MIGUEL, O MENTIROSOEle não tinha dez anos e mentia como respirava. Um dia, na escola, o menino inventou de quebrar o vidrinho dando alerta a incêndio, e todos os alunos evacuaram as classes na maior correria do mundo. Ele negou ser o autor desse gesto louco. Em outra oportunidade, o mesmo telefonou a vários táxis ao mesmo tempo para uma corrida fantasma. Também negou. Pior! Chamou uma ambulância para socorrer feridos inventados por ele. Sujava o nome dos outros com suas calúnias. Tomava dinheiro emprestado e não admitia reclamações, escondia suas notas ruins na escola e assinava o boletim no lugar de seus pais. Chegou a organizar um piquenique e arrecadar as passagens... O ônibus nunca chegou. Enrolava sem parar. Mentia. Mentia. Nenhuma pessoa acreditava mais no Miguel. Até os pais dele desconfiavam de qualquer conversa do filho, que vivia direto no mundo da falsidade e do engano.
Um certo dia, a classe toda deu um passeio como aula de observação da natureza. Como de costume, o Miguel ficou afastado da pequena tropa e inventou de tomar banho na lagoa, à primeira vista, rasa. Nem deu três passos e ele caiu no buraco e começou a gritar: "Socorro! Socorro! De longe alguns escutaram os gritos, mas acharam que era mais uma invenção do mentiroso... Jamais teve a oportunidade de mentir novamente.
Pe. Thiago Theisen
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