sexta-feira, 26 de setembro de 2008

PALESTRA DO GLM - AÇÃO SOCIAL


A equipe de Ação Social promove mais um encontro em nossa comunidade voltado para a reflexão e estudo. Desta vez o tema escolhido não poderia ser diferente: ELEIÇÕES 2008.
Atendendo ao chamado da Igreja, promoveremos a palestra: FÉ E POLÍTICA com a participação do Diácono João Manoel e da equipe de Catequese do Grupo Luz do Mundo.

O encontro é nossa contribuição para que neste pleito eleitoral o Evangelho seja vivido em sua essência e que possamos escolher pessoas compromissadas com o bem comum e com a causa dos mais humildes.

PALESTRA: FÉ E POLÍTICA

DATA: 28/09/2008 (sábado)
Hora: 19h
LOCAL: Centro Pastoral São Marcos



CONCIÊNCIA POLÍTICA

Dom Orlando Brandes - Bispo de Londrina/PR

1. A Igreja se alegra com a participação dos leigos na militância política, que inclui também a disputa eleitoral em vista do exercício de um mandato. Se de um lado a Igreja não tem partido e ninguém é candidato da Igreja, por outro lado, os cristãos candidatos têm total liberdade de se unirem para juntos apoiarem aqueles que são dignos de sua confiança por sua atitude ética e seu compromisso com o bem de todos, especialmente dos empobrecidos.

2. A campanha eleitoral deve ter um tom positivo. Já é hora de acabar com a troca de acusações entre os candidatos, às vezes recorrendo à calúnia, difamação ou à mentira. O candidato que só sabe acusar, talvez tenha uma fraca proposta pessoal ou partidária para apresentar.

A compra de votos, a troca de favores, o abuso do poder econômico são práticas ilícitas que corrompem e contaminam o processo eleitoral. É necessário quebrar o círculo vicioso de candidato corrompendo eleitor e eleitor corrompendo candidato.

O próprio candidato ajude o eleitor a conhecer as funções e competências das diversas instâncias do poder, e não prometa aquilo que está fora de seu alcance. O eleitorado não pode ser enganado com promessas falsas.

O candidato verdadeiramente comprometido com os valores cristãos não pode ser interesseiro, buscando simplesmente o seu próprio benefício. O interesse maior deve ser sempre o bem comum. Bom candidato é aquele que tem proposta válida, defende a vida, promove os direitos humanos, luta pelo exercício pleno da cidadania, é sensível aos empobrecidos, busca o bem de todos.

Há políticos que só se lembram do povo em época de eleições. O candidato eleito durante o exercício de seu mandato, deve fornecer todas as informações a que os cidadãos tenham direito e prestar contas, de forma sistemática, de sua atuação.

3. Não se pode cair no erro de pensar que somente os políticos é que têm responsabilidade na condução da coisa pública. Todo cidadão é responsável. O exercício da cidadania é direito e dever. O voto é uma das formas de exercer esse direito e de cumprir esse dever. Daí a grande responsabilidade também do eleitor, antes, durante e depois das eleições.

É de fundamental importância que os eleitos conheçam os candidatos: seu passado, seus compromissos, suas propostas, quem os apóia, quem financia sua campanha, bem como os partidos políticos e seus programas.

O voto deve ser consciente e responsável. O eleitor não pode se deixar levar simplesmente pelos resultados das pesquisas de opinião, nem pela aparência do candidato, nem se iludir com promessas, nem pela onda da maioria. Busque formar sua própria opinião e votar naquele que considera digno de sue voto.

O eleitor de consciência bem formada não se sente comprometido com determinado candidato somente porque foi o primeiro a lhe pedir o voto. Também não vota em alguém simplesmente para expressar-lhe reconhecimento por algum benefício recebido. Vota sim no candidato que reúne as qualidades necessárias para o conveniente exercício do mandato, entre elas, sincera adesão aos princípios éticos, efetiva capacidade e reconhecido compromisso com o bem do povo.

Do mesmo modo que se reprova o candidato que compra o voto, reprova-se também o eleitor que vende seu voto. Isso é contra a ética. Quem vende seu voto ou o troca por favores, vende sua própria dignidade.

4. O eleitor cristão não pode se omitir. É chamado a sair da atitude de indiferença, passividade e descrença diante das eleições. Precisa participar, não só buscando conhecer os candidatos, suas propostas e as de seu partido como também acompanhá-los depois de eleitos, fiscalizando sua atuação, cobrando digno desempenho de seu mandato e apoiando suas iniciativas a favor do povo.

Não deve votar em branco ou anular o voto. Dessa forma, acaba-se até beneficiando alguém que não mereceria receber o voto. Isso também contribui para manter as coisas como estão. Não se pode abrir mão do direito de votar, a fim de colaborar para a transformação da sociedade.

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