sexta-feira, 30 de maio de 2008

Padre é condenado a 24 anos de prisão por exploração sexual no MA

SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha


O padre Félix Barbosa Carreiro foi condenado a 24 anos de prisão em regime fechado pelo crime de exploração sexual contra seis adolescentes no Maranhão. Cabe recurso.

O padre foi preso em novembro de 2005 ao ser flagrado em um quarto de motel em São Luís, acompanhado de dois adolescentes e dois jovens.

Durante o inquérito, a Polícia Civil localizou outras supostas vítimas do padre. Segundo a denúncia do Ministério Público, o padre conhecia os adolescentes na internet e os convidava para programas em motéis em troca de dinheiro, roupas ou entradas de shows. Segundo a acusação, o padre promovia orgias em grupos com adolescentes.

Logo após a prisão em flagrante, a Arquidiocese de São Luís suspendeu o padre por tempo indeterminado.

O juiz Itaércio Paulino da Silva, da 11ª Vara Criminal da capital, considerou na sentença que a conduta do padre era "extremamente reprovável". "A função que exercia [sacerdócio] exigia que se pautasse de maneira totalmente diversa, com retidão de caráter e comportamento, consoante os padrões morais socialmente aceitos e esperados para uma pessoa em sua posição."

O juiz determinou, contudo, que o mandado de prisão contra o padre seja expedido após o trânsito em julgado da decisão (quando não cabem mais recursos). O padre, que chegou a ficar preso durante quatro meses, pode recorrer da sentença em liberdade.

A reportagem não conseguiu falar nesta quinta-feira com o padre ou com o advogado dele. Durante o inquérito, Carreiro negou ter mantido relações sexuais com adolescentes. Afirmou que ia ao motel apenas para conversar com os garotos. Disse ainda que os adolescentes eram garotos de programa que faziam plantão perto da igreja e da casa paroquial em que morava, e que eles o constrangiam a levá-los ao motel.

No dia em que foi flagrado no motel, o padre chegou a afirmar à polícia que saía com os adolescentes. Na época, Carreiro vinha sendo monitorado pela Polícia Civil em razão de denúncia sobre aliciamento de adolescentes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que as pessoas que praticam esse tipo de crime merecem ficar atrás das grades. O que mais me envergonha é que um sacerdote da nossa igreja faz essas aberrações.

Anônimo disse...

É estarrecedor ouvir, cada vez mais, episódios de exploração sexual e, principalmente, tendo crianças como vítimas. A verdade é que pessoas que praticam tais condutas devem ser punidas exemplarmente, de maneira que desestimulem outros a seguirem o mesmo caminho. Saber que a Justiça brasileira puniu "severamente" um criminoso como aquele, nos enche de esperança de uma sociedade mais justa.
A exploração sexual é um câncer que deve ser combatido, seja ele cometido por religioso ou não. No entanto, me entristece ver um padre, que poderia ser exemplo a ser seguido, envolvido em atos tão repugnantes.