segunda-feira, 30 de março de 2009

Feitos um para o outro

Presto meu tributo de padre católico ao comerciante judeu Girz Aronson,

dono da cadeia de lojas G. Aronson.


Não tive o prazer de conhecê-lo, mas ouço seus amigos falarem dele com o maior respeito. Respeito que aumentou quando do episódio de seu seqüestro em fins de setembro de 1998. Seu comportamento e o que ele disse mostram a estatura moral desse venerável ancião, cuja vida tem sido trabalhar e servir os amigos. Aos 82 anos, Girz Aronson, seqüestrado e ainda traumatizado pelo sofrimento, tinha algo a dizer e o disse aos jornalistas e ao povo brasileiro:

"Tive muito medo, mas o que me deu forças foi eu pensar o tempo todo na minha mulher".


Casar deve ser isso!

Ele sofria a brutalidade do seqüestro e o tempo todo, em vez de pensar em si, pensava nela, que estava sem ele, e no sofrimento que ela poderia estar passando ou poderia vir a passar.

Amor, quando é amor, raciocina desse jeito. Quando o casal é um para o outro, na dor dele ele pensa na dor dela. Torturado, ele ainda pensa na dor dela. E é nesse amor que ele sente forças para esperar. Para chegar aos 82 anos com esses sentimentos, deve ter havido muitos dias de ternura. Olho para os casais de outras religiões e louvo a Deus também por eles. Este amor deve ter sido alicerçado na fé. Felizes os casais que, na dor, pensam mais no outro do que em si mesmo.Quando o amor é verdadeiro, é exatamente isto que acontece.

Ele pensa: "Se alguém tem que sofrer, sofra eu, ela nunca!".

Ela pensa o mesmo: "Prefiro que seja eu do que ele".

E os filhos dizem: "Deus, poupe meus pais!"

E eles: "Senhor, poupe nossos filhos!".

Não há nada mais bonito do que uma família que ama a esse ponto. Não diga que elas não existem. Padres, pastores e médicos sabem que existem!


Pe. Zezinho, scj


Que Deus abençoe as futuras esposas.



EVANGELHO DO DIA

Ano B - Dia: 30/03/2009



Jesus perdoa
Jo 8,1-11

Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos. Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos. Eles disseram:
- Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
- Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. Então Jesus endireitou o corpo e disse:
- Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
- Ninguém, senhor! - respondeu ela.
Jesus disse:
- Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!

Comentário do Evangelho

Amor misericordioso de Jesus

Esta passagem do Evangelho é, consensualmente, um acréscimo tardio ao Evangelho de João. E exprime a prática do amor misericordioso de Jesus. Nela, uma mulher é acusada de adultério pelos escribas e fariseus. O adultério implica uma parceria. Assim, neste pecado talvez estivessem envolvidos alguns homens que a acusavam. Após a observação de Jesus, todos renunciam a apedrejá-la. No mal que atinge uma pessoa, pode-se considerar que há, de alguma maneira, responsabilidade de todos. Mais do que as censuras, é o amor misericordioso por alguém que toca o coração e move à conversão.