terça-feira, 7 de outubro de 2008

Brasil - Superar a desigualdade!


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD 2007) na última semana de setembro com dados que mostram a situação social brasileira, particularmente sobre a situação da desigualdade.

Segundo o órgão, os mais ricos ainda têm renda 30 vezes maior do que os mais pobres, sendo que o Índice de Gini para o Brasil, indicador mundial para o assunto, em 2007, era de 0,528.

Mostra também que os 10% da população ocupada com os mais baixos rendimentos detinham 1,1% do total dos rendimentos de trabalho, enquanto os 10% com os maiores rendimentos recebiam 43,2%.

Outro dado indica que a renda per capita mensal dos 10% mais pobres era de R$ 84; a dos 10% mais ricos de R$ 1.100 e a do 1% mais ricos de R$ 4.000.

Em outros termos, a concentração da renda per capita permanece elevada já que a fatia de renda dos 10% mais ricos representava cerca de 40% da renda total, ao mesmo tempo em que a fatia da metade mais pobre era de 15%; e que os 20% mais pobres tinham renda mensal de cerca de U$ 1,2 mil, enquanto a média de renda per capita no país era de U$ 8,4 mil.

Estudos feitos por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) informam que a desigualdade na distribuição de renda no Brasil está em queda permanente e constante, tendo recuado 7% nos últimos seis anos, uma das mais aceleradas do mundo. Segundo estes estudos, considerando que o Brasil não teve redução da desigualdade durante os 24 anos anteriores aos últimos seis, teria que prosseguir mais 18 anos no ritmo atual para chegar a níveis aceitáveis em comparação com a média mundial.

Todavia, segundo pesquisadores do assunto, a composição destes dados não inclui rendas obtidas de juros, aluguéis e lucros, medindo somente a renda resultante do trabalho. Segundo eles, a renda do trabalho representa cerca de 40% do PIB (ou seja, a maior parte da renda não entra no cálculo da desigualdade, justamente aquela apropriada pelos mais ricos). Isso leva os estudiosos a dizer que as quedas na desigualdade apontadas podem não ser reais, sendo que alguns até especulam sobre possíveis aumentos na desigualdade, dado o avanço que estas rendas não incluídas nos cálculos representam nos últimos anos.

Diante desses dados, pode-se considerar que o crescimento econômico é sim importante, assim como o aumento real do salário mínimo e os programas de transferência de renda, apontados pelos especialistas como fatores determinantes para a redução da desigualdade. À parte das discussões técnicas, que são bem-vindas, o que se pode notar é que o Brasil ainda continua sendo um dos países com os maiores índices de desigualdade do mundo.

Isto significa dizer que a justiça social é uma tarefa que está no centro da agenda nacional. E, se está no centro dos desafios do país, está também na agenda local, constituindo-se numa das principais tarefas também dos atuais e dos novos gestores públicos municipais.

Paulo César Carbonari

PROSA E POESIA


PASSA UMA BORBOLETA


Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.

(Fernando Pessoa)

HUMOR !


Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia...


> D - Delegado
> L - Ladrão



> D - Que vida mansa, heim, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer, sem precisar trabalhar. Vai para a cadeia!

> L - Não era para mim não. Era para vender.

> D - Pior. Venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

> L - Mas eu vendia mais caro.

> D - Mais caro?

> L - Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.

> D - Mas eram as mesmas galinhas, safado.

> L - Os ovos das minhas eu pintava.

> D - Que grande pilantra...

> Mas já havia um certo respeito no tom do delegado.

> D - Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...

> L - Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um
oligopólio. Ou, no caso, um ovigopólio.

> D - E o que você faz com o lucro do seu negócio?

> L - Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.

O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada.

Depois perguntou:

> D - Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

> L - Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

> D - E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?

> L - Às vezes. Sabe como é.

> D - Não sei não, excelência. Me explique.

> L - É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.

> D - O que é isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.

> L - Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

> D - Sim. Mas primário, e com esses antecedentes...


Luis Fernando Veríssimo.

O DESAFIO DA NOVA PREFEITA !


Uma questão de competência

Desde agora, os novos prefeitos que assumirão dia 1º de janeiro de 2009 devem começar a planejar as suas administrações, com foco no quadriênio. Duas coisas são determinantes para desenvolver um bom trabalho: planejamento e respeito ao orçamento. A partir daí, uma pitada de criatividade com bons projetos e muita agilidade nas decisões. Um regra básica é a seriedade na condução do orçamento, sem desvios de metas. Na Prefeitura de Natal, por exemplo, 90% das obras são executadas com participação do governo federal. Se não respeitar o orçamento os recursos vão faltar. O voto não tem preço, mas as consequências custam caro.

FONTE: Coluna Negócios e Finanças/Tribuna do Norte
Luiz Antônio Felipe