sexta-feira, 1 de maio de 2009

1º de Maio – Dia Mundial do Trabalho


“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.”
(Perseu Abramo)

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

Chicago, maio de 1886

O retrocesso vivido nestes primórdios do século XXI remete-nos diretamente aos piores momentos dos primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando ainda eram comuns práticas ainda mais selvagens. Não apenas se buscava a extração da mais-valia*, através de baixos salários, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias... Leia mais aqui


*mais-valia, exemplo: suponhanhamos que um funcionário leve 2 horas para fabricar um par de calçados. Nesse período ele produz o suficiente para pagar todo o seu trabalho. Mas, ele permanece mais tempo na fábrica, produzindo mais de um par de calçados e recebendo o equivalente à confecção de apenas um. Em uma jornada de 8 horas, por exemplo, são produzidos 4 pares de calçados. O custo de cada par continua o mesmo, assim também como o salário do proletário. Com isso, conclui-se que ele trabalha 6 horas de graça, reduzindo o custo do produto e aumentando os lucros do patrão. Esse valor a mais (mais-valia) é apropriado pelo capitalista e constitui o que Karl Marx chama de "Mais-Valia Absoluta". Além do operário permanecer mais tempo na fábrica o patrão pode aumentar a produtividade com a aplicação de tecnologia. Dessa forma, o funcionário produz ainda mais. Porém o seu salário não aumenta na mesma proporção. Surge assim, a "Mais-Valia Relativa". Com esse conceito Marx define a exploração capitalista

EVANGELHO DO DIA

Ano B - Dia: 01/05/2009



Jesus em Nazaré

Mt 13,54-58

Jesus voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.

Comentário do Evangelho

Jesus não é reconhecido

O evangelista Lucas apresenta uma narrativa paralela a esta, mais desenvolvida, situada como ato inaugural do ministério de Jesus. A família e a sinagoga eram as duas instituições fundamentais na tradição do judaísmo.
Ao ser destacada a incredulidade dos fiéis da sinagoga e dos membros da família de Jesus, o qual se torna para eles uma pedra de tropeço, fica caracterizado o distanciamento de Jesus em relação àquela tradição.
O povo de Israel tinha uma expectativa messiânica segundo a qual um dia viria um líder que conquistaria o poder e traria a glória para a nação judaica, que dominaria todos os demais povos. Seria um ungido (messias, do hebraico; cristo, do grego) à semelhança de Davi, rei que, segundo a tradição, teria criado um glorioso império, o que foi incorporado na memória do povo. Assim, diante de sua origem humilde, Jesus é desprezado por eles. Embora o Evangelho de Mateus inicie-se com uma imponente genealogia davídica de José, esse desprezo a Jesus em sua cidade contradiz esta origem grandiosa.

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