Diariamente somos tentados por falsas propostas e por vozes misteriosas. Somos cercados de tentações de todos os lados. A própria Igreja é tentada a abandonar a proposta de Jesus e assumir atitudes dos poderosos. Até Jesus foi tentado, e não seria diferente conosco. Mas há uma boa diferença: Ele soube se defender das propostas enganadoras e vencê-las, ao passo que nós… Mesmo rezando todos os dias o pai-nosso, quando pedimos que Deus nos livre da tentação, muitas vezes não resistimos às “vozes provocativas”.
O evangelho condensa as tentações de Jesus em três momentos: quando está com fome, o tentador propõe transformar tudo em pão; no templo, Jesus é tentado dar espetáculo; no alto de uma montanha, é tentado a adorar a riqueza e o poder.
Multiplicar o pão não é arte de mágico. O pão vem com trabalho digno e remunerado, com criação de empregos, com distribuição de renda. Por outro lado, não só de pão vivemos, mas, como diz a letra de certa música: “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” – educação, saúde, dignidade.
Por que desafiar as leis da natureza e buscar nisso o socorro de Deus? É a tentação de quem busca o espetáculo, a imagem, a fama, a grandiosidade e a ostentação. Diariamente os jornais e a tevê apresentam os “famosos”. Quem são eles? São os que “venceram na vida” e dos quais todos já ouviram falar. Para Jesus, os “famosos” são os que, com trabalho honesto e empenho cotidiano, conseguem superar os obstáculos e viver uma vida digna de filhos e filhas de Deus.
Adorar a riqueza é outra grande tentação também nos dias de hoje. É a tentação de construir grandes impérios, somar terras, depositar a confiança no dinheiro. É deixar de lado Deus para adorar a mamona.
Se quiséssemos, poderíamos continuar a lista, mas aí está o englobamento de todas as tentações: o caminho da facilidade, da superficialidade ou das aparências e do domínio sobre os outros, dando ao poder o lugar do amor e da partilha.
Fonte: Pe. Nilo Luza, ssp – Semanário Litúrgico-Catequético O Domingo ( 13/03/2011)
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