Ontem, o Veríssimo escreveu uma crônica sobre a alternância das síndromes presidenciais brasileiras, onde ele fala dos presidentes, de seas carismas, de seus sortilégios ou de suas melancólicas inexpressividades. É assim: ou entra algum maluco como o Jânio ou o Collor ou entra um Dutra. Faz sentido: saindo o Lula, entrarão a Dilma ou Serra!
Estou contando isso tudo pra não citar o Veríssimo – como certa imprensa faz sempre – fora do contexto. É que eu quero falar da implicância que a maioria esmagadora dos nossos jornais, revistas e seus cronistas têm com o Lula. Não chego a querer que esse pessoal venha a fazer parte do grupo a que pertenço, os que não são fascinados por ele.
Estou contando isso tudo pra não citar o Veríssimo – como certa imprensa faz sempre – fora do contexto. É que eu quero falar da implicância que a maioria esmagadora dos nossos jornais, revistas e seus cronistas têm com o Lula. Não chego a querer que esse pessoal venha a fazer parte do grupo a que pertenço, os que não são fascinados por ele.
Mas, deixemos de muita conversa e citemos o Veríssimo. A certa altura de sua crônica, falando de sortilégio e do carisma do Lula, ele diz que é incrível ele “continuar com os mesmos índices de popularidade, quase no fim de seu governo, apesar do massacre da grande imprensa.” Foi o Veríssimo que falou.
Vocês viram, por exemplo, como O Globo cobriu as ações do Lula – o primeiro político brasileiro de projeção internacional – no episódio do Irã? O mundo, alguma vez, deu a mínima importância ao Brasil? A revista Life publicou, um pouco antes de acabar, um álbum de fotografias das coisas importantes que aconteceram no mundo no Século Vinte. Sabe quantas fotos do Brasil tinha no álbum? Nem uma. Nem da miséria brasileira.
Quero deixar claro que o que me comove no Lula não são seus atos, nem sua forma de governar. O que me comove no Lula é sua biografia. Vi de perto, quando tudo começou. Estava entre os entrevistados na primeira entrevista nacional que ele deu, na redação do Pasquim, não acertando uma só concordância nos seus verbos...
Bem eu não ia escrever isto tudo. Ia só ressaltar um exemplo da implicância jornalística com o meu amigo. Vejam: a seleção brasileira vai visitar o Lula antes de viajar. O Globo, então, resolve gozar o Lula numa charge colorida de página inteira: a primeira página do caderno de esportes. Aí, diz lá dentro que o Lula é um enorme pé frio. Cuidado, Dunga!
Em seguida, chamam a atenção da seleção para o risco e provam: a única vez que uma coisa como esta aconteceu, foi quando a seleção foi a Brasília pedir a benção a um presidente, o Médici.
Pois, sabem o que aconteceu naquele episódio, agora renovado? O Brasil foi campeão do mundo. Mas o Globo insistiu com o aviso.
Eu estava morrendo de raiva do Dunga. Agora, vou torcer, desesperadamente, por ele e pelo Jorginho. E já estou até entendendo porque foi que ele convocou o Grafite. É que, nos quinze minutos que o Dunga viu o Grafite jogar, ele descobriu que ele volta pra marcar.
Vocês viram, por exemplo, como O Globo cobriu as ações do Lula – o primeiro político brasileiro de projeção internacional – no episódio do Irã? O mundo, alguma vez, deu a mínima importância ao Brasil? A revista Life publicou, um pouco antes de acabar, um álbum de fotografias das coisas importantes que aconteceram no mundo no Século Vinte. Sabe quantas fotos do Brasil tinha no álbum? Nem uma. Nem da miséria brasileira.
Quero deixar claro que o que me comove no Lula não são seus atos, nem sua forma de governar. O que me comove no Lula é sua biografia. Vi de perto, quando tudo começou. Estava entre os entrevistados na primeira entrevista nacional que ele deu, na redação do Pasquim, não acertando uma só concordância nos seus verbos...
Bem eu não ia escrever isto tudo. Ia só ressaltar um exemplo da implicância jornalística com o meu amigo. Vejam: a seleção brasileira vai visitar o Lula antes de viajar. O Globo, então, resolve gozar o Lula numa charge colorida de página inteira: a primeira página do caderno de esportes. Aí, diz lá dentro que o Lula é um enorme pé frio. Cuidado, Dunga!
Em seguida, chamam a atenção da seleção para o risco e provam: a única vez que uma coisa como esta aconteceu, foi quando a seleção foi a Brasília pedir a benção a um presidente, o Médici.
Pois, sabem o que aconteceu naquele episódio, agora renovado? O Brasil foi campeão do mundo. Mas o Globo insistiu com o aviso.
Eu estava morrendo de raiva do Dunga. Agora, vou torcer, desesperadamente, por ele e pelo Jorginho. E já estou até entendendo porque foi que ele convocou o Grafite. É que, nos quinze minutos que o Dunga viu o Grafite jogar, ele descobriu que ele volta pra marcar.
Ziraldo
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