quinta-feira, 5 de junho de 2008

DICAS PARA SE LIVRAR DAS DÍVIDAS

A pior sensação do mundo é ter uma dívida e não ter como pagar. Quem está endividado, com o nome sujo, costuma ter pesadelos. Foi o que aconteceu com a Elizabeth*. Recém-separada, com dois filhos para criar, ela começou a parcelar as compras para a nova casa no cartão de crédito.

Tire suas dúvidas sobre dívidas

Resultado: pouco tempo depois, não conseguia mais pagar a fatura cheia, mas apenas a parcela mínima. Com os juros altos (que facilmente ultrapassam 14% ao mês), em pouco tempo, já estava devendo mais do que ganhava no ano todo. "Não conseguia dormir, tinha pesadelos e acordava à noite", conta.

Dilema
A saída para o dilema foi cortar todas as despesas supérfluas, pedir dinheiro emprestado a amigos e riscar o cartão de crédito por muito tempo da sua vida. Hoje, mais experiente, tem apenas um cartão de crédito. Mas o limite é baixo e só o usa em último caso. "Prefiro comprar à vista ou parcelar o mínimo possível", diz.

Corte despesas
Elizabeth agiu certo. O primeiro passo para quem deixou de fazer o orçamento doméstico e passou a gastar mais do que ganha é cortar as despesas menos importantes, como gastos com celular, TV por assinatura, passeios ao shopping. Se tiver um celular pós-pago, troque por um pré-pago.

O mais importante é que a família se reúna, converse sobre o assunto e tome as decisões em conjunto. Não adianta o pai de família esconder que está falido para que os filhos continuem a viver como consumidores vorazes. Lembre-se: os juros aumentam a cada dia que se deixa de pagar uma dívida. Como afirma Elizabeth, sem saudades, "é uma bola de neve".

Faça o orçamento
O segundo passo para sair das dívidas é verificar onde está sendo gasto todo o dinheiro. A família não pode deixar de comer ou se vestir. Mas pode deixar de freqüentar restaurantes ou comprar o último modelo de sapato da estação. Por isso, enquanto a situação estiver complicada, evite passeios aos shoppings centers.

Verifique as opções
Se o corte de despesas não foi suficiente para reorganizar as finanças e pagar as prestações em dia, verifique se há a opção de vender um bem ou resgatar uma aplicação para quitar a dívida. Se tiver dinheiro investido, use-o. Dificilmente os juros de uma aplicação serão maiores do que os juros cobrados pelas financeiras.

Se tiver algum bem, como um carro, é melhor vendê-lo para pagar a dívida do que assumir outro empréstimo. Lembre-se que um carro representa muitos gastos com combustível, manutenção, estacionamento, seguro, IPVA.

Renegocie a dívida
Se não tiver bens nem dinheiro, então está na hora de tentar renegociar a dívida. Atualmente, muitas instituições fazem campanhas de renegociação com os clientes inadimplentes. Isso acontece porque, para as empresas, é mais interessante tentar diminuir o prejuízo e proporcionar a volta daquele cliente ao consumo.

Troque a dívida
Além de renegociar, também é aconselhável trocar dívidas muito caras por outras mais amenas. Os juros cobrados no cheque especial, no cartão de crédito, por financeiras ou agiotas são altíssimos. Segundo o Banco Central, em abril, a taxa média cobrada pelos bancos nas operações de cheque especial foi a mais alta desde agosto de 2003, atingindo 152,7% ao ano.

Algumas saídas
Quem está empregado com carteira assinada pode pedir um empréstimo consignado, cujos juros giram em torno de 2,04% ao mês. Quem tem jóias, pode se utilizar do penhor da Caixa Econômica Federal, cujos juros estão em 2,1% ao mês. O carro também pode ser usado como fonte de financiamento. Dando-se o bem em garantia, é possível obter o empréstimo, que pode chegar a 60% do valor do veículo.

Por fim, ao se reequilibrar, não faça novas despesas. Aprenda a gastar menos do que ganha. E, claro, a poupar.

Rossana Mesquita

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