sábado, 17 de abril de 2010

Natal está com queloide


Nos últimos tempos, trafegando pelas ruas de nossa cidade, veio-me a lembrança de um fato pitoresco acontecido no início da minha adolescência.

Minha casa em reforma, mestre pedreiro necessitando de novo servente, pois o primeiro havia desistido...; então, para não ter mais “dor de cabeça” e “economizar”, sobrou a vaga para mim e meu irmão – em plenas férias de final de ano!

“Será divertido”, pensei num primeiro momento.  Não foi.  E, pior, em via média de execução da obra – o contra-piso do quarto –, aconteceu um acidente comigo.

Eu vinha com o carrinho de mão em “alta velocidade” – para ter o mínimo de emoção naquele marasmo –; saí do quarto, entrei pela cozinha, cheguei à área de serviço, mirei a tábua que ligava-a ao quintal (uma altura de uns trinta centímetros do chão), errei... Como vinha rapidamente, o para-choque do carrinho tocou o solo ao lado da tábua, que serviu de base para a alavanca que uma das duas hastes de segurar o carrinho se tornou.  Ela entrou quase embaixo de minha axila direita, levantando-me do chão e jogando-me a quase três metros.  Caí.  Susto grande.  Nenhum arranhão.  “Ufa!”, pensei equivocadamente de novo; havia um ferimento que, com certeza seria alvo de ponto, bem perto da axila, que não me deixava nem levantar o braço.  Solicitamente, minha vizinha fez um curativo e o ferimento, dali a dois meses, estava sarado, mas...

Isso mesmo: QUELOIDE.  O local da lesão ficou “desnivelado” em relação à pele em seu entorno, mesmo com o ferimento já sarado.  Para quem não sabe direito o que é, é uma espécie de pele sobre a pele; funcionalmente não influi em nada, porém esteticamente...

Atualizemos o contexto que me inspirou a escrever.  Percorro muito nossa cidade – em todas as suas zonas.  E, ultimamente, boa parte das ruas de leste a oeste, de norte a sul da capital potiguar está com aparência de queloide. 

A prefeitura teve o bom senso e a hombridade de se preocupar em realizar obras de drenagem e/ou saneamento, todavia, para variar, ou não fiscaliza o feito ou quem fiscaliza é incompetente.  Ruas e avenidas por onde eu trafegava com prazer, pois parecia até uma superfície de porcelanato (desculpe-me a hipérbole), agora é alvo de minha indignação.  Piso irregular, ora com buracos, ora aparentando as famosas “costelas de vaca”, comuns em estradas de pissarro (pissarra segundo o Aurélio), sempre tirando ou abalando nossa paciência.

Já escutei frases do tipo – as quais não acho impossível de se tornarem ou serem verídicas: “Se está assim por cima, ‘avalie’ como está por baixo”; “Dinheiro jogado fora: se nem souberam cobrir, imagine o que vai haver de vazamentos embaixo”.

Pois é...  Fiquei com dois lados nesse absurdo: a lembrança dolorida e a indignação de saber que a cidade em que  nasci e assisto, não está tendo o tratamento que lhe é merecido.

A queloide normal – no corpo humano – não gera problemas funcionais, apenas estéticos; já a queloide provocada pela má conduta da administração pública gera tanto um como outro.  Talvez tenhamos que chamar um cirurgião plástico para aconselhar a secretaria municipal responsável por essa vergonha ou um marceneiro para envernizar a cara de pau daqueles que dizem que isso “é um mal necessário”.

Sem mais para o momento, mas muito para daqui a pouco... Um abraço fraterno a todos!


Antonio Carlos Galvão Júnior
                     (10 de janeiro de 2010)

IMAGEM É TUDO

Monges tibetanos rezam pelas vítimas de terremoto na China



Monges tibetanos entoam cânticos fúnebres pelas vítimas do terremoto que atingiu a China sobre os escombros de casas. O abalo sísmico de 6,9 graus de magnitude, desta quarta-feira (14), causou a morte de 800 pessoas na remota província de Qinghai, no oeste do país. Os corpos foram cremados em rituais neste sábado (17). A medida tem como objetivo evitar doenças.

G1

FAZER GAMBIARRA

Do que você é capaz de fazer quando é preciso improvisar para não atrasar?


fotos que falam

EVANGELHO DO DIA

Ano C - Dia: 17/04/2010



Jo 6,16-21 - Não tenham medo, sou eu!
Leitura Orante

Jo 6,16-21


De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo.
Mas Jesus disse:
- Não tenham medo, sou eu! 
Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo.

Comentário do Evangelho

Jesus não nos abandona

Esta narrativa, mais longa nos Evangelhos de Marcos e Mateus, é resumida por João, o qual se destaca pelo recurso aos simbolismos. Com as imagens do "escuro", "vento forte", "mar agitado", é evocado o caos original da criação, como um paralelo entre Jesus andando sobre as águas e o Espírito de Deus pairando sobre as águas. A isto se acrescenta a revelação do Sinai, e a aparição do Ressuscitado aos discípulos fechados a quatro paredes: "Sou eu. Não tenhais medo!". A barca, com os discípulos, no escuro e no mar agitado pelo vento simboliza a sua insegurança.
Estão de volta às trevas e à agitação do sistema opressor do qual Jesus procura libertá-los. Até então "Jesus não tinha vindo a eles". Mas Jesus não os abandona. Andando sobre as águas, aproxima-se. Os discípulos, sem entenderem, temem diante da visão. A identificação de Jesus lhes traz paz. Agora, confiantes, querem receber Jesus no barco. Mas com o simples aproximar de Jesus eles ficam libertos da agitação e do medo, pois o barco atinge a terra firme. João, com sua simbologia, revela-nos Jesus como aquele que traz a paz e a segurança na comunidade e na missão.

Autor: José Raimundo Oliva
Fonte: paulinas.org

FRASE DO DIA



Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.