domingo, 6 de julho de 2008

O PAPA NÃO É POP

O papa Bento XVI está longe de ter o carisma de seu antecessor no trono de Pedro, mas sobressai pelo guarda-roupa. Os chapéus, gorros e sapatos vermelhos, assim como os óculos escuros, chegaram a lhe valer um posto na galeria dos homens “que melhor sabem combinar os acessórios no vestuário”, numa tirada maldosa da revista americana Esquire. Espalhou-se também o boato de que os rubros sapatos papais seriam da badalada marca italiana Prada, o que foi desmentido pelo Vaticano.

Os acessórios usados pelo papa, na verdade, não guardam nenhuma relação com a moda nem representam uma opção estética. Eles estão carregados de significado religioso. São peças adotadas por pontífices do passado, resgatadas por Bento XVI como uma forma de recuperar a tradição da Igreja e, desse modo, reconectar a instituição à sua história milenar.

“Mais do que qualquer outro papa da história recente, ele tem um profundo interesse nos trajes litúrgicos e não-litúrgicos que haviam sido abandonados”, disse a VEJA o padre Keith Pecklers, professor de história litúrgica da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

“Isso sugere seu desejo de retomar elementos que ele acredita terem sido perdidos depois das reformas do Concílio Vaticano II.”

Fonte: Vanessa Vieira - VEJA desta semana

Papa não veste Prada, diz jornal do Vaticano.

ROMA (Reuters) - Após anos de especulações de que o papa Bento 16 usava sapatos da grife Prada, o jornal oficial do Vaticano negou a história, chamando-a de "frívola".

No ano passado, a revista Esquire classificou os sapatos do pontífice de 81 anos como o "acessório do ano". Os fashionistas diziam que os calçados de couro vermelho provavelmente eram feitos pela maison italiana.
Como o Vaticano não negava nem confirmava a informação, os rumores continuaram a circular, até que o Osservatore Romano publicou uma nota condenando as matérias que, segundo o jornal, deram um ar de futilidade à autoridade máxima da Igreja Católica.
A inclusão do papa na lista da Esquire de homens mais bem vestidos do mundo foi, segundo o jornal, "de uma frivolidade que é muito característica de uma era que tende a banalizar e não compreender".

O artigo explica que os sapatos do papa, assim como sua coleção de chapéus extravagantes, não têm nada a ver com vaidade, mas sim com tradição. "Resumindo, o papa não veste Prada, mas Cristo", disse.

O artigo não especificou quem faz os sapatos.

As roupas de Bento 16 costumam chamar atenção. Em recentes passagens pela praça São Pedro, ele se protegeu do sol com um chapéu de enorme aba conhecido como "Saturno", devido aos anéis do planeta.

Por volta do Natal de 2005, ele encantou os romeiros ao aparecer com um gorro vermelho e uma capa escarlate, fazendo com que se parecesse com Papai Noel.

O Osservatore informou que os acessórios estão longe de ser itens fashion. Na verdade, são peças papais tradicionais, usadas por diferentes pontífices ao longo da história.

(Reportagem de Robin Pomeroy)

MOMENTO DE SENTIMENTO


Esses dias eu estava pensando naquelas pessoas que gostam de tratar as outras pessoas com ignorância, como se não existisse educação para dizermos o que quisermos a alguém desde que não seja com palavra de baixo calão. Lembrei de uma cena que presenciei aonde a menina destratou o namorado só porque o cara atrasou no horário que marcou com ela na saída do trabalho. Foi muito feio da parte da garota. Meia hora depois ela se arrependeu do que havia feito, mas não teve a humildade de pedir desculpas a ele pelo erro que ela cometeu...

Eu fiquei pensando comigo: porque as pessoas gostam tanto de humilhar as outras de uma forma tão cruel? Geralmente, é gente que acredita que a tal pessoa (vítima), é propriedade sua. Mas isso não é verdade. Ou pelo menos não deveria ser. Todo ser humano tem livre arbítrio para que possa viver a sua vida do jeito que entender. No entanto, muita gente parece gostar de ser tratada de uma forma tão passiva que chega a dar medo. Eu acho isso errado. Eu acredito que todos nós temos a capacidade de responder pelos nossos atos. E não permitir, absolutamente, que alguém mande em nós. Quando isso acontece num relacionamento, há algo ta errado. Antes eu não conseguia enxergar esse lado. E muitas vezes, sofri por isso. Mas agora, depois de um longo tempo convivendo com a solidão, eu consigo ver que a vida tem vários lados e que o ser humano não deve ser tão submisso ao ponto de ser visto como um “cachorrinho” super obediente ao seu dono ou a sua dona. Todos nós temos o direito de sermos felizes. Ao mesmo tempo em que falo isso, também sou flexível no seguinte: se você é feliz sendo tratado com ordens pelo seu companheiro (a), então, não tenho nada a lhe dizer. Apenas lamentar por você gostar de ser assim.

Preste atenção numa coisa. O amor é um sentimento de vários significados e um dos significados é valorizar a si mesmo. Quem ama de verdade entende que é muito importante cuidar de si. Não me refiro apenas à aparência física, mas em todos os sentidos. Ser uma pessoa bonita não é apenas botar uma roupa bonita e sair por aí desfilando como se a rua fosse uma passarela. Na verdade é. Mas, ser bonito é estar bem consigo mesmo e demonstrar isso em sua educação, sua inteligência e sua humildade. É também ter coragem de pedir perdão quando cometer um erro e dizer que ama quando sentir em si esse sentimento.

Seja você com palavras, gestos, carinho e verdade. A sinceridade é tudo. Mas existem várias formas de ser sincero sem ferir tanto. Ser ignorante na hora da verdade, como aquela garota que eu presenciei, só piora as coisas. Humilhar os outros não é a forma correta de resolver um problema. Use o seu carisma, mesmo na hora mais difícil.

Boa sorte.


João do Amor

EVANGELHO DO DIA

Ano A - Dia: 06/07/2008



Um convite de Jesus

Mt 11,25-30

Naquela ocasião Jesus disse:
- Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos! Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.
- O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.
- Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso. Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve.

Comentário do Evangelho

A oração de Jesus

Na primeira parte do evangelho de hoje (vv. 25-27), temos uma breve oração de louvor, de Jesus, com a afirmação da união de conhecimento entre o Filho e o Pai. Este texto, está também, praticamente com as mesmas palavras, no evangelho de Lucas, com um estilo estranho ao estilo literário dos evangelhos sinóticos. Encontramos semelhanças de estilo nas seguintes passagens do evangelho de João: dirigir-se diretamente ao Pai, em oração de louvor (Jo 11,41b-42); tudo entregue pelo Pai e a revelação do Filho (Jo 17,6), o conhecimento entre o Filho e o Pai (Jo 17,25-26).
Jesus dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do Pai é que todos o acolham. Contudo surge uma separação entre os "sábios e entendidos" e os "pequeninos". Os sábios e entendidos são os auto-suficientes das elites judaicas e os poderosos das cidades. Estes estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão. Completando a oração, Jesus afirma a sua união de conhecimento com o Pai, que é a fonte da sua revelação ao mundo. Em Deus, conhecer e amar são inseparáveis. A experiência missionária confirma que os pobres estão mais disponíveis para acolherem as propostas do Reino para a transformação do mundo.
Depois da sua ação de graças com alegria, Jesus convida a todos ao seu seguimento. O descanso e o alívio são convincentes motivos para este seguimento. Os discípulos suportavam o fardo da religião do Templo e da sinagoga. Era uma religião de observâncias que oprimiam e excluíam. Pela adesão à novidade de Jesus, no seu convívio, na amizade, na fraternidade e na prática do serviço, os discípulos encontram a alegria. No mundo também vigora o pesado fardo da ideologia do poder e do sucesso. É a ideologia mantida pelos donos do poder em vista da submissão dos oprimidos. O mundo oferece a todos a sedução da riqueza e do poder. Correndo atrás destas ofertas as pessoas se isolam e seus corações são carregados com os fardos da ansiedade e da angustia.
A paz comunicada por Jesus, tão desejada por todos (cf. primeira leitura), até hoje não foi encontrada por Israel, que, fixo na idéia de "povo eleito", ainda prioriza a violência e a guerra.
Na segunda leitura prevalece o dualismo carne x espírito. Como fruto da encarnação do Filho de Deus, é no coração humano de Jesus, manso e humilde, que se encontra o repouso e a paz.

Oração
Pai, a mansidão e a humildade de Jesus sirvam de estímulo para mim, no relacionamento com os meus semelhantes. Livra-me da arrogância e da prepotência!