quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pessoas superficiais

         

Havia um rapaz extremamente superficial, à maneira da musa "Eco". Esta, segundo a mitologia grega, foi condenada a repetir tudo o que ouvia, porque superficial que era, não tinha idéias próprias. O sujeito em questão acreditava ser bafejado pela sorte. Era lindo e irresistível. Cativava! Charmoso e bonito, não precisaria cavar fundo em nada. Contava com a sorte e a sua, assim pensava ele, irresistível beleza. Acharia ouro na superfície, petróleo na superfície, diamantes na superfície. Por isso, cavava um pouco. Se não achasse ouro em pouco tempo, ele ia embora. Se não achasse diamantes na primeira semana, largava tudo. Tinha sorte. Acharia em outro lugar! Perseverar não era com ele. Estudar e especializar-se, menos ainda! Se não chegasse ao petróleo na primeira perfuração ia embora fazer outros buracos. 

Como seus buracos eram superficiais, nada encontrava. Um dia ficou tristíssimo, quando um amigo seu, aproveitando-se de um lugar abandonado por ele, cavou mais tempo, foi mais fundo e achou ouro. Começou a lamentar a própria sorte. - 

-Eu estive lá e como é que eu não achei? E disse o amigo: -Porque você não é paciente e não profundo, eu sou paciente e sou profundo. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, encontraria o que buscava. Você apostou muito na sorte. Ignorou a virtude da perseverança.

Moral da estória: Pessoas superficiais desistem depressa demais. Deveriam buscar menos sorte e mais perseverança. Foi Jesus quem disse que quem perseverasse até o fim seria salvo ( Mt 24,13) Quem não descobriu o verbo perseverar, ainda não descobriu o verbo viver.

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