Google Brasil - Não preste muita atenção no balanço internacional de buscadores divulgados por consultorias - no Brasil, o Google “virou referência única de buscador”, segundo palavras do analista do Ibope Inteligência, José Calazans.
Para provar, faça um experimento simples: escolha amigos aleatórios e pergunte quais são os serviços indispensáveis que não podem ser ignorados no seu cotidiano. A chance de o buscador estar na maioria das listas é enorme.
Enquanto o Google tem uma grande vantagem sobre Yahoo e Microsoft Live Search em mercados como o norte-americano, o setor brasileiro se caracteriza pela dominação do buscador criado por Larry Page e Sergey Brin em 1998, na Califórnia.
A explicação? O
PageRank, algoritmo de busca nomeado em homenagem a Larry que se baseia no conceito acadêmico de citação para oferecer resultados de busca mais relevantes do que os dois principais rivais.
Desde o início da sua operação no Brasil, em 2005, pouco foi feito oficialmente pelo Google Brasil além da tradução do serviço - boatos de mercado dizem que o centro de pesquisa em Belo Horizonte é o único do mundo fora do GooglePlex a mexer no PageRank. Sorte dos brasileiros.
Mercado Livre - Presentes indesejados, roupas usadas, barraca de camping esquecida no fundo do armário ou artesanato feito em casa. Muito antes da onda Web 2.0 ter tomado o mercado mundial de internet, sites de leilão sobreviviam (e muito bem, mesmo em tempos de bolha) dando uma ferramenta para que seus usuários fizessem negócios
No Brasil, o Mercado Livre é o único sobrevivente de um setor que chegou a ser disputado por até cinco empresas de leilão online - a decisão sobre sua liderança na América Latina veio em 2005, quando comprou as operações do rival Arremate.com em oito países.
O que antes eram apenas móveis, livros, CDs e games usados começou a se ampliar, com a inclusão de produtos mais sofisticados e caros, como veículos e imóveis, o que exigiu que o serviço investisse ainda mais na segurança das transações.
Assim como um mercado de pulgas online, o Mercado Livre é também plataforma para que muitos usuários vivam das vendas feitas pelo site.
Orkut - Não tem pra ninguém na internet brasileira. A rede social criada por
um programador turco do Google solenemente ignorada em mercados maduros e extremamente populares no Paraguai e na Índia é o principal foco de atenção do brasileiro quando está na rede.
A fixação do brasileiro pelo Orkut é facilmente traduzida em números - segundo o Ibope, o brasileiro passa uma média de 300 minutos mensais navegando no Orkut, com assombrosa penetração de 70% entre os usuários domésticos no Brasil.
Isto significa que, baseado nos
21,4 milhões de internautas registrados pelo Ibope em dezembro de 2007, o Brasil tem nada menos que 15 milhões de usuários do Orkut, número imensamente maior que qualquer outro serviço online.
A fixação tupiniquim pelo Orkut chegou ao ponto em que rivais em potencial se preocupam mais em atacar a rede social do Google que apresentar suas próprias ferramentas. Tanto
o MySpace Brasil como
a Microsoft não são nem um pouco indiretos nas críticas contra o Orkut em suas iniciativas de rede social no Brasil.
Submarino e
Americanas.com - Enquanto o Google desembolsava 1,65 bilhão de dólares no YouTube, o bem menos exuberante mercado brasileiro de internet era balançado pela fusão entre os dois maiores serviços de e-commerce.
O Submarino e a Americanas.com se juntaram
em novembro de 2006, formando a B2W Companhia Global de Varejo, com receita total de 1,6 bilhão de reais, deixando os rivais diretos comendo poeira.
A fusão de duas grandes empresas no Golias do comércio eletrônico brasileiro não deve ser um processo dos mais simples, visto o crescente número de reclamações de clientes aparecendo na blogosfera brasileira, que fez até
um grupo de usuários prometendo notificar o Ministério Público Federal de São Paulo.
Mesmo com os recentes problemas de logística, é difícil não reconhecer, seja pelo histórico de cada uma delas (o Submarino deriva da BookNet,
primeira loja eletrônica do Brasil) ou pelo volume de transação, Americanas.com e Submarino como serviços indispensáveis.
UOL - A overdose de conteúdo que o Universo Online consegui reunir sob sua página principal faz do portal, nascido pelas mãos da Folha da Manhã, responsável pelo jornal Folha de São Paulo, o principal destino do usuário brasileiro para conteúdo jornalístico e de entretenimento.
A quantidade de veículos acessíveis sob o cadastro do UOL contempla, além da evidente participação da Folha de São Paulo, traduções dos jornais The New York Times, USA Today, Financial Times, Le Monde, El País, Der Spiegel e Herald Tribune e as revistas Veja, Capricho, Trip, Vip, Nova, Claudia, Atrevida, National Geographic, Corpo a Corpo e Forbes.
Traduzido em números, o acesso ao UOL no 1º semestre de 2007 somou 10,49 milhões de usuários únicos domiciliares, segundo o Ibope.
A rica fauna e flora ao redor do Orkut também serve de pretexto tanto para gargalhadas, como propõe o ótimo
Pérolas do Orkut, como para processos judiciais, como o
Google quase provou no embate com o Ministério Público Federal sobre a identidade de usuários acusados de crimes digitais.
A esperança que rivais no setor de redes sociais cultivam em bater o Orkut sofrerá um duro golpe em fevereiro quando o Google oficializar a integração da rede com a plataforma OpenSocial, informação
já confirmada pelo buscador.