terça-feira, 1 de junho de 2010

Lágrimas de amor



Eu quero falar nesse texto sobre a falta que sinto de não estar mais no Luz do Mundo. É que muitas coisas mudam em nossa vida. Eu acreditava que nunca iria me afastar do grupo, da igreja e das pessoas que ainda hoje amo de coração. Mas me afastei. E confesso, tenho sofrido muito por isso. Não foi uma escolha minha. Não foi por eu querer. Estou apenas seguindo os caminhos que foram demarcados para mim. Muito embora, em determinados momentos, eu não entenda muito bem o que me acontece.

Ser um componente do Grupo Luz do Mundo por tantos anos me fez compreender que eu havia encontrado uma família já que, essa solidão, na qual vivo hoje morava dentro de mim desde muito jovem.

Eu encontrei em cada olhar que me foi apresentado dentro do grupo, fraternidade, amizade, sinceridade, carinho, lealdade... Muitos sentimentos bonitos. Foram pessoas que me deram atenção, me emprestaram ombros e choraram comigo quando sentiam que eu estava sentindo alguma dor.

Hoje percebo que eu poderia ter sido mais amigo. Mas, a gente sempre acha que está agindo bem no momento em que precisam de nós. Pensamos assim porque não dissemos NÃO quando fomos procurados na intenção de ouvir de nós algumas simples palavras de conforto.

Sinto falta da alegria do meu pessoal. Gostava das músicas católicas que eram cantadas nos grupões e das peças que fazíamos no Ministério de Teatro.

Ah que saudades dos Momentos de Sentimentos! Tanta gente se identificava com alguns textos. Vi lágrimas descerem quando a mensagem era direcionada exatamente a alguém. Eu ficava tão feliz quando vinham os aplausos e os sorrisos. Ou quando o horário já estava sendo ultrapassado e ao serem perguntados se, mesmo com o tempo sendo estourado, as pessoas queriam o Momento de Sentimento. Em coro a resposta era: SIM.

João do Amor



Essa vida que levo hoje é bem diferente. Seria mentira escrever aqui que ando feliz. Não estou feliz. Talvez eu esteja até sendo injusto para alguns. Mas Deus sabe o quanto lhe agradeço todos os dias pela minha saúde, pelo meu emprego, pelas novas pessoas que tenho conhecido e por tudo que tenho recebido e entendo ser presente divino. Mas, por outro lado, estou completamente distante da Casa do Senhor.

Sempre gostei de ir as Missas aos domingos porque me sentia super bem. Entendo que o domingo é o dia mundial do descanso do corpo e da mente. No entanto, tem mais de dois anos que não entro em uma igreja para assistir um evento de Jesus. Para matar essa minha saudade tenho ido quase todos os dias na Catedral antes de começar a trabalhar. Lá me ajoelho e converso com Deus, muitas vezes em lágrimas. Saio de lá cheio de paz e com a alma bem tranqüila.

Queria muito ter meus finais de semana de folga. Mas quando eles chegam eu trabalho muito mais que os dias normais. E os feriados então, nunca os folgo. Não entendam isso como uma reclamação. Muita gente está por aí sem emprego e gostaria de está onde estou. É fato.

Dizem que quem vive de passado é museu. É como se você andasse para trás igual caranguejo, quando sente vontade de reviver o que você já viveu. Sinceramente, eu gostaria de começar tudo de novo dentro do Grupo Luz do Mundo. Faria tudo outra vez sem a menor preguiça. Mas Deus é o Senhor de tudo. Só Ele entende perfeitamente o nosso ontem, o nosso hoje e o nosso amanhã. Resta-nos apenas fazer tudo direitinho agora para que mereçamos o doce e o sal exatos para a nossa vida.

Amigos do Grupo Luz do Mundo penso muito em vocês. Sempre amarei vocês. Nunca me esquecei de vocês. Em meu coração continua presente o lugar que cada um conquistou um dia. Saibam que tem noites que choro de saudades e sinto muita vontade de voltar pra minha casa e pros braços dos meus irmãos. Queria conversar com vocês. Queria abraçar vocês. Queria estar no meio de vocês. Mas agora não posso. Quem sabe um dia. Quem sabe um outro domingo.

Que Deus ilumine a todos. Que Nossa Senhora continue intercedendo e que o amor de vocês por mim não tenha acabado.

Eita vejo que tem lágrimas aqui escorrendo em meu rosto... São lágrimas de amor.
João do Amor

Um comentário:

Antonio Carlos disse...

O caminho é feito de escolhas - bifurcações, "trifurcações",... -, o que nos diferencia é a vereda que escolhemos para caminhar... Nos momentos de difícil discernimento, devemos tomar por base os princípios que regem nossa vida - de preferência, claro, os cristãos - e decidirmos por onde ir.

João, é assim a vida. Estou preparando uma crônica chamada "Por que, NÃO! Para que, sim!"... acho que será um bom texto para reflexão.

Um abraço fraterno,

Antonio.