Na volta, uma massagem no ego.
"Afinal, tudo que faço e que tudo me rodeia é fantástico", diria o espelho. A administração cavaco chinês de Natal ainda vai cumprir seu ideal. Ainda vai tornar-se um imenso festival.
Abaixo, o texto do jornalista Woden Madruga. Mesmo ao longe é quem vem dando e melhor cobertura para a grande efeméride bancada pela população de Natal.
É FANTÁSTICO !
Esse encarte é filhote (o mesmo papel, o mesmo leaute, a mesma “filosofia”) da revista “Natal da gente”, invenção dos marqueteiros do Palácio Felipe Camarão para provar que a prefeita Micarla de Souza tem a mesma altura da modelo Gisele Bündchen (1.79).
A revista “Natal da gente” é mais gorda do que o encarte: 32 páginas, incluindo a capa. Já saíram dois números, indicando que é trimestral. Toda revista cantando loas à prefeita e a sua gente. Sai encartada nas edições dos diversos jornais locais e também é enviada em mala direta para gregos, romanos e mossoroenses. Na capa lê-se “distribuição gratuita”.
Pois sim... Apesar de ter dezenas de jornalistas contratados, certamente diplomados, os textos da revista estão bordados de equívocos imperdoáveis com relação a história e a tradição natalenses. Mas isso é outro departamento.
Bom, o que me interessa agora é o filhote, o encarte sobre a viagem da prefeita e sua gente. São oitos páginas de louvação, louvação. Logo na capa, um título genial em cima de um pedaço do mapa-mundi (América do Sul, África e Europa) mostrando a rota entre as barras do Potengi e do Tejo: “Natal, Lisboa, Natal. Um novo descobrimento”.
Il n’est pas fantastique?!
Lá dentro, na segunda página, o leitor se depara com um texto comovente. Começa assim: “Separadas por um oceano e unidas por uma mesma língua, Natal e Lisboa iniciaram uma nova fase em relações neste primeiro semestre de 2009”. Acrescente aí uma frase, não menos genial de Micarla: “Estamos agora fazendo o caminho inverso do descobrimento do Brasil por Portugal”
Il n’est pas fantastique?!
E como fecho de ouro, a reprodução de outra frase da prefeita que certamente será mural na sede da ONU: “O turismo não pode ser tratado como política de Governo. O turismo precisa ser encarado como política de Estado”.
Fantastique!
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