Hoje, sábado Santo, é propriamente um dia alitúrgico na Igreja. Não há nenhuma celebração. O altar se encontra desnudado, e um crucifixo grande em seu centro; nada mais. É um dia de pausa, é um dia em que a Igreja convida seus filhos a postarem-se junto da sepultura de Jesus, e refletir com mais profundidade e amor o mistério de Sua entrega, de Sua Paixão e de Sua morte. Ontem ainda estava O Crucificado pendente da cruz; hoje, nem isso mais, Seu corpo foi às pressas retirado, a cruz encontra-se vazia, e Ele colocado num sepulcro com uma grande pedra colocada à sua entrada.
É o domínio das trevas na humanidade. E Jesus descia, a partir de Sua morte, ao mais profundo do mistério dela mesma. Nós costumamos dizer em nosso credo apostólico: morreu, foi sepultado. Mas antes de afirmarmos ressuscitou ao terceiro dia, dizemos desceu à mansão dos mortos. Antigamente dizia-se desceu aos infernos. Eu prefiro a primeira tradução à segunda, porque eu confesso que não entendo bem o que significa uma mansão dos mortos. Certamente não é um hotel subterrâneo onde todos eles se encontram e dialogam entre si. Mas desceu aos infernos significa que desceu ao coração último da morte, onde não existe mais Deus, onde não existe mais nada, onde existe apenas gelo e solidão. Para lá desceu Jesus.
Certamente, e de acordo com a teologia oriental, Ele despertava lá, aqueles que para lá tinham entrado antes de Sua Paixão e morte. Nós não sabemos exatamente o que se passou com aqueles todos da humanidade que morreram antes de Cristo, mas eu tenho para mim que não entraram para a Vida Eterna antes de Jesus Cristo. Ele é as primícias daqueles que hão de ressuscitar, Ele é o primeiro de um grande cortejo que se iniciou naquele dia, a partir já dos primeiros ancestrais da humanidade, e que só terminará quando o último eleito subir com ele dos infernos, do coração da morte, para a Vida Eterna.
Porém, por ter Jesus descido aos infernos, nossa morte atual não é mais como era antes. Nós não desceremos mais aos infernos, porque quando deixarmos de existir, quando entrarmos na suprema solidão que é a morte, ficando todos os amigos do lado de cá, e impotentes a dar-nos uma mão ou a transmitir-nos uma palavra de consolo, existe Alguém, Alguém que lá nos precedeu, Jesus Cristo, que nos espera para transformar aquele inferno, o coração da morte, em passagem páscoa para a Vida Eterna. É este o mistério que hoje, com a Igreja, contemplamos, e em Cristo amamos.
É o domínio das trevas na humanidade. E Jesus descia, a partir de Sua morte, ao mais profundo do mistério dela mesma. Nós costumamos dizer em nosso credo apostólico: morreu, foi sepultado. Mas antes de afirmarmos ressuscitou ao terceiro dia, dizemos desceu à mansão dos mortos. Antigamente dizia-se desceu aos infernos. Eu prefiro a primeira tradução à segunda, porque eu confesso que não entendo bem o que significa uma mansão dos mortos. Certamente não é um hotel subterrâneo onde todos eles se encontram e dialogam entre si. Mas desceu aos infernos significa que desceu ao coração último da morte, onde não existe mais Deus, onde não existe mais nada, onde existe apenas gelo e solidão. Para lá desceu Jesus.
Certamente, e de acordo com a teologia oriental, Ele despertava lá, aqueles que para lá tinham entrado antes de Sua Paixão e morte. Nós não sabemos exatamente o que se passou com aqueles todos da humanidade que morreram antes de Cristo, mas eu tenho para mim que não entraram para a Vida Eterna antes de Jesus Cristo. Ele é as primícias daqueles que hão de ressuscitar, Ele é o primeiro de um grande cortejo que se iniciou naquele dia, a partir já dos primeiros ancestrais da humanidade, e que só terminará quando o último eleito subir com ele dos infernos, do coração da morte, para a Vida Eterna.
Porém, por ter Jesus descido aos infernos, nossa morte atual não é mais como era antes. Nós não desceremos mais aos infernos, porque quando deixarmos de existir, quando entrarmos na suprema solidão que é a morte, ficando todos os amigos do lado de cá, e impotentes a dar-nos uma mão ou a transmitir-nos uma palavra de consolo, existe Alguém, Alguém que lá nos precedeu, Jesus Cristo, que nos espera para transformar aquele inferno, o coração da morte, em passagem páscoa para a Vida Eterna. É este o mistério que hoje, com a Igreja, contemplamos, e em Cristo amamos.
Padre Fernando José Carneiro Cardoso
*Licenciado em Filosofia e Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
*Mestre in re biblica pelo PIB