No BLOG GLM aumentamos o coro dos insatisfeitos com os salários aviltantes dos nossos políticos - principalmente, infelizmente, quando a maioria não nos representa com honestidade e zelo pela coisa pública. Agora é a vez de falar do Judiciário, das nossas excelências, os senhores Juízes , os nossos "Doutores", representantes do Poder que está longe de ser exemplo de eficiência e prestação de serviço público com qualidade, que o diga os inúmeros processos que tramitam a passo de tartaruga.
No país do salário mínimo de R$ 545,00, os nossos magistrados ameaçam greve se não lhes for concedido um aumento de 14,79%, o que representaria o aumento salarial dos Ministros do STF, dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil com efeito cascata a todos os outros juízes do Brasil.
Isso mesmo caros leitores, é rir para não chorar! Não concordamos com este aumento salarial, principalmente em tempo de economia, inflação e contenção de despesas. Não é essa a bandeira da nossa Presidenta ?
A greve dos juízes e o exemplo de Rogério Ceni
Falar o quê, caro leitor, diante da ameaça das excelências de parar o Judiciário, se não lhes for concedido um aumento de 14,79%, o que elevaria o atual salário dos ministros do STF de R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil (base da remuneração dos juízes que é escalonada a partir deste teto) num país onde o salário mínimo foi recentemente reajustado para R$ 545,00?
Na verdade, desde ontem eu estava querendo escrever sobre os 100 gols de Rogério Ceni, um sujeito que, na contra-mão do oba-oba e do vale tudo no Brasil do BBB e da marquetagem, prova aos mais jovens que ainda vale a pena ser honesto, trabalhar muito para alcançar seus objetivos e vestir de verdade a camisa de quem lhe paga o salário.
São dois exemplos oferecidos em extremos opostos da grande geléia nacional _ o da inacreditável greve dos juízes e o da dedicação fora do comum do goleiro são-paulino ao seu oficio.
Na verdade, desde ontem eu estava querendo escrever sobre os 100 gols de Rogério Ceni, um sujeito que, na contra-mão do oba-oba e do vale tudo no Brasil do BBB e da marquetagem, prova aos mais jovens que ainda vale a pena ser honesto, trabalhar muito para alcançar seus objetivos e vestir de verdade a camisa de quem lhe paga o salário.
São dois exemplos oferecidos em extremos opostos da grande geléia nacional _ o da inacreditável greve dos juízes e o da dedicação fora do comum do goleiro são-paulino ao seu oficio.
Ricardo Kotscho
E o que tem uma coisa a ver com outra?, poderão perguntar os leitores que já perderam as esperanças de viver num país mais justo e mais decente sem ter que sair do Brasil.
Pois tem tudo a ver. Sou dos que ainda acreditam na educação pelo exemplo daquilo que se pode e daquilo que não se deve fazer na vida. Goleiro não precisa ser artilheiro, pode tomar seus frangos, mas juíz tem a obrigação de dar o exemplo pela posição que ocupa e pela instituição que representa.
Seria mais lógico esperar que o bom exemplo viesse dos nobres membros do Judiciário, um dos três pilares da República, que deram um ultimato ao Congresso Nacional: até o dia 27 de abril, ou sai o aumento ou eles cruzam os braços.
Como vivemos no Brasil, o bom exemplo vem do futebol, de um atleta que certamente ganha várias vezes mais do que os juízes que ameaçam entrar em greve. Claro que não dá para comparar o salário mínimo de um operário, com os proventos de um juiz e a fortuna paga a um jogador de futebol consagrado.
Não me refiro neste caso a valores financeiros, mas a valores morais. Rogério Ceni é sempre o primeiro a entrar em campo para os treinamentos do São Paulo e o último a sair, não faz média com a mídia, não joga a torcida contra a diretoria, assume suas falhas, que não foram poucas, estimula os mais jovens, nunca ameaçou deixar de jogar para receber aumento salarial.
Por isso mesmo, foi poucas vezes chamado para a seleção brasileira e não é considerado um campeão de simpatia pelos colegas de imprensa. Tem opiniões próprias, costuma brigar por elas, o que o leva faz muitos anos a ser respeitado e idolatrado pelos torcedores.
De acordo com o relato de Mariângela Gallucci, do Estadão, não é a primeira vez que a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) recorre ao Supremo Tribunal Federal para conseguir um aumento. O mesmo aconteceu em 2000, quando o STF concedeu auxílio-moradia aos juízes, o que, na prática, representou aumento de salário e evitou a greve.
Agora, a Ajufe defende que o próprio Supremo conceda o aumento “diante da omissão do Congresso”. A briga promete ser boa e longa. O projeto de reajuste salarial do Judiciário ainda nem está na pauta do Congresso.
Chova ou faça sol, Rogério Ceni mais uma vez estará em campo nos próximos dias com a camisa tricolor _ contra o Santa Cruz, amanhã, no Recife, e o Mirassol, domingo, em Barueri.
Viva o cidadão Rogério Ceni! Que os jovens servidores do Judiciário se mirem neste exemplo.
2 comentários:
Para onde vamos com esse tipo de justiça???
VERGONHA!!!!
São os mesmos que julgam a greve dos professores ilegais!
Respeito os justos, mas sinceramente... ôh corja!
"Dura lex, sed lex" nos olhos dos outros é refresco!!!!
Errata!
"A greve dos professores ilegal"
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