quarta-feira, 11 de maio de 2011

REFLEXÕES EM DÉCIMAS POÉTICAS

Vos peço Senhor que me guie agora
Nas palavras que saem da minha boca
Que fale o silêncio, não minha voz rouca
E que a vós o teu perdão implora
Desde hoje e sempre como em outrora
Neste meu sentimento quão sofrido
Desses erros que tenho cometido
Onde quem mais sofre é o meu coração
Venho aqui a vós pedir-lhe perdão
Por isso, a vós, suplico arrependido!

Busco cumprir por este mandamento
Que é todo em decassílabo feito
Onde procuro agora ser perfeito
Pra ajeitar meu direcionamento
Quando chegar a verve no momento
Vou seguindo a metrificada trilha
Porque sinto que meu ser todo brilha
Querendo criar a minha canção
Que pode servir até de oração
Posto que sou poeta, jamais ilha.

Não consigo cumprir Teus Mandamentos
E passo em decassílabo a escrever
Ando a duvidar até do meu crer
E assim tenho vivido alguns tormentos
Eu vos peço, meu Senhor, os teus alentos
Pois desacredito na lei humana
Posto que, ela, a todos nos engana
Criada em detrimento só de alguns
Ficam de fora as pessoas comuns
E o poderoso pousa de bacana.

Eis, em decassílabo, o meu poema
Pra ver se encontro algum discernimento
Em nome de meu fértil sentimento
Afirmando de vez o meu dilema
Que vós, Senhor, meu Deus, és o meu tema
Por só acreditar em Ti demais
Indo contra mim, menos meus rivais
Porque vós sabeis todos meus caminhos
Em que vaguei semeando os espinhos
Assemelhando-me aos marginais.

M. C. GARCIA é poeta e filósofo 
23/12/2008
http://essenciasemparadoxo.blogspot.com - gaciamc2001@hotmail.com


Não matei, não roubei, mas desejei...
Coisas boas e nocivas pra mim
Sem receio de nada do meu fim
Tenho consciência de que pequei
Estou na dúvida do Sei e Não sei.
Vejo que tenho toda liberdade
Porém, nem toda beleza é beldade
Para ser, sentir, pensar e agir
Andei caminho que eu quis seguir
E me vi cercado pela maldade.

E confesso Senhor que meu pecado
Parte da minha própria consciência
Pois sei que vós tereis de mim clemência
Do bem que faço mesmo sendo errado
Assim erro, achando que foi curado
Pois em Ti, vivo perdido na fé
Quão ciente de quem sabe o quer
E saio em busca doutra solução
Às vezes, caindo na perdição!
Pois, perdidos andam homem e mulher.

Se dos homens consigo me ocultar
E aos teus olhos, vivo grande engano
Vós sabeis até do meu próprio plano
Assim vou seguindo sem hesitar
Sem medo de que terei que pagar
Senhor Meu, se eu fiz algum juramento
Foi pelo quão infindo desalento
Me perdoe o vacilo da memória
Porque sou poeta e vivo de estória
Vos peço, atenuai, o meu lamento!

Como poeta, sou representante
Da dorida alma do meu irmão
A minha poesia se faz canção
E cuida da alma dilacerante
Onde sua dor tirânica é imperante.
Neste grande palco que é a vida
Poeta doa-se como guarida
E assim, se torna um grande fingidor
Finge completamente como ator
Para curar de todos, a ferida.

Os que por ti juraram, questiono,
Que vivem a tua palavra pregando
E cinicamente vivem negando
Parecem viver num eterno sono
Hipocritamente, por desconhecer o dono
De tudo que é existente na terra
A fazerem, por fim, a própria guerra
Não dão sequer a menor importância
E todos vivem em completa arrogância
Onde o não-cristão é quem menos erra?

Do pó viemos, ao pó retornaremos
E o pó é tá sempre poetando
Pois, encaram a sua morte cantando
Talvez, a razão naquilo que cremos
E por sermos humanos - medo temos
Omitindo na arte sem temor,
Perscrutar das essências o seu odor
Moldamos a palavra com beleza
Pois é própria da nossa natureza
Semear à humanidade o amor!

Nós somos verdadeiros menestréis
Ou mesmo, dizendo, somos poetas
Favor, não nos confundir com profetas
Pois estes assumem outros papéis
Diante Deus e homem são fiéis.
Porém, muitos entram em contradição
Por isso, Deus conhece o coração
De quem vive o profano, não o sagrado
Semeando o perdão, mas no pecado
De todos que cometem traição.

Me deste saber das coisas do mundo
E desvendei que tudo era ilusão
Onde o real era só ficção
E me vi cada vez meditabundo
Aí, caí, num baixo astral profundo
E não mais acreditei em ninguém
Mas, temos que acreditar em alguém
Maldito, quem acredita no homem!
De repente, lembrei de vosso nome:
E eis o meu pai, minha mãe, amém!

E não é fácil encontrar um amigo
Quando pra tudo o que vale é dinheiro
Quase sempre aparece o interesseiro
Quão irônico, logo oferece abrigo
Verdadeiro joio e não puro trigo.
Mas, nos encontros das afinidades
Deslocados de qualquer falsidades
Temos amigos no campo da arte
Todos da terra e não vindo de Marte
Com as suas peculiaridades.

De tudo que por aqui já passei
Duma coisa tenho pura certeza
Porque vivi conforme a natureza
A qual nos fez nosso Bondoso Rei
Onde nem tudo que fiz, acertei
Então, procurarei não mais errar
Pois assim, com meu Deus, tudo acertar
Pedirei a Ele sabedoria
Para florir mais e mais o meu dia
Para em meu peito brotar o amar.

As palavras, Deus, quero agradecer
Que fluiriam quão bem na minha mente
Sábia árvore, genuína semente
Fostes Vós que fizestes florescer
E assim, fazeis quão belo o meu viver.
Sei que toda inspiração é Divina
Razão, pela qual, meu ser se atina
Pois brota do universo e do além
De Deus criador, seu filho também
Que traçam na terra o caminho e a sina

Eis que a minha inspiração desse intento
Trata-se, pois, de um grande desafio
Em que venho tecendo fio a fio
As coisas que estão no meu pensamento
Bem vindas direto do firmamento
Do Pai Eterno que tudo criou
Pois tudo vem do Divino Senhor!
Inclusive, eu, errante poeta,
Um plagiador da vida, um esteta
Que nem, agora, o poema gerou.

Nenhum comentário: