Uma pesquisa internacional para medir a perspectiva de felicidade da população em 132 países, divulgada nesta terça-feira (2) pelo centro de políticas sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o brasileiro é o povo mais confiante em como estará sua situação daqui a cinco anos.
Numa escala de 0 a 10, o ícone da felicidade futura da população brasileira atinge o topo da pesquisa com 8,78, à frente de Venezuela (8,52) e até mesmo da Dinamarca (8,51). China, Rússia e Índia, países que, com o Brasil, formam os chamados BRICs (grupo dos países considerados os quatro principais emergentes), ficaram para trás no estudo. Os piores são Zimbábue (4,04), Camboja (4,86) e Paraguai (5,04).
A pesquisa foi dividida entre a população de uma forma geral e um outro levantamento feito entre jovens de 15 a 29 anos. Neste último grupo estão os mais otimistas em relação ao futuro do Brasil. O índice nessa faixa etária atinge 9,29, à frente dos Estados Unidos (9,11) e Venezuela (8,87). Os piores do ranking são Zimbábue (4,68), Haiti (5,18) e Camboja (5,37).
Segundo o economista da FGV e coordenador do estudo, Marcelo Neri, dois fatores contribuíram para essa visão otimista do brasileiro: a renda do trabalho do jovem, que teve acréscimo de 10,5% ao ano entre 2004 e 2008, além do aumento dos anos de estudo - de 9,7 em 2004 para 10,4 em 2008.
"O que a pesquisa mostra é que, dos últimos 16 anos, os 12 anos iniciais foram de estagnação trabalhista, mas o jovem estava indo à escola e investindo no seu futuro, embora não tivesse colhendo esses resultados no mercado de trabalho. De 2004 em diante, já muda. O jovem continua investindo em educação, mas começa a colher resultados", disse Neri explicando um dos fatores de otimismo dos jovens.
Em termos globais, a pesquisa mostra ainda que, com relação à felicidade no presente, jovens, adultos e idosos atribuem notas parecidas. Mas, quando o assunto é a confiança no futuro, as médias mudam. Conforme as pessoas vão se tornando mais velhas, menor a nota que dão para o índice de felicidade futura. Aos 15 anos, a nota média do IFF é de 7,41 e entre as pessoas com mais de 80 anos é de 5,45. De uma forma geral, a população atribui uma nota menor à felicidade no presente que no futuro. No caso dos jovens, essa diferença na média é de 3,3.
O questionário, com perguntas objetivas e subjetivas iguais para todos as nações, foi aplicado pelo instituto Gallup a 150 mil pessoas de 132 países. A FGV trabalhou com os dados da pesquisa para estudar as perspectivas de felicidade do brasileiro.
Juliana Castro - UOL notícias
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