sábado, 9 de outubro de 2010

FÁCIL E DIFÍCIL


Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer “oi” ou “como vai?”
Difícil é dizer “adeus”. Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas…
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
 Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho
Fácil é rezar todas as noites.
Difícil é encontrar Deus nas pequenas coisas... 



Carlos Drumond de Andrade 


ONDE ESTÁ O POVO DAS IGREJAS ?

Pelo menos dois mil alunos participarão da manifestação 

Estudantes se manifestam contra violência na Zona Norte.

 

Se a violência vai diminuir, isso ninguém sabe, mas centenas de alunos de escolas públicas da zona Norte de Natal caminharam ontem à tarde  pelas ruas da região com o objetivo de tentar conscientizar a população de que cada um tem que dar a sua contribuição para ajudar a conter os índices de violência no Estado. Pelo menos dois mil alunos de seis escolas públicas caminharam por várias  ruas da zona Norte da cidade. A ação começou há sete anos quando uma aluna de apenas dez anos da Escola Municipal Iapssara Aguiar, localizada no conjunto Panatis III foi estuprada e assassinada por um vizinho. Comovidos com a morte prematura da estudante Sheila Beatriz, alunos da escola com o apoio da ex-diretora  Ednice Peixoto foram às ruas protestar contra a violência. Depois disso ninguém mais parou. Todos os anos diretores das escolas, professores e alunos se unem para  protestar contra qualquer tipo de violência, como por exemplo, a violência doméstica.

 

Além da Iapssara Aguiar, participaram este ano, as seguintes unidades de ensino: Escola Estadual Josino Macedo e as municipais, Palmeira de Souza, Malvina Cosme, Ferreira Itajuba e  Waldson Pinheiro. 

De acordo com informações de Raimundo Nonato Bezerra diretor da escola Iapssara Aguiar durante toda a semana os estudantes fizeram trabalhos nas salas de aula voltados para o tema  - violência. “Foram confeccionados cartazes e faixas. Eles (alunos) ficam envolvidos durante toda a semana. Podemos não sentir mudanças profundas, mas estamos tentando”, enfatizou o diretor.

Nonato disse ainda que a comunidade que abrange a escola Iapssara Aguiar, em Pajuçara é altamente violenta. “Os números de homicídios cresceram, assim como os de furto, assaltos. Estivemos na delegacia e comprovamos isso”, detalhou. Com apenas 12 anos, Rita de Cássia Cordeiro era uma das centenas de estudantes que participou da movimentação. Segurando uma faixa, ela disse que acha de extrema importância  a união dos alunos na tentativa de combater a violência.

Vanderson José da Silva é coordenador da banda escolar que tocou durante o ato. 

Fonte: Tribuna do Norte

Aborto é usado como máquina de guerra eleitoral na eleição no Brasil

Le Monde


O chefe do Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem boas chances de ganhar sua aposta: transmitir grande parte de sua imensa popularidade à herdeira que ele escolheu para si, Dilma Rousseff, para que ela vença, no dia 31 de outubro, o segundo turno das eleições presidenciais, antes de sucedê-lo, no dia 1º de janeiro de 2011. Até lá, mais quatro semanas de campanha colocarão Dilma contra seu adversário social-democrata, José Serra.

A favorita foi levada à disputa do segundo turno por obra de uma outra mulher, a ambientalista Marina Silva, agora eliminada da corrida presidencial. Mas a amplitude de sua pontuação – quase 20% dos votos – recompensou a musa do Partido Verde com uma derrota cheia de promessas.
Marina Silva deve esse desempenho inesperado primeiramente a suas qualidades pessoais. Sua calma, seu respeito aos adversários, sua integridade, sua postura moral e a coerência de seu discurso exaltando o desenvolvimento sustentável lhe permitiram marcar sua diferença em relação a seus dois rivais, apoiados por poderosos aparelhos partidários.

Assim como Lula em outros tempos, nessa competição ela apareceu como o azarão, que com coragem e tenacidade conseguiu superar a desvantagem de uma origem modesta e de uma infância analfabeta, antes de se tornar senadora e ministra do Meio Ambiente de Lula, pedindo demissão em 2008 para expressar seu desacordo com seu ex-protetor.

Seu desempenho também resulta, a contragosto, de um fenômeno mais nebuloso: o afluxo em seu favor de milhões de votos provenientes dos fiéis das Igrejas evangélicas, que representam cerca de 20% do eleitorado.

Marina Silva, ela mesma convertida ao protestantismo evangélico, colheu os frutos amargos de uma campanha violenta e sorrateira, lançada nos templos e transmitida com fervor pela internet, feita pelos meios cristãos conservadores contra Dilma Rousseff, que eles acusam de querer legalizar o aborto, proibido no Brasil, assim como na maior parte dos países da América Latina.

Dilma Rousseff teve o azar de no passado defender uma descriminalização da interrupção da gestação em nome da saúde pública. Segundo uma pesquisa oficial, 15% das brasileiras com idade entre 18 e 39 anos – ou seja, 5,3 milhões de mulheres – abortaram pelo menos uma vez. Elas pertencem a todos os meios sociais. Mais de uma em cada duas delas teve de ser hospitalizada na sequência. O aborto mal feito e suas sequelas são uma importante causa de mortalidade no Brasil.
Próximo dos cristãos de esquerda influenciados pela teologia da libertação, Lula nunca conseguiu, em oito anos de governo, legalizar o aborto, uma medida que faz parte do programa de seu partido, mas que a Igreja repudia.

O Brasil, maior nação católica do mundo, tem seus arcaísmos e seus tabus, que podem ser aceitos ou criticados, dependendo do ponto de vista. O aborto faz parte deles. É uma pena que esse grave problema social, em vez de incentivar um verdadeiro debate, esteja sendo usado com máquina de guerra eleitoral.

 
 Marina Silva, ela mesma convertida ao protestantismo evangélico, colheu os frutos amargos de uma campanha violenta e sorrateira, lançada nos templos e transmitida com fervor pela internet, feita pelos meios cristãos conservadores contra Dilma Rousseff, que eles acusam de querer legalizar o aborto, proibido no Brasil, assim como na maior parte dos países da América Latina.
Tradução: Lana Lim
Jornal Francês Le Monde

SERMÃO DE PADRE GERA DIREITO DE RESPOSTA !


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 Advogados de Dilma Rousseff e da emissora católica Canção Nova pediram ontem ao TSE que homologue um acordo garantindo à petista o direito de responder a supostas ofensas veiculadas pelo padre José Augusto em uma homilia exibida ao vivo na terça-feira. No sermão, o sacerdote teria pedido aos fiéis que se mobilizassem e não votassem na candidata do PT. Ele teria dito que o PT é a favor da interrupção de gestações indesejadas e que o partido e Dilma têm a intenção de restringir a liberdade de imprensa e de religião, de aprovar o casamento entre homossexuais e de transformar o Brasil num país comunista.

A defesa de Dilma havia pedido 15 minutos de resposta, mas os advogados concordaram em reduzir para oito minutos.

Fonte: O Estado de São Paulo

NOTA DA CNBB EM RELAÇÃO AO MOMENTO ELEITORAL

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB - e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.
Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010
P. nº 0849/10
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB