quarta-feira, 10 de junho de 2009

LANCHE DA MADRUGADA


A Declaração Uni­versal dos Direitos Humanos, de 1948, ga­rante que “toda pessoa tem direito a um pa­drão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimen­tação, vestuário, habitação ...“ (artigo XXV, item 1).

O direito à moradia está incorporado no direito brasileiro de acordo com os trata­dos internacionais de direitos humanos do qual o Estado Brasileiro é parte. Assim, obri­ga o Brasil (União, Estados e Municípios) a proteger e fazer valer esse direito.


A Constituição Brasileira garante a moradia como direito fundamental do ser humano (artigo 6º)


Mesmo assim, ainda existe no Brasil uma imensa desigualdade na distribuição de ren­da, impedindo que brasileiros e brasileiras tenham acesso a uma moradia adequada para viver dignamente. E uma situação que obriga a ocupação de áreas insalubres ou de risco.


Infelizmente, moradia para grande par­cela do povo brasileiro é sinônimo de morros e favelas. Onde faltam água encanada, luz elétrica e saneamento básico.


Mais fotos do lanche da madrugada, clique aqui


7 comentários:

Júnior disse...

Essa iniciativa é sem sombra de dúvidas muito louvável. Só gostaria de comentar algo que ouvi sobre o evento. Não vou citar nomes.

Ouvi que não era prudente retirar FOTOGRAFIAS DE TÃO PERTO, a ponto de identificar as pessoas favorecidas.

Os motivos para isso seria, entre outros, que não sabemos se estas pessoas querem ser fotografadas (leia-se IDENTIFICADAS).

Eu concordo que o evento deva ser registrado, porque se não... não teríamos como divulgar! mas também acho que devemos guardar uma certa distância na hora do registro.

Eu acho que em minha condição de miserável eu me acharia mais humilhado ainda em ser fotografado recebendo uma ajuda. Fica parecendo que o preço para receber o alimento é a divulgação da minha imagem.

Me vem a cabeça, também, a passagem da bíblia que diz "... Quando fizeres a caridade, quando fizeres alguma coisa para alguém, que não saiba a tua mão direita o que fez a tua esquerda, ...".

Essa é minha opinião.

Não quero de maneira nenhuma provocar uma discussão. Só estou compartilhando o que acho sobre o que ouvi.

Luiz Teixeira disse...

Parabéns Júnior pela manisfestação que, com a devida vênia, ouso discodar.

Acho até razoável o que Júnior diz a respeito de tirar fotos a uma certa distância, não que eu entenda que é uma humilhação para os fotografados, pois humilhação já é a própria situação de todos eles, abandonados pela sociedade e pelo Poder Público.

Tirar fotos não agrava a situação de humilhação de todos eles, pois todos os dias fotos são tiradas pelas nossas retinas e nada fazemos.

Não é completamente verdade o que você ouviu, Júnior, de que todas as fotos não foram autorizadas.Cansei de ver Claudinha pedir se poderia tirar fotos, inclusive, tirou junto com um sem-teto que alegremente se deixou fotografar abraçado com ela.

O mesmo Jesus Cristo disse que deveríamos pregar o Evangelho, propagar o amor. Entendo que o lanche da madrugada é o cumprimento deste mandamento ou será que acreditamos que pregar o evangelho é apenas estar nos templos a rezar, dançar, proferir palavras, palavras...

Divulgar o lanche da madrugada é uma forma de evangelização e, por isso, façamos sim, no nosso blog, na Igreja, em nossa comunidade, de maneira que outras pessoas se sensibilizem e também vivam esta espiritualidade do Senhor Jesus que pregou o amor e a predileção pelos mais pobres e esquecidos deste mundo.

Data vênia, Júnior, mencionar a passagem bíblica ("Quando fizeres a caridade, quando fizeres alguma coisa para alguém, que não saiba a tua mão direita o que fez a tua esquerda, ...".) não se atribui ao nosso gesto, pois o que Jesus condenava era a utilização da "caridade" como forma de autopromoção, se colocando na condição de melhores, superiores etc.

Definitivamente, o GLM não faz isso, não pensa assim, pelo contrário, acho até que nossa ação social poderia ser aperfeiçoada para contribuir com a libertação de todas aquelas pessoas.

Fica, de toda sorte, o aprendizado de tirar fotos a certa distância ou autorizada pelas pessoas o que eu, particularmente, também vi neste lanche da madrugada.

Quanto as outras considerações e o que você ouviu, não concordo. Tenho dito (rs rs).

Valeu Júnior! Vamos opinar neste blog de mudos !!!

Italo Amorim disse...

Já que os comentários começaram, devo continuar...

Concordo com Junior quando ele fala que não era necessário tirar mil fotos, expor os fotografados... Mas uma coisa é fazer isso, outra é captar o momento, a AÇÃO.

Quanto a pergunta: “Posso tirar uma foto sua?”, entendo que é uma forma educada de abordar, mas como já disse, as fotos não seriam das pessoas e sim do momento. Logo, não vejo a necessidade de pedir a autorização. Se fosse assim, o foto jornalismo já teria entrado em extinção.

E tem mais: se pensarmos assim estaríamos fechando os olhos para o trabalho de vários fotógrafos que já ganharam prêmios fotografando a “miséria” dos outros. Esse não é o nosso caso, nem a nossa intenção. Só quero alertar que isso não é crime, desde que seja feito com responsabilidade.

Entendo o que houve. Várias máquinas fotografando... muito flash... isso causa estranheza e pode irritar as pessoas. Estávamos tensos... alguns lugares por onde passamos eram perigosos, mas uma coisa é conversar e outra é “censurar”. Talvez por fazer jornalismo e ser avesso a esse termo tenha reagido de forma tão agressiva, mas não achei justo ser barrado, quando na verdade só queria somar. Vale salientar que o momento me serviria não só de experiência enquanto cristão, mas enquanto futuro profissional da comunicação.

Enfim, reitero a importância do registro e não acho prejudicial. Só acredito que da próxima vez ele pode ser debatido antes, para evitar maiores constrangimentos...

Abçoss

Ítalo Amorim =D

Luiz Teixeira disse...

Meu caro amigo jornalista Ítalo:

Tu sabes que não fujo de um bom debate e, portanto, faço a minha segunda intervenção.

Achei muito equilibrado as suas razões e concordo com quase tudo.Só não consegui ver a afirmação de Júnior que "tiramos mil fotos!". As fotos tiradas registram apenas a "ação, o momento" e quantidade não descaracteriza o ato.

Muitas fotos foram tiradas porque as ações foram muitas e tínhamos a intenção de perpertuar este momento com todos nós e também com a comunidade, cidade e leitores deste blog que adoram ver fotos. Inclusive, uma boa parte dela mostra momentos nossos de alegria, descontração e trabalho.

Quanto a anuência ou não dos fotografados, confesso, que, em princípio, acho que deveríamos tê-la para fotografá-los. No entanto, os teus argumentos me fizeram ficar na dúvida.

No mais, concordo plenamente contigo!

Leitores mudos! Aproveitem o teclado! (rs rs)

Italo Amorim disse...

Perdão Luiz...cometi um equívoco. A hipérbole não é fruto de afirmações feitas por Junior. Mas sim de críticas ouvidas pós evento. E quando falo das fotos, faço referência à quantidade de flashs que vi naquela noite. Muitos desnecessários...

Sei que o registro é necessário e importante, mas acredito que poderíamos ter feito um planejamento maior. Pode parecer bobagem, mas com certeza isso teria evitado os constrangimentos. E como teria....

Só mais uma coisa...huhuh...

Sem querer colocar lenha na fogueira, mas já colocando, o que senti é que o momento se transformou em uma absoluta diversão para alguns. A empolgação falou mais forte... O que é admissível já que muitos dos nossos irmãos são jovens e estavam vivendo aquela experiência pela primeira vez. Mas acho que esse deve ser um outro ponto que merece atenção, para que de uma próxima vez o gesto tenha realmente um sentido mais construtivo e não fique restrito a uma simples distribuição de quentinhas.

Abss

Ítalo Amorim
=D

Júnior disse...

Que bom meus irmãos que minha mensagem tenha gerado bons frutos - uma discussão sadia - o intuito era esse mesmo. Em relação ao evento eu não posso afirmar nada, pois não estava presente. Só comentei algo que ouvi pós-evento. Também concordo que devemos ter um momento, antes dos eventos, para discutir tais acertos comportamentais.

Giginha disse...

Acredito que cada pessoa de sua forma de observar os acontecimentos ao seu redor(Graças a Deus!!!!!) E como estávamos entrando no "Mundo de outras pessoas" nunca é demais rever nosass atitudes. Eu acho, que principalmente em relação a este evento, as fotos não me deixaram a vontade até porque em um momento da distribuição, que eu estava presente um dos moradores de rua me perguntou se era preciso tirar foto. Primeiramente eu tive medo e depois eu fui refletir para quê realmente. Acho que dar satisfação para os nossos colaboradores deveríamos realmente(algumas fotos "de longe"), Mas expor as pessoas e nos arriscarmos acho uma imprudência. Durante a noite e depois de acontecer isso, teve um menino que disse que também vinham a eles os Rare Christinas(acho q escreve assim). A gente nem sabe dissso, mas acontece independente de divulgação. Existem muitas formas dos seres humanos serem tocados a lembrar do outro, a fazer o bem...
Então vamos em frente!!!!

Beijo a todos