“Mulher, tu és a origem de ti e até de mim. Por isso, és o princípio sem fim do amor, no amor e pelo amor”
Há coisas pequenas na vida que são de um valor incomensurável e de suma importância para as pessoas. Às vezes, até a necessidade de extrapolar o óbvio mesmo diante de tanta obviedade existente é o suficiente para se conquistar esse valor quão desmedido.
Reflitamos, pois, sobre o Dia Internacional da Mulher, 08 de março. Data em que as mulheres no mundo inteiro são lembradas. Diga-se, apenas, lembradas. Porém, sabe-se que ainda há muitas, muitas e muitas mulheres que apesar de serem lembradas não se lembram, não sabem, não entendem o sentido e a importância dessa data, posto que, tudo parece quão midiático e propagandístico e menos prático e ágil enquanto realidade pura existente.
Porém, nada disso impede do que vou discorrer aqui. Porque importa saber que o Dia Internacional da Mulher existe e é propagado pelo mundo todo, mas não para todo mundo. Diga-se, para toda mulher.
Ciente, dessa data, emito pelo celular a seguinte mensagem: “Mulher, tu és a origem de ti e até de mim. Por isso, és o princípio sem fim do amor, no amor e pelo amor”. Isto é, para vinte e cinco mulheres, inclusive, à mãe dos nossos filhos. Todas elas, sem exceção, se sentiram arrebatadas, a priori pela surpresa do teor da mensagem que a coloca como superiora a tudo e todos só pelo ato sagrado de conceber a vida e de amar, mas que, por nenhum momento, não se vangloria disso, por isso mesmo é que reina então o seu poder em sapiência e taciturnidade de mulher.
Desta feita, outras, extasiadas de prazer e de satisfação pela exclusividade de se verem elogiadas, por um ser não menos homem, porém mais poeta, por dotar-se de sentimento às coisas sensíveis da mulher e perceber, como homem, e da sua des-importância no reino e no poder de conceber a vida. Digo, elas, ante a mensagem óbvia, mas dita, com poder de sentimento poético, elas deixam fluir o sentimento-mais-que-sentimento de mulher, mãe, concebedora da vida através de mensagens várias mais ainda arrebatadoras: “Nossa, um anjo em forma de mensagem!” “Obrigada, por me colocar nesse universo tão fascinante da poesia” “Obrigada pela mensagem!” “Obrigada pela poesia. É linda!
Desculpe pela demora. Foi a correria do dia-a-dia que me fez esquecer!” “A cada dia agradeço a Deus pelo amigo que tenho. Você mora no meu coração e me faz muito bem!”. Sem falar daquelas que me ligaram a me encherem de palavras bonitas e agradáveis a qualquer ego humano fascinadas pela mensagem. Quanto à mãe dos nossos filhos, esta me agradeceu em ato de mulher mais-que-mulher por me dar o privilégio de perceber a origem da minha vida através dela e em dois filhos saído do seu ser carnal.
Certo de que fazia o meu papel de poeta solidário ao Dia Internacional da Mulher ao enviar a mesma mensagem para todas as mulheres da minha agenda telefônica, não sabia o poder de exclusividade que cada uma teria ao obter a mensagem. Foi quando obtive de uma delas a cobrança para que eu a enviasse para si também a mesma mensagem; e de uma outra, a carga de ciúme por não admitir que a sua amiga - e também minha -, obtivesse a mesma mensagem.
E para aquelas que não dispunham de aparelho celular para que eu a enviasse essa mesma mensagem, li, em plena sala de aula e falei por telefone para várias delas; e a muitas outras mulheres que muito devo e muito tenho de agradecer muito mais pela minha existência de ser. Destaco aqui aquela que me tirou das suas entranhas e me fez antes de tudo existência humana repleta de virtudes e de falhas; assim como as que estão na minha lista telefônica, quanto as que não estão e sequer as conheço, mas que certamente irão dá origens há tantos outros homens fracos, recalcados, crápulas, machistas e tirânicos – promotores da guerra demasiadamente psicológica - nesse dia e em todos os dias da sua vida, independente do internacional dia da mulher.
M. C. Garcia (Natal – RN)
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