Se, assim que nascêssemos, tivéssemos a certeza plena de que morreríamos um dia, ou seja, de que todos nós, temos como destino inexorável, a morte, a princípio, não nasceríamos. Morreríamos, ainda nascituro. Isto é, antes mesmo de nascermos, abdicaríamos felicíssimo a nossa chegada à existência terrena. Mas graças a Deus - o nosso supremo criador -, todos nós, sem exceção, tomamos por sábia opção divina a preferência em viver, mesmo que perigosamente, fantástico mistério que é a vida e que ela nos impõe e que, ao mesmo tempo, o destino nos omite sempre e sempre a vivermos na iminência da morte, feitos verdadeiros moribundos esperançosos em viver na vida e pela vida. Tudo isso, pelo simples fato de sermos dotados de um otimismo inato, adquirido ainda, antes mesmos da nossa concepção e da nossa aparição precípua a terra, para nos tornar Otimistas Utópicos natos; um otimismo emanado no contato com o que é denominado de sociedade ou meio social.
Diga-se otimismo utópico como sinônimo de sonho, de perseverança, de desejo e de esperança como em uma ficção da qual se faz realidade, através de uma realidade virtual, ainda muito antes do que se era esperado, isto é, envolto de amor, fraternidade, e acima de tudo, de um altruísmo que se chega a ser mais que transcendental é divinal.
O otimismo utópico aqui, trate-se mais de uma abstração positiva que eleva o espírito humano, quando ao compartilhar do que existe de mais belo e mirífico em toda a sua existência, que é o amor ao próximo e o amor a si mesmo, mormente quando se refere a sua relação social. É, portanto, o otimismo utópico, o único alimento constante que se pode ter para conseguir a total realização dos objetivos, dos verdadeiros ideais que todo e qualquer homem, literalmente social, almeja alcançar.
O otimismo utópico, do qual todos somos dotados e revestidos de perseverança e altruísmo, é o que transformará toda e qualquer sociedade. Diga-se passagem, a sociedade da qual tem como filosofia econômica o "capitalismo selvagem" que leva como essência o extremo egoísmo dos hipócritas capitalistas, os quais, só pensam em si e se utilizam do provérbio maior que é "venha a nós, e ao vosso reino, nada" sendo esta a sua oração diária de seu afã, a discriminar e a arrasar a cada segundo no mundo, a todos e a si próprios, conscientes e inconscientemente com e em um genocídio premeditado pelo sistema, "capitalismo selvagem".
Só uma grande dose de verdadeiro altruísmo e de solidariedade é que se dá a verdadeira essência genuína do otimismo utópico, do qual se é fortalecido, por muitas dessas dádivas para extinção absoluta do capitalismo selvagem, que ora permeia quase todas as sociedades que assim se dizem democráticas, através de um capitalismo que se faz cristalizado pelo egoísmo que tanto tem afligido e desmoralizado, mormente, classes menos favorecidas da nossa sociedade. O otimismo utópico, essencialmente altruísta fará com que renasça no âmago de cada sociedade a verdadeira educação, a verdadeira saúde, a verdadeira moradia, a verdadeira segurança e, como supra-sumo dos problemas exclusivamente sociais, por fim, o verdadeiro trabalho de que todo homem precisa, para se sentir verdadeiro cidadão respeitado e digno, e não, um homem ou um povo sofrido e oprimido...
Contudo, tudo isso só será possível, quando a sociedade como um todo conseguir entender e tomar consciência plena do que é o verdadeiro significado desse OTIMISMO UTÓPICO o qual tem como essência o altruísmo que grassa no coração e na mente de todo povo e de toda uma nação, para assim poder Ter o que é o verdadeiro cidadão. E tudo não mais passar de pura abstração para se transformar em realidade absolutamente concreta. Assim como a certeza de que, sem exceção, todos um dia iremos morrer. Isto é, apenas com uma grande ressalva, de que iremos partilhar com toda a certeza, de um paraíso reservado por Deus, longe deste autêntico orco que os homens o denominaram de sociedade "capitalista".
M. C. Garcia (Natal – RN)
22/09/94