas também com abundantes oportunidades concretas da prática da solidariedade no exercício da economia.

Um bom convite, que chega em boa hora!

Dom Demétrio Valentini
Bispo Diocesano de Jale domdemetrio@diocesedejales

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EVANGELHO DO DIA

Ano C - Dia: 03/03/2010


  Servir e dar a vida para salvar a muitos
Leitura Orante

Mt 20,17-28


Quando Jesus estava subindo para Jerusalém, chamou os discípulos para um lado e falou com eles em particular, enquanto caminhavam. Ele disse:
- Escutem! Nós estamos indo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos não-judeus. Estes vão zombar dele, bater nele e crucificá-lo; mas no terceiro dia ele será ressuscitado.
Então a mãe dos filhos de Zebedeu chegou com os seus filhos perto de Jesus, curvou-se e pediu a ele um favor.
- O que é que você quer? - perguntou Jesus.
Ela respondeu:
- Prometa que, quando o senhor se tornar Rei, estes meus dois filhos sentarão à sua direita e à sua esquerda.
Jesus disse aos dois filhos dela:
- Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber?
- Podemos! - responderam eles.
Então Jesus disse:
- De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber, mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e à minha esquerda. Pois foi o meu Pai quem preparou esses lugares e ele os dará a quem quiser.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse:
- Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles, e os poderosos mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente. 
 
Comentário do Evangelho

O amor manifesta-se pelo serviço

Mateus, nesta sua narrativa, faz o contraste entre o anúncio da paixão feito por Jesus e a aspiração ao poder manifestada por seus discípulos Tiago e João, representados por sua mãe. Estes viam Jesus como um messias
davídico que iria implantar de imediato um reino nacionalista. A revelação, em Jesus, do Deus de amor entre os humildes e frágeis não tem sido compreendida pelos discípulos, apegados à religião do deus que disputa o
poder entre as nações. O amor manifesta-se pelo serviço. A compaixão pelos mais fracos, desamparados
e excluídos impele à solidariedade e ao empenho de construir a unidade na sociedade de maneira que todos usufruam plenamente a vida.

Autor: José Raimundo Oliva
Fonte: paulinas.org

FIQUE ATENTO



A vacinação contra a Gripe "A" começa no dia 8 de março, próxima segunda-feira, no nosso estado, Rio Grande do Norte. A previsão é de que mais da metade da população seja vacinada.

Emprego: 115 vagas são oferecidas nesta quarta-feira em Natal.


O Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda, da prefeitura do Natal está oferecendo 115 oportunidades de ingresso no mercado de trabalho, em 26 opções diferentes, nesta quarta-feira (03). Alguns cargos exigem nível de escolaridade e experiência na área de trabalho.

Os candidatos interessados às vagas devem se cadastrar em uma das unidades do Centro Cidadão, no Alecrim ou na Cidade Alta. Para o cadastro são necessários documentos de identidade, CPF, Carteira de Trabalho e número do PIS.

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Casa da Ribeira completa nove anos de fundação com programação



O primeiro ato da Casa da Ribeira mostrava onze atores vestidos de clowns em luta pela abertura de um novo e promissor espaço teatral. Corria o ano de 1999. O prédio da Rua Frei Miguelinho estava abandonado na velha Ribeira. Somente três anos depois, em 2001, seis dos integrantes do Clowns de Shakespeare conseguiram captar a bagatela de R$ 1,2 milhão para abertura da casa. Era o começo do sonho e de uma batalha de nove anos em busca da estabilidade financeira.

A Casa da Ribeira está em festa. Manter um espaço cultural duradouro em Natal é tarefa para poucos. Para comemorar o feito, inicia hoje programação comemorativa com uma série de espetáculos a preços populares, até domingo (ver programação). Uma das peças, Gesto, Cascudo, é encenada por um grupo de jovens formados pela própria Casa. O projeto Educação pela Arte é o símbolo dos novos tempos e foco de trabalho dos diretores. Mas até chega aí, outros atos foram apresentados. 

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