Fim de ano; recomeço; desejo de dias melhores; novos governantes; muita alegria e vivas para o novo ano... Mas o tempo chuvoso, principalmente no sudeste do país, é uma verdadeira super-ducha de água fria; um banho de realidade e de pessimismo. Constatamos com as chuvas de janeiro que, apesar dos pesares, temos uma classe política corrupta, incompetente e desumana em sua larga maioria. Uma elite mesquinha, burra , egoista que manda neste país e pouco pensa no ser-humano, nos filhos de Deus, no povo.
Que tristeza o que acompanhamos pelos telejornais. Já passam de quinhentos os números de mortes na região serrana do Rio, proveniente das fortes chuvas. O maior desastre climático da história de nosso país. Alguns dirão: "Contra a natureza ninguém pode!" Não é bem isso que os especialistas dizem. O Brasil convive com esta realidade há mais de dez anos e nossas autoridades nada ou pouco fizeram para evitar esta desgraça. A revolta ainda é maior quando se sabe que havia dinheiro para obras e ações de prevenção contra estas catástrofes. Mas as nossas autoridades apenas gastam com a reconstrução das cidades arrasadas. É burrice, má-fé ou inércia de quem tem poder e mora em luxuosas coberturas de frente pro mar?
Morreram famílias, trabalhadores, cidadãos que sonhavam com um ano novo feliz... Que eles encontrem a felicidade na eternidade e que por aqui sejamos mais solidários e conscientes, quando da escolha de nossas "autoridades".
Luiz Teixeira
''Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa''
O Estado de São Paulo
O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva.' O alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar respostas a crises, Debarati falou ao Estado e lançou duras críticas ao Brasil. Para ela, só um fator mata depois da chuva: 'descaso político.'
Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?
Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.
O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?
Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.
Custa caro se preparar?
Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.
E como se preparar então?
Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?
Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.
O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?
Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.
Custa caro se preparar?
Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.
E como se preparar então?
Enchentes ocorrem sempre nos mesmo lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões..
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