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O progama é todos as quintas-feiras, às 20h, na Rádio Rural de Natal.
Durante um ano e meio uma pesquisadora do Rio de Janeiro acompanhou mães que perderam os filhos de forma violenta e o resultado da pesquisa você vê na reportagem de Ana Paula Araújo.
Acidentes, assaltos violentos, assassinatos, imagens difíceis de esquecer. Ainda mais para quem perdeu um filho assim.
A morte de Hanry, baleado aos 16 anos, é um trauma eterno para Márcia. Teve desmaios e chegou a ser internada com um princípio de enfarte na época do julgamento dos acusados.
“Eu perdi o trabalho, eu perdi porque eu não ia mais pro trabalho, eu ficava com a sensação que ele ia chegar, eu fazia o jantar esperando por ele, eu ouvia a voz dele: - Mãe cheguei. A janta está pronta!" -, diz Márcia Jacinto, assistente administrativa.
Um estudo da Santa Casa de Misericórdia do Rio mostra que o impacto da violência pode gerar problemas graves de saúde.
A pesquisa foi feita comparando dois grupos de 11 mães. No primeiro, elas não sofreram nenhum trauma. No segundo, mulheres que perderam os filhos de forma violenta. Nesse grupo, 10 das 11 mães apresentaram o chamado estresse pós-traumático.
A doença causada pelo trauma vai além da tristeza e do sofrimento, que são normais no luto. O transtorno acontece quando, mesmo após mais de seis meses da perda, a pessoa ainda revive o trauma várias vezes e com a mesma intensidade como se tivesse acabado de acontecer. Essa lembrança forte vem acompanhada de sintomas físicos, como taquicardia, pressão alta e insônia.
“Na hora que você está revivendo, você tem toda a sensação física, descarga de adrenalina, descarga de cortizol que são substâncias naturais no ser humano, mas para a reação de luta, reação para quando você está sendo ameaçado. É como se a pessoa estivesse o tempo todo se sentindo novamente ameaçada”, explica Vera Lemgruber, psiquiatra e pesquisadora da Santa Casa, do Rio de Janeiro.
Elizabeth perdeu dois filhos adolescentes assassinados na saída de uma casa de shows. Foram dois anos de depressão, crises de choro e pressão alta.
"Você não sai de casa, acaba a vida social, acaba tudo", afirma Elisabeth Paulino, dona de casa.
O tratamento para um trauma tão violento exige remédios e terapia.
"Eu tenho que aprender a não ter medo de viver porque minha filha não merece não ter a mãe dela toda, meus netos não merecem não ter a avó. Eu tenho que ser avó, mãe, esposa, irmã. Minha família não merece”, declara Elisabeth.
O Jornal Hoje conversou com o psiquiatra Eduardo Ferreira Santos, que criou um serviço que atende vítimas da violência urbana. Confira no vídeo a entrevista e saiba mais sobre o assunto.
A Igreja Católica tentou impedir o aborto da menina, que estava grávida de gêmeos. Ela foi estuprada pelo padrasto no interior do estado. Nesta tarde a gravidez foi interrompida pelos médicos.
Uma história muito comovente e polêmica também. A Igreja queria impedir a cirurgia, mas os médicos e vários grupos de proteção à criança defendiam que o processo de aborto fosse feito rapidamente para salvar a vida da menina, que corria risco e iniciar um tratamento psicológico.
O caso foi descoberto na semana passada. A menina, que mora com a mãe em Alagoinhas, interior de Pernambuco, se queixava de dores e estava com ânsia de vômito. Os médicos fizeram uma ultrassonografia e constataram a gravidez.
Chocados, eles ligaram para a polícia e acionaram o serviço de proteção à criança. O padrasto dela confessou o crime e está preso.
A mãe diz que não sabia do assédio e nem que a outra filha de 14 anos também era abusada pelo marido.
A menina foi transferida para um hospital aqui no Recife e hoje pela manhã tomou um medicamento para estimular a expulsão dos fetos. No início da tarde, a menina está na sala de cirurgia, onde está sendo feita uma curetagem, que é um procedimento para retirar o resto da placenta.
De acordo com a Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público, neste caso o aborto não é ilegal, já que foi fruto de um estupro, e que a menina estava com quatro meses, dentro do prazo permitido pela lei, que é de cinco meses para interrupção da gravidez.
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho disse por telefone que considera o aborto um crime e defendeu a excomunhão.
O Grupo católico Luz do Mundo realiza no próximo sábado (07), a abertura oficial das ações da Campanha da Fraternidade 2009, com uma palestra coordenada pelo Diácono João Emanuel. O evento acontece a partir das 19h, no Centro Pastoral, ao lado da Igreja de São Marcos, no Conjunto Panatis II, Zona Norte de Natal e é aberto ao público.
Além da palestra inaugural, o grupo ainda preparou uma diversificada programação, que vai desde encontros de reflexão a exibições de filmes e visitas às casas, no intuito de chamar a atenção da população.
Este ano a Campanha da Fraternidade discute a violência e tem como tema "FRATERNIDADE E SEGURANÇA PÚBLICA - A paz é fruto da justiça" (Is 32, 17).