quinta-feira, 2 de julho de 2009

Aprender do sofrimento

Esta semana conversava com o meu amigo Antônio Carlos e falávamos como o tempo passa rápido e que, diferentemente de outros tempos, diga-se nossa juventude, a morte nos ronda com mais frequência. Só este mês conto o falecimento de três pessoas próximas e outras internadas ou muito doente. Não conto aqui as mortes diárias tão próximas da gente, produto desta violência que nos assola. Na minha rua mesmo há pouco mais de um ano um rapaz fora assassinado quando namorava.

A razão de nossa existência é a felicidade, a despeito de todos os sofrimentos desta vida. Como consolo transcrevo artigo que reflete a importância do sofrimento como aprendizado.

Luiz Teixeira



Aprender do sofrimento

O sofrimento é a grande escola do aprendizado humano. Contém verdade, a frase atribuída a Hegel:”o ser humano aprende da história que não aprende nada da história, mas aprende tudo do sofrimento”. Prefiro a formulação de Santo Agostinho em suas Confissões:” o ser humano aprende do sofrimento mas muito mais do amor”.

O amor fati (o amor à realidade crua e nua) dos antigos e retomado por Freud se impõe nos dias atuais em que a humanidade se vê assolada por grave crise de sentido, subjacente à crise econômico-financeira. Devemos reaprender a amar de forma desinteressada e incondicional a Terra, todos os seres, especialmente os humanos, os que sofrem, respeitá-los em sua diferença e em suas limitações. O amor é uma força cósmica que “move o céu e as estrelas” no dizer de Dante. Só quem ama, transforma e cria.

Os grandes se reúnem, estão confusos e não sabem exatamente o que fazer. É que amam mais o dinheiro que a vida. Se amor houvesse, aprovariam o que está sendo proposto: uma “Declaração Universal do Bem Comum da Humanidade”, base para uma “Nova Ordem Global e Multilateral” contemplando toda a humanidade, a Terra incluída. Mas não. Perplexos, preferem repetir fundamentalmente, as fórmulas que não deram certo. Caberia, entretanto, perguntar: que capacidade possuem 20 governos de decidir em nome de 172? Onde estão os títulos de sua legitimidade? Apenas porque são os mais fortes?

Mesmo assim vejo que se podem tirar algumas lições, úteis para as próximas crises que estão se anunciando.

A primeira dela é que os governantes, para além de suas diferenças, podem se unir face a um perigo global. Mesmo que suas soluções não representem uma saída sustentável da crise, o fato de estarem juntos é significativo, pois dentro de pouco enfrentaremos uma crise muito pior: da insustentabilidade da Terra e dos efeitos perversos do aquecimento global. Este trará consigo a crise da água e da insegurança alimentar de milhões e milhões de pessoas. Tal situação forçará uma união dos povos e dos governos, maior do que essa dos G-20 em Londres, caso queiram sobreviver. Se grande será o perigo, maior será a chance de salvação, dizia um poeta alemão, mas desde que ocorra esta união. A solução virá somente de uma política mundial assentada na cooperação, na solidariedade, na responsabilidade global e no cuidado para com a Terra viva.

A segunda lição é que não podemos mais prolongar o fundamentalismo do mercado, o pensamento único que arrogantemente anunciava não haver alternativas à ordem vigente, como se a história tivesse sido engessada a seu favor e destruído o princípio esperança. Nem podemos mais confiar na mera razão funcional, desvinculada da razão sensível e cordial, base do mundo das excelências e dos valores infinitos (Milton Santos, nosso grande geógrafo) como o amor, a cooperação, o respeito, a justiça e outros. Desta vez, ou elaboramos uma alternativa, vale dizer, um novo paradigma civilizatório, com outro modo de produção, respeitador dos ritmos da natureza e um novo padrão de consumo solidário e frugal ou então teremos que aceitar o risco do desaparecimento de nossa espécie e de uma grave lesão da biosfera. A Terra pode continuar sem nós. Nós não podemos viver sem a Terra.

A terceira lição é constatar que a economia, feita eixo estruturador de toda a vida social, se torna hostil à vida e ao desenvolvimento integral dos povos. Ela deve ser reconduzida à sua verdadeira natureza, a de garantir a base material para a vida e para a sociedade.

Vivemos tempos de grandes decisões que representam rupturas instauradores do novo. Bem notava Keynes:”a dificuldade não estriba tanto na formulação de novas idéias mas no sacudir as velhas”. As velhas se desmoralizaram. Só nos resta confiar nas novas. Nelas está um futuro melhor.

Leonardo Boff
Autor de “Ecologia, Mundialização e Espiritualidade” pela Record, Rio de Janeiro.

CHARGES


JACKSON DO MARANHÃO

VIVA A COPA DO MUNDO! Enquanto isso...

A capital potiguar lidera o ranking das capitais brasileiras com menos esgoto.


É o que revela a coluna Radar. Confiram:

O saneamento básico não constava nas exigências da Fifa para determinar a escolha das cidades-sede da Copa 2014.

Se constasse, algumas capitais escolhidas teriam problemas. A partir de uma pesquisa sobre os impactos sociais da falta de esgoto, que a FGV e a ONG Trata Brasil lançam na quinta-feira, é possível fazer um curioso ranking.

Na liderança, ficaria Belo Horizonte, a capital com mais acesso a esgoto do país (97% das residências têm), seguida por São Paulo (89,5%), Salvador (89%) e Rio de Janeiro (84%).

Na lanterna, ficaria Natal, com 21% de domicílios conectados à rede de esgotos.”


Quem são os culpados por esta desgraça, que é a falta de saneamento básico em nossa linda cidade? É facil responder, basta ver quem governou esta cidade nos últimos trinta anos. Não lembra? Este blog faz um retrospectiva.


José Agripino Maia (1979-1982),

Garibaldi Alves (1985-1988),

Wilma de Faria (1989-1992, 1996-2002) e,

Carlos Eduardo Alves (2002-2008).



IMAGEM É TUDO !


Um leitor blogueiro de Natal contou 289 buracos no trecho que vai da avenida Afonso Pena, em Petrópolis, a Roberto Freire, em Ponta Negra.

Isso porque ninguém fez esta contagem na Zona Norte e na buraqueira que é o bairro Nossa Senhora da Apresentação. Lá! Onde se executa uma pessoa por dia!

Natal é sem dúvida a capital com mais buracos por metro quadrado do Brasil.

Enquanto isso... Estamos na Europa a vender Natal/RN

Que Deus nos proteja !


EVANGELHO DO DIA

Ano B - Dia: 02/07/2009
Jesus perdoa os pecados

Ano Sacerdotal
Mt 9,1-8
Jesus entrou num barco, voltou para o lado oeste do lago e chegou à sua cidade. Então algumas pessoas trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico: - Coragem, meu filho! Os seus pecados estão perdoados. Aí alguns mestres da Lei começaram a pensar: - Este homem está blasfemando contra Deus. Porém Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse: - Por que é que vocês estão pensando essas coisas más? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se e ande"? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados. Então disse ao paralítico: - Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa. O homem se levantou e foi para casa. Quando o povo viu isso, ficou com medo e louvou a Deus por dar esse poder a seres humanos.

Comentário do Evangelho
A cura é sinal de perdão e amor
Mateus, como ocorre diversas vezes, resume uma narrativa anterior já presente no Evangelho de Marcos para adaptá-la ao plano de seu próprio Evangelho. Assim acontece com esta cura do paralítico. Mateus a inclui em um bloco de dez milagres, buscando um efeito de persuasão para o discurso apostólico que apresentará em seguida. A doença era associada ao pecado e representava uma impureza. A purificação deveria ser feita no templo, mediante ofertas em nome de Deus. Tocado pela fé tanto do paralítico como do grupo que o carregava, Jesus chama-o de "filho" e proclama o perdão de seus pecados. Ao se irritarem e acusarem Jesus de blasfêmia, os fariseus e mestres da Lei pretendem condená-lo por ter desconsiderado o espaço privilegiado do templo. A cura do paralítico é sinal do perdão dos pecados, fruto do amor misericordioso de Jesus.
Fonte: Paulinas.org.br