quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
EVANGELHO DO DIA
Depois Jesus e os discípulos chegaram ao povoado de Betsaida. Algumas pessoas trouxeram um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. Ele pegou o cego pela mão e o levou para fora do povoado. Então cuspiu, passou a saliva nos olhos do homem, pôs a mão sobre ele e perguntou: - Você está vendo alguma coisa? O homem olhou e disse: - Vejo pessoas; elas parecem árvores, mas estão andando. Jesus pôs outra vez as mãos sobre os olhos dele. Dessa vez o cego olhou firme e ficou curado; aí começou a ver tudo muito bem. Em seguida, Jesus mandou o homem para casa e ordenou: - Não volte para o povoado!
Comentário do Evangelho
Aos poucos os discípulos conseguem ver
Está-se encerrando o ministério de Jesus na Galiléia e nos territórios gentílicos vizinhos. Indo da Decápole para Cesaréia de Filipe, Jesus chega a Betsaida, nome de origem aramaica que signifi ca "casa da pesca". É a cidade de Pedro, André e Filipe, com gregos entre a população. Marcos já apresentara a narrativa da cura de um surdo-gago, na Decápole. Agora é a cura de um cego. Ambas as curas, em narrativas exclusivas de Marcos, são feitas com o uso de saliva. Com detalhes, Marcos realça a corporeidade de Jesus. A alusão ao "povoado" cria problemas de interpretação. Pode ser uma referência simbólica, não geográfi ca, aos judeus da periferia. Estes estão submissos à ideologia da metrópole, Jerusalém. Quem começou a ver não deve entrar mais neste "povoado". Na cura do cego, os discípulos/leitores é que são os verdadeiros alvos da ação simbólica. Eles serão iluminados durante o caminho para Jerusalém, que se iniciará a seguir. E é com dificuldade e aos poucos que chegarão a ver. Os relatos de milagres não são registros históricos, mas marcos em momentos decisivos na revelação de Jesus e de sua missão