A tragédia do Rio de Janeiro e Nitéroi/RJ foi o que houve de mais triste esta semana. Quantas catástrofes naturais (Haiti, Chile e agora na cidade maravilhosa) em pouco mais de quatro meses neste ano. Ouço, neste momentos tristes de mortes coletivas, todo tipo de comentário, reflexão e tentativas de explicação que quase sempre tem a ânsia da procura por culpados.
Culpados são todos, não livram nem a Deus. "O quê ! Deus castiga! O homem quer ser mais que Deus". De outros ouvi: "A população também colabora né, vão morar em cima de morro". E por último: Os governantes são os culpados por sua irresponsabilidade e incompetência por permitirem que pessoas ocupem áreas de perigo.
Segundo Miriam Leitão, neste caso, os governos são os culpados... Esta é a conclusão do seu artigo publicado em O GLOBO de leitura obrigatória.
ERROS QUE MATAM
Certas cenas são haitianas. E é Niterói. O Morro do Bumba é uma espécie de resumo dos erros: era uma encosta, era uma ocupação, era um lixão. Não foi a chuva que matou, foram esses erros somados. A tragédia dos últimos dias no Rio traz tantas lições e confirma tantos alertas que só nos dá dois caminhos: corrigir os desatinos ou assumir de vez a insensatez.
Há cinco anos, a professora Regina Bienenstein, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) esteve no Morro do Bumba para estudar a situação de risco da comunidade.
- Isso já estava anunciado - diz a professora.
Deixar uma comunidade se instalar em cima de um lixão não faz qualquer sentido, explica o engenheiro e consultor ambiental Carlos Raja Gabaglia. Ele conta que visitou muito aterro sanitário na Alemanha. Aterro não é lixão. Aterro exige que se coloque uma manta para proteger o solo da contaminação e outra para recobrir e proteger o meio ambiente. Em cima, pode haver urbanização, jamais construções. E isso porque o terreno cede.
Há cinco anos, a professora Regina Bienenstein, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) esteve no Morro do Bumba para estudar a situação de risco da comunidade.
- Isso já estava anunciado - diz a professora.
Deixar uma comunidade se instalar em cima de um lixão não faz qualquer sentido, explica o engenheiro e consultor ambiental Carlos Raja Gabaglia. Ele conta que visitou muito aterro sanitário na Alemanha. Aterro não é lixão. Aterro exige que se coloque uma manta para proteger o solo da contaminação e outra para recobrir e proteger o meio ambiente. Em cima, pode haver urbanização, jamais construções. E isso porque o terreno cede.