Uma das coisas mais chatas que ouço ou leio nos últimos anos é essa obsessão da mídia, da imprensa, das pessoas de modo geral por números, estatísticas etc. Quem nunca ouviu coisas do tipo: “O Brasil é o primeiro penta campeão do mundo”; “Fulano marcou o centésimo primeiro gol no campeonato potiguar”; “A mulher fruta é a primeira a colocar 2,5l de silicone nos seios”; “‘Sicrano é o primeiro homem na terra a comer quinhentas bananas em trinta minutos”; “O tal piloto é o mais jovem a perder um campeonato mundial”. Parem ! Por favor !
Ainda falta aquela frase de efeito: “Eu quero entrar para a história!” Frase dita pela americana fútil que é campeã em cirurgias plásticas. Não sei se é minha ojeriza por números a me influenciar nestas minhas considerações, mas não agüento mais tanta bobagem a ser alardeada como importante por trás dos números que seduzem.
No entanto, uma destas estatísticas nesta semana muito me chamaram atenção e dizem respeito à eleição que se avizinha nos Estados Unidos da America, pois O PRIMEIRO NEGRO DA HISTÓRIA PODE ASSUMIR A CASA BRANCA!
Chega a ser chata também, tamanha a cobertura nos telejornais , revistas etc., mas entendo que o momento é verdadeiramente histórico e único. Sempre tive uma antipatia ideológica contra os estadunidenses (confundindo povo com governo), povo este que me deixava enfurecido por serem tratados como americanos. Americanos! Todos somos americanos ou também não estamos no continente americano? Na minha andança pelo continente europeu, me causava inveja as pessoas se referirem aos Estados Unidos como “América”.
E quando estudávamos e descobríamos que os “Americanos” são os responsáveis pela exploração dos países pobres, principalmente os sul-americanos, patrocinaram a guerra do Vietnam, o apoio as ditaduras da America do sul, o embargo a Cuba, apoiaram o golpe e a morte de Allende, destroem o planeta e não querem assinar o tratado de Kioto, a invasão do Iraque, até se apropriarem do título de inventores do avião eles fizeram! Como odeio os americanos do norte! Na realidade fomos ensinados a ver o que há de pior dos “americanos”, de sua política imperialista, mas me questiono: E as coisas boas feitas por esta grande nação e potência mundial?
A verdade é que meu conceito dos americanos vai mudar e muito se hoje o Senador Barak Obama for eleito. Por ser brasileiro da terra de Pelé, o atleta do século, de Machado de Assis, um dos maiores escritores da literatura universal e negro, de Zumbi dos Palmares, de Cartola, do samba e da feijoada, me alegra saber que os americanos, da terra do KU KLUX KLAN, podem eleger o seu PRIMEIRO NEGRO PRESIDENTE.
De longe muito me agrada a figura do candidato democrata, não por ser negro, pois raça não credencia ninguém, mas pela sua história de luta, militância, origem, formação intelectual, carisma e propostas de mudanças significativas na política americana chefiada hoje por BUSH , o verdadeiro ser diabólico que promoveu o aumento do sofrimento, das guerras, da violência no mundo e da atual crise financeira mundial.
“Porque o samba nasceu lá na Bahia e se hoje ele é branco na poesia, ele é negro demais no coração”. A negritude de OBAMA simboliza a ascensão dos mais humildes e excluídos ao topo do poder e isto muito me fascina atualmente na história americana. Algo semelhante eu senti quando o torneiro mecânico e nordestino alcançou o posto mais importante da república. Posso estar sendo ingênuo e infantil, mas deixem-me sonhar, please !
Sim, gostaria de dizer a todos que sou o PRIMEIRO E ÚNICO FILHO HOMEM de Dona Lídia e seu Tião ! Também entrei pra história.
Luiz Teixeira.
2 comentários:
rs... muito bom! Compartilho a minha opinião com a sua ... a possibilidade real de termos um negro como presidente dos EUA também me fascina.
kkkkkkkkkkkkkk.....boa critica luíz mais vc naum foi mto feliz no ultimo paragrafo naum..kkkkkkkkk...bricadeirinha..kkkk
falando serio creio que a letra dessa musica retrata um pouco da vitoria dos negos perante a sociedade:
Quem foi que disse que Izabel me libertou, Camará
Quem foi que disse que Izabel que me salvou, Camará
Quem foi que disse que a minha liberdade
Foi o fruto da bondade da princesa se enganou
A libertação do negro, não foi bem assim, Camará
Foi dura a batalha contra o branco ruim, Camará
Nossa abolição, conquistada na força da cor
Com coragem, muita luta, muito sangue e muita dor
Nego chorou, nego chorou
Quando morreu Zumbi, Camará
Nego chorou, nego chorou
Quis sumir daqui, Camará
E voltar pra mãe África, sua terra querida
Ser livre pelos campos, dono de sua própria vida
E hoje em dia o negro, quando joga capoeira
Sente orgulho da raça, raça afro-brasileira
Trás na cor a história de uma guerra de verdade
Do negro clamando paz, lutando por liberdade
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