quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Em tempos de carnaval...

O sentido do humor e da festa

Os tempos não são bons. A humanidade é conduzida por líderes na maioria negativos e medíocres. As religiões, quase todas, estão doentes de fundamentalismo, arrogância e dogmatismo, não excluídos setores da Igreja Católica.

Mesmo assim há ainda lugar para o humor e o sentido da festa? Cremos que sim. Apesar dos absurdos existenciais, a maioria das pessoas não deixa de confiar na bondade fundamental da vida. Levanta-se pela manhã, vai ao trabalho, luta pela família, procura viver com um mínimo de decência (tão traída pelos políticos) e aceita enfrentar sacrifícios por valores que realmente contam. O que se esconde por detrás de tais gestos cotidianos? Aí se afirma de forma pré-reflexa e inconsciente: a vida tem sentido; aceitamos morrer, mas a vida é tão boa, como disse, antes de morrer, François Mitterrand.

Sociólogos como Peter Berger e Eric Vögelin têm insistido em suas reflexões que o ser humano possui uma tendência inarredável para ordem. Onde quer que ele emerja, cria logo um arranjo existencial com ordens e valores que lhe garantem uma vida minimamente humana e pacífica.

É esta bondade intrínseca da vida que permite a festa e sentido de humor. Através da festa, no sacro e no profano, todas as coisas se reconciliam. Como afirmava Nietzsche, “festejar é poder dizer: sejam bem-vindas todas as coisas”. Pela festa o ser humano rompe o ritmo monótono do cotidiano, faz uma parada para respirar e viver a alegria de estar-juntos, na amizade e na satisfação de comer e de beber. Na festa, o beber e o comer não têm uma finalidade prática de matar a fome ou a sede, mas de gozar do encontro e de celebrar a amizade. Na festa o tempo do relógio não conta e é dado ao ser humano, por um momento, vivenciar o tempo mítico de um mundo reconciliado consigo mesmo. Por isso, inimigos e desconhecidos são estranhos no ninho da festa, pois esta supõe a ordem e a alegria na bondade das pessoas e das coisas. A música, a dança, a gentileza e a roupa festiva pertencem ao mundo da festa. Por tais elementos o ser humano traduz seu sim ao mundo que o cerca e a confiança em sua harmonia essencial.

Esta última confiança dá origem ao senso de humor. Ter humor é possuir a capacidade de perceber a discrepância entre duas realidades: entre os fatos brutos e o sonho, entre as limitações do sistema e o poder da fantasia criadora. No humor ocorre um sentimento de alívio face às limitações da existência e até das próprias tragédias. O humor é sinal da transcendência do ser humano que sempre pode estar para além de qualquer situação. No seu ser mais profundo é um livre. Por isso pode sorrir e ter humor sobre as maneiras que o querem enquadrar, sobre a violência com a qual se pretende submetê-lo. Somente aquele que é capaz de relativizar as coisas mais sérias, embora as assuma num efetivo engajamento, pode ter bom humor.

O maior inimigo do humor é o fundamentalista e o dogmático. Ninguém viu um terrorista sorrir ou um severo conservador cristão esboçar um sorriso. Geralmente são tão tristes como se fossem ao próprio enterro. Basta ver seus rostos crispados. Não raro são reacionários e até violentos.

Em última instância, a essência secreta do humor reside numa atitude religiosa, mesmo esquecida no mundo profano, pois o humor vê as realidades todas em sua insuficiência diante da Ultima Realidade. O humor e a festa revelam que há sempre uma reserva de sentido que nos permite ainda viver e sorrir.

Editorial do Literatura e Arte no Plural - Cronópios (www.cronopios.com.br)

P.S - Neste carnaval, rezando ou se divertindo, vivamos com moderação. Que Deus nos abençõe!


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Proteção e Cuidado


Quando chega o verão (carnaval) , todo mundo quer ganhar uma cor mais bronzeada. Apesar de atrativa, é importante o uso diário de filtros solares que protejam contra a radiação UVB e UVA e que sejam adequados ao tipo de pele (FPS mais alto para pele mais clara, por exemplo).
" Os filtros solares também não garatem proteção total contra os efeitos nocivos do sol, por isso, recomenda-se evitá-lo entre 10h e 16h horas, além de ser importante o uso de barreiras físicas quando estiver na praia ou piscinas, como chápeus, bónes, óculos escuros, camisetas".
Os protetores em gel, loção fluida ou livre de óleo são indicados para peles mista e oleosa,
e protetores em cremes e as loções cremosas, para a pele seca.

Bom carnaval pra você, e lembre-se sol com inteligência.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Um novo lugar na Internet

É com alegria que aviso que nosso grupo tem um novo endereço na internet:

http://grupoluzdomundo.org

Agora mais elegante e fácil de aprender. É o próprio nome do grupo junto com ".org" que indica sites que representam organizações.

Nem é preciso avisar que a equipe de internet terá se reunir para colocar-mos nossas idéias em prática.

Que Deus nos ajude.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Feliz Aniversário querido coordenador Luiz



Hoje vai ter uma festa, bolo e guarana muito doce pra você, é o seu aniversário vamos festejar e os amigos receber, mil felicidades e amor no coração que a sua vida seja sempre muito doce e emoção, bate bate palma é hora de cantar agora todos juntos vamos lá...
PARABÉNS PARABÉNS ........
PRA LUIZ TUDO OU NADA???
mas com quem será???
QUE DEUS TE ABENÇÕE E TE GUARDE E TE CONCEDA MUITA PAZ NESSA NOVA FASE DE SUA VIDA. O GLM TE AMA.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Antes tarde do que nunca...










CONFRATERNIZAÇÃO DE FIM DE ANO DIA 30 DE DEZEMBRO EM UM CLUB NA ZONA NORTE, ONDE JOGOS, PISCINAS E DINÂMICAS NÃO FALTARAM.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Huguinho eu te amo muitão

Sabe, eu sou muito apaixonado pelo meu filho. Eu o amo com o coração. Para mim ele é o maior presente que já recebi em toda minha vida. Vocês não imaginam a alegria que sinto quando ele vem passar o dia comigo aqui em casa. A gente brinca tanto que tem horas em que me sinto mais criança que ele mesmo. É um sentimento muito grande que tenho por ele. Quero vê-lo muito feliz na vida. Tenho fé em Deus que tudo vai dar certo pra ele e que todos os obstáculos serão vencidos.

Essa criança é o que eu tenho de mais sagrado, de mais bonito, de mais humano, de mais amigo e mais sincero em mim. Sou um pai que estar sempre presente, mesmo não morando em baixo do mesmo teto e convivendo todos os dias como planejei. Mas isso nunca vai me impedir de estar com ele em minha vida, em meu coração. Vou cuidar dele sempre até o meu último dia aqui na terra. E se Deus permitir, mesmo tendo partido pro andar de cima, mesmo de lá, vou torcer pela felicidade dele aqui nesse mundo.

Hugo pra mim tem o sentido de amor, carinho, sonho, realidade, felicidade... Em meus momentos tristes, aqueles depressivos ao extremo, quando a solidão entra em mim e me arrasta pro choro, eu penso nele. E as lágrimas secam. Eu lembro que ele precisa de mim, que ele é indefeso, que uma das minhas missões aqui é criá-lo com muito amor. Todo o amor que existir em mim. E nunca hei de negar esse amor a ele.

Ainda me lembro o primeiro dia em que o pela primeira vez no hospital. As minhas lágrimas desceram na hora. O coração acelerou com uma rapidez incrível, as pernas tremeram e a voz calou diante da presença dele. Foi uma emoção sem igual. O trouxe pra casa e a minha convivência com ele em baixo do mesmo teto, só durou 4 meses. Acreditem: 4 meses. O meu casamento acabou. A minha vida desmoronou. O meu mundo se transformou pra pior.

Mas o tempo passou. Fui morar sozinho. Tentar juntar os cacos da minha vida. Enquanto isso, Hugo bem novinho, eu trazia ele pra ficar comigo nas minhas folgas. Nunca sai pra me divertir depois que ele nasceu. Sempre dediquei o meu tempo livre a ele. Para mim é mais importante estar com ele em meus momentos de descanso do trabalho do que sair por aí. Então aprendi a fazer mingau e vim cuidando dele desde bebezinho. Hoje ele tem quase 4 anos. E o meu amor por ele continua grandão. A gente conversa, brinca, vê TV, assiste filmes, desenhos... Nos divertimos juntos.

Agora mesmo ele ta lá na sala vendo os desenhos dele. E eu aqui escrevendo sobre ele. De vez em quando, ele vem aqui e me dar um beijo. São momentos que dinheiro nenhum paga. Dinheiro nenhum.

Só sabe o que é o amor aquele que aprende amar da maneira mais simples que o coração pede.

Eu te amo Victor Hugo, sempre.


Essa foto foi tirada a poucos minutos. Eu coloquei um colchão na sala e ele vestido com uma das minhas camisas, ta vendo desenhos. Tão distraído que nem se importou com o clic do celular.


Garotão você é, simplesmente, lindo. Eu amo você muitão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

GLM CRACKS

HÁ QUEM DIGA QUE ELES SÃO OS MAIORES PERNAS DE PAU DO PANATIS A NEOPÓLIS, E VOCÊS O QUE DIZEM?

AQUI SEGUEM AS PERGUNTAS DO 1° QUIZ GLM;

1° EM SUA OPNIÃO QUAL É O MAIOR GANDULA?
2° QUAL O MAIOR CORREDOR? (LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO O FÍSICO)
3° EM SUA OPNIÃO QUEM VOCÊ COLOCARIA NO BANCO?
4° QUAL JOGADOR É O MAIS GATO? E O FATO DE JOGAR SEM A PARTE DE CIMA, ATRAPALHA A VISÃO DA TORCIDA?
5° VOCÊ ACREDITA QUE SE AS MENINAS PARTICIPASSEM DARIA UM CHARME AO CAMPO?
6° A DIFERENÇA DE IDADE DEIXA O TIME COM QUE CARA? EM QUE NÍVEL VOCÊ ACREDITA QUE ELES SE CLASSIFICARIAM?
7° VOCÊ ACREDITA QUE ELES CONSEGUEM CHEGAR COM FREQUÊNCIA NO 2° TEMPO DE JOGO?



SUA OPNIÃO É MUITO IMPORTANTE, O GLM TRABALHANDO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM TIME MELHOR, PARTICIPE!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

JUNTOS SOMOS MAIS

A idealizadora que fez de um sonho a realidade em um Natal.
Natal feliz é Natal com Cristo.


Alguns dos nossos colaboradores


OBRIGADA A TODOS QUE NOS AJUDARAM A LEVAR ADIANTE ESSE PROJETO, AOS QUE DOARAM A REFEIÇÃO QUE FOI SERVIDA, AOS QUE COZINHARAM E LIMPARAM O ESPAÇO, AO NOSSO PADRE, AOS QUE PARTICIPARAM NOS PREPARATIVOS,EM ESPECIAL NOSSOS CONVIDADOS POR TORNAREM NOSSO JANTAR UMA REALIDADE.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Um idiota da vida

Eu sou um eterno admirador do amor. Gosto das letrinhas que formam essa palavra (AMOR), e do som da própria palavra. A sensação que tenho é que ao falar, sinto-me feliz, apesar de não ter um amor na minha vida.

Se eu tivesse poderes faria todas as pessoas se apaixonarem pelas outras e o mais importante: faria todos se respeitarem de verdade. Fico tão triste com a infidelidade. Parece que as pessoas não sabem a importância do gostar. Vivem o tempo todo traindo, sacaneando, vendo apenas o lado sexual. Não valorizam o sentimento, só pensam no desejo e nada mais. O negócio é só cama. O lado do papo, da atenção, da compreensão, do carisma... Não existe mais.

O amor é um sentimento tão sublime. Tão lindo. Se todos tivessem a compreensão de entendê-lo veriam que além do sexo sem compromisso, existem milhões de alegria nesse ato de felicidade.

Ter alguém para compartilhar uma vida, um momento, uma lágrima, tudo. É maravilhoso. Sair com essa pessoa para um cinema, uma festa, um jantar, uma praia... Um lazer. Quem não se sente bem? Será que você sabe valorizar a pessoa que estar do seu lado? Ou será que você só vai prestar atenção nisso quando perder? Já pensou nessa situação?

Como eu queria entregar o meu coração a quem merecesse! Dividir a minha vida e contar os meus segredos. Acho que seria tão bom. Mas, ainda não chegou a minha vez. Estou no aguardo porque amar alguém é preciso muita responsabilidade. Não se deve brincar com o coração das pessoas. Ninguém gosta de se machucar. E depois, quando você machuca, o seu machucão virá em dobro.

O amor sempre fez parte de mim. E nunca vai deixar de fazer. Porque eu acredito na força que ele tem. O amanhã pra mim é uma expectativa, pois sempre penso que vai acontecer algo inusitado comigo a qualquer momento. De repente alguém especial sente vontade de me conhecer melhor. Hehehehehe...

Sabia que vejo amor em tudo? Até mesmo na doença e nos pontos negativos da vida? Fico pensando, se essa pessoa tivesse mais amor no coração às coisas talvez fossem diferentes. Então analiso cada detalhe.

Deixa pra lá. Coisas de um observador do ser humano. Um cara que pensa nos outros e vê os outros como se fossem ele mesmo. Um idiota da vida. Mas um idiota com a cabeça no coração e o pensamento no amor.

João do Amor.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

FELIZ 2008


Não basta o propósito de fazer novo em nossas vidas o ano de 2008. É preciso mais: fazer novas as realidades que nos cercam


O QUE há de especial em trocar de ano? Nada, exceto a convenção numérica, invenção indo-arábica, que nos permite codificar o tempo em horas, minutos e segundos e estabelecer, segundo o movimento de nosso planeta em torno do Sol e as fases da Lua, calendários que repartem o tempo em ano de 12 meses, mês com cerca de 30 dias e dia com exatas 24 horas.
Ocorre que não somos trilobitas, e sim humanos, dotados da capacidade de imprimir ao tempo caráter histórico e, à história, sentido. Mudar de ano é rito de passagem. Ressoa em nosso inconsciente o alívio por terminar um ano de tantos reveses, perdas, sofrimentos; e celebrar conquistas, avanços e vitórias. Vivemos premidos pelo mistério.
Como as partículas subatômicas, somos regidos pelo princípio da indeterminação. Essa impossibilidade de prever o futuro suscita angústia, o que nos induz a tentar decifrá-lo por via da leitura dos astros e das cartas, da sabedoria de videntes, dos búzios de pais e mães-de-santo, da rogação aos nossos santos protetores.
Esta é uma paradoxal característica da pós-modernidade: em plena era da emergência da física quântica e da falência do determinismo histórico como ideologia, acreditamos que o nosso futuro está escrito nas estrelas. Daí a inércia, a indignação imobilizadora, a impotência diante dos escândalos éticos e do descaramento com que corruptos são absolvidos por seus pares, essa letargia que em nada lembra o que se deveria comemorar neste ano: os 40 anos de Maio de 1968.
Nos países industrializados, Maio de 68 é o paradigma da rebeldia, o grito parado no ar enfim sonorizado nas manifestações estudantis, os EUA derrotados pelos vietnamitas, os Beatles reinventando a canção, a moda subvertendo parâmetros, as mulheres a conquistar o direito de se apaixonar pela primeira vez inúmeras vezes, a castração do machismo, a emergência esotérica.
Do lado sul do planeta, os anos de chumbo, os generais metendo no coldre as chaves dos Parlamentos, a utopia dependurada no pau-de-arara, as rotas do exílio se multiplicando, os mortos e desaparecidos enterrados nos arquivos secretos das Forças Armadas. Ainda assim, havia sonho, e não era motivado pela ingestão química, brotava da fome de liberdade e justiça, fomentava o desejo irrefreável a adjetivar de novo a criatividade incensurável -o cinema, a bossa, a literatura, o tropicalismo. No passado, o futuro era melhor.
Hoje, imersos nessa sociedade da hiperestetização da banalidade, na qual as imagens contraem o tempo e a "web" virtualiza o diálogo na solidão digital, andamos em busca de uma razão de viver. Perdemos o senso histórico, trocamos os vínculos de solidariedade pela conectividade eletrônica, vendemos a liberdade por um punhado de lentilhas em forma de segurança.
Em 2008, seremos chamados às urnas municipais. Haveremos de tentar discernir os idealistas dos arrivistas; os servidores públicos dos que se afogam no ego destilado na embriaguez dos aplausos; os movidos pela intransigência dos princípios éticos dos que miram os recursos do Estado como carniça fresca ofertada à sua gula insaciável.
Ano também de comemorar o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, para vergonha de nós, católicos, até hoje não mereceu a assinatura do Estado do Vaticano.
No Brasil, é hora de a declaração ser transferida do papel à realidade social. Em que pese a atuação corajosa da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, é impossível celebrar conquistas em direitos humanos enquanto a polícia estigmatiza como suposto traficante o morador de favela; o Judiciário promove a orgia compulsória ao trancafiar mulheres em celas repletas de homens; indígenas e quilombolas são condenados à miséria por descaso das autoridades; a frouxidão da lei cobre de imunidade corruptos e de impunidade bandidos e assassinos.
Não basta o propósito sincero de fazer novo em nossas vidas o ano de 2008. É preciso mais: fazer novas as realidades que nos cercam, de modo que ocorram mudanças efetivas e a paz floresça como fruto da justiça. Feliz 2008, Brasil!


CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO , o Frei Betto, 63, frade dominicano e escritor, é autor de, entre outras obras, "A arte de semear estrelas".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Quem cuidará de mim?

Hoje pela manhã eu visitei um amigo no hospital. Ele fez uma cirurgia de urgência para retirar algumas pedras que estavam em sua vesícula. Foram 19 pontos o estrago em sua barriga. Mas o encontrei sorrindo. Parecia que nada havia acontecido. O corte estava bem costurado e tudo bem higienizado.

Enquanto ele me contava como tudo aconteceu, eu pensava em mim. Imaginava-me em seu lugar passando pela mesma situação. Eu que moro só e não tenho ninguém para cuidar de mim. Como seria a minha recuperação?

Ele tem esposa. Mesmo brigando e separando, ela o ama. Ele a ama. Os dois se entendem. Comentei com ele sobre o meu pensamento. Ele me disse: você tem amigos. Seus amigos cuidariam de você.

Será? Será que os meus amigos se disporiam a passarem noites e mais noites, depois do trabalho, em um hospital para que eu não ficasse só? Eu não sei. Desculpem os meus amigos. Mas tenho dúvidas. Dúvidas porque sei que muita gente tem medo de ver a dor do outro. E por isso prefere ajudar de longe ou simplesmente, ficar na sua. Apenas tomar conhecimento das notícias.

Eu conheço muita gente bacana e por essas pessoas eu me sacrificaria a enfrentar o que fosse preciso para contribuir com a minha ajuda. Mas tenho consciência que nem todo mundo faria tal coisa por mim. Ou até mesmo por pessoas mais próximas.

Pensei em mim quando vi o meu amigo na cama daquele hospital porque sei que sou humano e a qualquer momento poderei adoecer também. Isso não significa que desejei uma doença para mim. Só me questionei.

Lembro-me que no carnaval passado, quando ainda morava em outro conjunto habitacional, senti muitas dores em um dos lados da barriga. Eram muito intensas. A minha sobrinha morava comigo na época. Mas ela viajou antes das minhas dores aparecerem. Na agenda do meu celular tinha alguns números de pessoas que eu achei que eu podia contar. Liguei para algumas e a resposta foi a seguinte:

“- Toma algum medicamento que vai passar. O buscopam é bom nesse caso. Se não o tiver em casa, vai à farmácia...”

Das cinco pessoas que procurei nenhuma delas, se ofereceu para ir até onde eu estava. Resolvi parar de pedir ajuda. Talvez eu não tenha conseguido transmitir, exatamente, o grau das minhas dores naquele momento.

Fiquei sozinho em casa. No dia seguinte fui ao hospital, ainda me acabando de dores. Através de exames descobri que eu estava com pedra nos rins. E sozinho comigo eu perguntava a Deus a quem deveria pedir ajuda. E tinha a impressão de ouvi-lo me dizer: - Calma. Isso vai passar. Passou sim, depois de cinco dias, quando eu já não agüentava mais. Na época eu trabalhava em uma farmácia. E o único medicamento que o médico passou foi buscopan composto gotas para as dores e muita água. Nada mais. Então quando a dor subia muito eu me torcia todinho, mas o médico disse que ainda não era caso para cirurgia.

Só com busca e água eu me livrei das dores e até hoje não as senti mais.

Hoje quando vi o meu amigo no hospital, passou um filme em minha cabeça daqueles dias de carnaval no ano passado. Se eu tivesse feito cirurgia quem teria cuidado de mim naquela época. E hoje, de todos que conheço quem seria capaz de dedicar um pouco do seu tempo a mim?

Quando o assunto é alegria todo mundo ta presente. Mas, quando se trata de dinheiro, saúde ou qualquer problema na vida, nem todos se dispõem a participarem. Estou errado em pensar assim? Por acaso, essa não é a realidade? Isso nunca aconteceu com você?

Ah, deixa de onda. Não me chame de mentiroso.

A você, Geilson, que é um dos leitores assíduo desse blog, te digo o seguinte: conta sempre comigo. Não sou Deus nem tampouco a solução dos problemas de alguém, mas me considero um amigo. Se precisar me liga. E o que eu puder fazer, farei.

Que Deus te dê logo a tua saúde para que você volte logo a trabalhar na santa paz do Senhor.

Um abraço.


João do Amor.