quarta-feira, 3 de junho de 2009

ETERNIDADE !


De fato não há outro assunto que não a tragédia do voo da Air France. Hoje vemos na tevê as fotos de homens e mulheres que sonhavam, trabalhavam e tinha um futuro pela frente. Da mesma forma, as crianças, mulheres e homens vítimas das tragédias do Maranhão, Piauí e Santa Catarina e as vítimas diárias da violência, da fome e da falta de assistência médica também tinham os mesmos sonhos. Fica as orações, os exemplos e as reflexões...

Quatorze minutos de eternidade


Entre a hora presumida de entrada do Airbus A330 da Air France na zona de turbulência sobre o Atlântico e a última mensagem enviada pelo equipamento do avião, na noite de domingo, passaram-se 14 minutos. Se fosse só isso, já seria aterrorizante. Mas o tempo de apreensão, angústia e pavor a bordo pode ter sido ainda maior para os 228 passageiros e tripulantes.

É tempo de sobra para que, diante da iminência de morte, a vidatudo que se fez e se disse, ou o que deixou de ser feito ou ser dito passe várias vezes pela cabeça de uma pessoa, com uma definição de cinema. E com uma crueldade de Juízo Final, porque não há mais tempo para dizer ou fazer o que faltou.

Entre os que conseguem se manter íntegros em tal situação, há quem tente vencer o abismo rabiscando algo às pressas, descrevendo o avião em queda ou a aproximação das chamas, despedindo-se de parentes ou namorados, ou tentando deixar uma reflexão mais profunda. É uma tentativa desesperada de comunicar-se pela última vez, de fazer com que sua voz seja ouvida depois do nada.

Sabemos disso porque fragmentos dessas mensagens costumam ser encontradas em destroços de aviões caídos em terra. É por esses retalhos calcinados que nos damos conta de que o drama pessoal de cada vítima de um acidente aéreo é maior do que a fria estatística da soma dos mortos no mesmo acidente.

Na tragédia do voo AF 447, comovemo-nos com o casal rumo à lua-de-mel em Paris e com o alemão que iria tratar dos papéis para se casar com uma brasileira. Mas havia também empresários, professores e executivos, que viajavam a negócios, a estudos ou para receber prêmios _enfim, para um luminoso futuro próximo. E outros cujas histórias pessoais, talvez riquíssimas, nunca chegaremos a conhecer.

Ruy Castro

EVANGELHO DO DIA

Ano B - Dia: 03/06/2009
Deus dos vivos
Mc 12,18-27
Alguns saduceus, os quais afirmam que ninguém ressuscita, chegaram perto de Jesus e disseram: - Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: "Se um homem morrer e deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu." Acontece que havia sete irmãos. O mais velho casou e morreu sem deixar filhos. O segundo casou com a viúva e morreu sem deixar filhos. Aconteceu a mesma coisa com o terceiro. Afinal, os sete irmãos casaram com a mesma mulher e morreram sem deixar filhos. Depois de todos eles, a mulher também morreu. Portanto, no dia da ressurreição, quando todos os mortos tornarem a viver, de qual dos sete a mulher vai ser esposa? Pois todos eles casaram com ela! Jesus respondeu: - Como vocês estão errados, não conhecendo nem as Escrituras Sagradas nem o poder de Deus. Pois, quando os mortos ressuscitarem, serão como os anjos do céu, e ninguém casará. Vocês nunca leram no Livro de Moisés o que está escrito sobre a ressurreição? Quando fala do espinheiro que estava em fogo, está escrito que Deus disse a Moisés: "Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó." E Deus não é Deus dos mortos e sim dos vivos. Vocês estão completamente errados.


Comentário do Evangelho
Jesus liberta da lei do levirato

Os saduceus eram membros de um partido religioso-político que abrigava membros de famílias ricas de latifundiários. Ao contrário dos fariseus, eles não acreditavam na ressurreição e eram colaboracionistas com o poder romano. Pela lei do levirato (Dt 25,5-10), o homem devia tomar como esposa a viúva de seu falecido irmão. Tal lei visava garantir que a família do falecido permanecesse na posse dos seus bens. Pelo direito de posse da mulher e por sua liberdade não havia nenhuma consideração. No caso anedótico proposto, a mulher casa-se com sete irmãos. Jesus, de maneira direta, afirma o erro e a incompreensão dos saduceus. O casamento e a mulher estão instrumentalizados em função da posse de bens. O que permanece para a eternidade são os atos de amor que constroem a vida, e não os interesses econômicos com seu apego aos bens materiais.


FONTE:Paulinas.org.br