Um das passagens mais desafiadoras do Evangelho é aquela onde Jesus, ao contradizer o ditado "Olho por olho e dente por dente", do povo de sua época, ensina-nos a "amar os inimigos". Será fácil amar pessoas que matam e destroem em nome do progresso ou da paz? Será fácil amar políticos e servidores públicos corruptos que não hesitam em praticar atos que desviam dinheiro público para enriquecer seus patrimônios ao invés de salvar vidas em hospitais ou construir um futuro melhor para o nosso país com escolas públicas de qualidade e com profissionais bem remunerados? Bom, se olhar o amor através dos olhos do mundo, que define essa palavra apenas como sentimento , será praticamente impossível viver esse amor que o Cristo nos fala no Evangelho. Porém, o significado do amor que Jesus nos trás é outro: é o amor ágape, ou traduzindo para o português, amor atitude.
O AMOR ATITUDE
Esta semântica da palavra amor é muito pouco usada, mas pode ser definida perfeitamente na primeira epístola de São Paulo aos Coríntios em seu capítulo 13, onde aprendemos que "o amor é bondoso e paciente. Tudo perdoa e tudo crê". E acrescenta: "O amor não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade". Todos esses conceitos, muito bem apresentados por São Paulo, nos mostram uma dimensão diferente do amor: A DIMENSÃO DE ATITUDE. Observe bem que todos esses adjetivos lembram atitude e não sentimento (bondoso, justo e verdadeiro). Isso nos leva a crer que o sentimento pode até ser involuntário, mas a atitude proveniente dele será sempre uma escolha. Quando alguém nos ofende ou pratica algo de mal contra nós, podemos até sentir ódio ou rancor, entretanto, a atitude de vingança será sempre uma escolha.
Robson Campos Leite
Prof. de cultura e cidadania
Missão Jovem, JAN/FEV-2008, pg.10