sábado, 30 de outubro de 2010

Hoje a tarde...

eu recebia um jovem rapaz em minha residência. Ele, trabalhador, vendia-me água mineral. Logo me veio a mente a seguinte pergunta: "Depois do aumento, as vendas cairam?" Ele abruptamente respondeu: "Agora foi que aumentou!". "O povo tá com dinheiro", arrematou o jovem. Eu conclui aquele papo de mercado: "E pensar que no meu tempo - nem tanto tempo assim - água mineral era luxo... A água lá de casa era da caixa, fervida e colocada no filtro de barro".

Longe de acreditar que os bens materiais são os responsáveis pela felicidade... "Nem só de pão vive o homem", mas também vive de pão. Sou otimista! As coisas melhoraram sim e hão, se Deus quiser,  de ainda melhorar mais !


Quando estava a me despedir do jovem vendedor eu lhe questionei: "Esta moto é sua?  "Não, mas segunda-feira vou comprar a minha", disse o jovem vendedor de água com um largo sorriso no rosto. "Toma cuidado com o trânsito", eu o alertei.


Luiz Teixeira


 



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pe. Thiago - 80 ANOS

 SÍNTESE DA "HISTÓRIA DE VIDA DE UM MISSIONÁRIO A SERVIÇO DO REINO DE DEUS EM TERRAS POTIGUARES"


1. Gênesis do Pe. Tiago Theisen

       Em 23 de Outubro, de 1930, nascia Jacques Em Namur, bela e pequena cidade que distância 60 Km de Bruxelas, capital da Bélgica. Jacques é filho de Anna Jonet e Joseph Theisen, tendo quatro irmãos: Julienne, Jean Pierre, Josph e Louis.


2. Vocação Um chamado de Deus

       Jacques é educado numa família cristã e percorre todos os graus de ensino regular do seu país até concluir estudos superiores de Filosofia, Teologia e de Bibliotecário. Aos 19 anos, ele ouve o chamado de Deus para o Sacerdócio Católico e ingressa no seminário Floreff-Namur, sendo ordenado Padre em 31 de Julho de 1955, tendo como lema: “Eu sou o Bom Pastor”. Sua turma era composta de 28 padres. Em um determinado momento de sus vida questiona a compatibilidade entre fé e a ciência e decide estudar Ciências Humanas e Religiosas na Universidade de Louvain, nos anos 60. O padre Jacques viveu 11 anos nas regiões carboníferas da Bélgica, como vigário de Auvelais e Sclayn. Em 1968, tornou-se missionário no Brasil, passando a ser chamado de Pe. Tiago Theisen.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vaticano reconhece milagre de Irmã Dulce e inicia canonização

 Graça foi alcançada por uma mulher em 2001, no interior da Bahia.
Para se tornar santa, Igreja precisa comprovar um segundo milagre
 
A Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano reconheceu, nesta terça-feira (26), um milagre atribuído a Irmã Dulce em 2001. Essa era a etapa que restava para a religiosa ser considerada beata. Agora, para ser canonizada, será necessário comprovar um segundo milagre. O processo de canonização deve ser anunciado pelo Papa Bento XVI até o Natal, segundo informações de dom Geraldo Majella, arcebispo primaz do Brasil.
Em junho deste ano, fiéis fizeram vigília na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Salvador, em homenagem a irmã Dulce, que morreu em 1992 e é conhecida como Anjo Bom da Bahia.

De acordo com representantes das Obras Sociais de Irmã Dulce (Osid), o milagre é relativo a uma mulher que chegou a ser desenganada pelos médicos após sofrer uma hemorragia pós-parto, em 2001, no interior da Bahia.
 
Análise científica
O médico Sandro Barral, um dos investigadores e peritos que confirmaram o milagre, considerou o feito preternatural (quando a ciência não explica). A agraciada e a criança permanecem com a identidade sob sigilo, por recomendação do Vaticano.

“Foi um caso de pós-parto, onde a paciente apresentava um quadro de forte hemorragia não controlável. Em um período de 18 horas, por exemplo, ela chegou a passar por três cirurgias, mas o sangramento não cessava. Contudo, sem nenhuma intervenção médica, a hemorragia subitamente parou e a paciente passou a ter uma impressionante recuperação”, disse Barral.

Segundo a Osid, para ser beatificada, o processo da freira baiana foi analisado por um grupo de teólogos, em seguida por peritos médicos e cientistas e, por fim, pelo colegiado de cardeais e bispos do Vaticano. Em todas as três etapas, o milagre atribuído a Irmã Dulce foi confirmado, por decisão unânime.

Burocracia religiosa
Para ser considerada beata, uma vasta documentação foi encaminhada ao Vaticano, que fez o reconhecimento jurídico sobre a veracidade do milagre atribuído a Irmã Dulce em junho de 2003. Em abril de 2009, a religiosa foi considerada venerável pela biografia. Isso, segundo a Igreja Católica, implica dizer que Irmã Dulce teve uma vida de santidade.

Ainda de acordo com a Osid, a abertura do processo de beatificação começou em 17 de janeiro de 2000. No ano seguinte foi anunciado o milagre e, em 2002, o processo foi levado para análise do Vaticano.


Papa condena aborto e pede a bispos do Brasil que orientem politicamente fiéis

SÃO PAULO - Em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos. "Quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum", disse.  

Falando a bispos do Maranhão, Bento XVI reconheceu que a participação de padres em polêmicas podem ser conturbadas. "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade", continuou. O pontífice se posicionou também sobre o ensino religioso nas escolas públicas e, relembrando a história do País com forte presença católica e o monumento do Cristo Redentor, no Rio, orientou os sacerdotes que encampem a luta pelos símbolos religiosos. "A presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia de seu respeito", concluiu.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Bento XVI:

"Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Nos nossos encontros, pude ouvir, de viva voz, alguns dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à. união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Fonte: O Estadão.com

Agora até o Papa dá palpite na eleição !

Só faltava ele! Pois ao abrir a capa (alguns preferem chamar de home page) do portal Estadão.com, a 72 horas das eleições presidenciais, tomo um susto ao ler a manchete: “Papa condena aborto e pede a bispos que orientem politicamente fíéis”.

Diz a nota que “em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o Papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos”.

Além de condenar o aborto, como se alguém pudesse ser a favor do aborto, embora muitos defendam a sua descriminilização, o papa também cobrou o ensino religoso nas escolas públicas e defendeu a luta pela manutenção dos símbolos religosos, citando o monumento do Cristo Redentor no Rio, como se eles estivessem ameaçados.

O Brasil é um Estado laico e mantem relações diplomáticas com o Estado do Vaticano. Com que direito Sua Santidade vem meter o bedelho em questões internas de um país às vésperas das eleições presidenciais? Já não basta o papel impróprio e deprimente  exercido por alguns dos seus bispos que, com esta falsa questão do aborto, transformaram seus altares em palanques contra uma candidatura e a favor de outra, distribuindo panfletos políticos em lugar de homilias?



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

OUTUBRO ROSA

 
AS MULHERES A PARTIR  DOS 40 ANOS NO SUS JÁ PODEM FAZER 
MAMOGRAFIA NO SUS.
 
É O QUE GARANTE  A LEI FEDERAL 11.664/2008,  QUE DETERMINA A REALIZAÇÃO GRATUITA DE EXAME MAMOGRÁFICO PARA TODAS


A FEMAMA, FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DE APOIO Á SAÚDE DA MAMA, lança a campanha  “AGORA É LEI”,  com o objetivo de gerar conhecimento do público feminino sobre a lei, que tem como missão contribuir para a redução de 48 mil casos e 10 mil mortes por ano no Brasil. O desconhecimento da importância do diagnóstico precoce da doença e seus hábitos de cuidado com a saúde da mama, ainda é muito grande em diversos centros urbanos do País. Infelizmente, segundo pesquisa encomendada pela FEMAMA ao DataFolha, um terço das mulheres nunca fez uma mamografia por falta de informação ou por indicação do próprio médico.

A Dra Maíra Caleffi, presidente da FEMAMA lembra que  o exame mamográfico é o mais eficiente na detecção precoce da doença, pois consegue identificá-a ainda em estágio inicial e quando as chances de cura ainda são de 95%. Mas ainda é preciso diminuir o tempo de espera entre a primeira consulta e o tratamento adequado, uma vez que se leva 188 dias, em média, no SUS, para que isto ocorra. O Câncer de Mama não escolhe classe social. É preciso esclarecer que a mulher deve cuidar plenamente de sua saúde, consumindo hábitos mais saudáveis na alimentação e praticando esporte, para evitar um cenário propenso à doença.

Converse com o médico e acesse femama.org.br e mulheresconsciente.com.br para se informar melhor.


Fonte: Femama

CHARGES

terça-feira, 26 de outubro de 2010

LIVROS INFANTIS GRATUITOS !


O banco Itaú está doando 8 milhões de livros infantis, basta fazer seu cadastro no link http://www.lerfazcrescer.com.br/#/home e um kit com quatro livros infantis será enviado para a sua casa em até 20 dias úteis. Trata-se de uma ação do Itaú criança para incentivar a leitura que teve início hoje, 11 de outubro. Verifiquem mais informações no site e não deixem de fazer o cadastro no link "peça seu kit".  
 
É muito fácil! basta entrar no site e preencher um pequeno cadastro com nome e endereço.
 
 

GRUPO LUZ DO MUNDO

A cada domingo uma revelação; a cada domingo uma descoberta; a cada domingo uma reflexão; a cada domingo renova-se a esperança de dias melhores...
 

O que será que vem por ai ainda destas cabecinhas iluminadas ?

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ...


A prefeita de Natal, Micarla de Sousa, declarou, na tarde de sexta-feira (22), apoio à candidatura da presidenciável Dilma Roussef (PT). 


"Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer... "
(Chico Buarque)


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bolinha de papel

O Brasil merecia mais, mas terá de optar entre o candidato da fita-crepe e a da bexiga d'água

Só tenho medo da falseta, mas adoro a Julieta, como adoro a Papai do Céu. Quero seu amor, minha santinha, mas só não quero que me faça de bolinha de papel. Tiro você do emprego, dou-lhe amor e sossego, vou ao banco e tiro tudo para você gastar. Posso, Julieta, lhe mostrar a caderneta se você duvidar...

O samba “Bolinha de papel”, composto pelo mineiro Geraldo Pereira e imortalizado por João Gilberto, bem que poderia ser a trilha sonora do enlace definitivo entre José Serra e Dilma Rousseff no dia 31 de outubro.

Na festa de Halloween, os dois fariam um favor ao País se renunciassem à disputa presidencial em nome de um sentimento maior: o amor que os une. Serra e Dilma são almas gêmeas, filhotinhos de 1964, que resistiram à ditadura e nos fizeram respirar novamente o ar da liberdade – sem eles, o que seria de nós, afinal? Depois do exílio e da luta armada, poderiam se sacrificar mais uma vez em nome da Nação, dando-nos uma liberdade ainda mais preciosa: a de não votar no meio de um feriadão que já prenuncia altas temperaturas – não apenas políticas, mas, sobretudo, meteorológicas.

O Brasil de hoje, visto de fora, vive um momento único. É o país dos 7,5% de crescimento, do pleno emprego e que está no topo da lista dos investidores internacionais. Visto de dentro, é o país da mesquinharia política, da podridão eleitoral, das pequenas trapaças, das grandes armações e do vale-tudo em nome do poder. Um país onde os eleitores, ainda obrigados a votar em pleno século XXI, terão de optar entre o candidato da bolinha de papel e da fita-crepe – comparado ao goleiro Rojas pelo presidente Lula, árbitro da nossa democracia – e a candidata que se esquivou de uma bexiga d’água, com agilidade felina. O que deve ter aprendido nos tempos em que jogava queimada no liceu de Belo Horizonte.

Assim como no samba de 1945, os dois candidatos também adoram a Papai do Céu. São neocristãos, neopentecostais, neomuçulmanos, neotudo. Também podem se dar ao luxo de não mais trabalhar. Juntos, devem ter arrecadado mais de R$ 300 milhões – e sempre existem as sobras de campanha, bem anotadas nas cadernetinhas dos tesoureiros. Onde poderiam passar a lua de mel? Por que não na própria Lua, onde a

Nasa, na semana passada, revelou a existência de grandes depósitos de água? O suficiente para abastecer futuras colônias humanas, onde Serra e Dilma, dois carolas criacionistas, poderiam brincar de Adão e Eva.
O Brasil merecia mais. Poderia ser o país da tolerância, da mobilidade social e do desenvolvimento sustentável, mas terá que votar por exclusão no dia 31. Não no melhor, mas no menos pior. Amassaram o meu país. Transformaram-no numa bolinha de papel.

Leonardo Attuch

PS: Depois de lida, esta página pode ser arrancada, amassada e atirada nos candidatos.

domingo, 24 de outubro de 2010

PARABÉNS ABC !!

O ABC FUTEBOL CLUBE segue o caminho do seu coirmão e consegue o acesso à série B do futebol brasileiro. Parabéns a todos os torcedores abcedistas !!



sábado, 23 de outubro de 2010

MAIS UM CAPÍTULO DA NOVELA IGREJA x ELEIÇÕES (Candidatos)

 


A “IstoÉ” que chegou aos leitores neste sábado traz uma boa reportagem sobre a guerra suja que se transformou a atual campanha presidencial. O texto é assinado pelos jornalistas Alan Rodrigues e Bruna Cavalcanti. Confiram trechos:

“Eu gostaria de chamar a atenção para este papel que estão distribuindo na igreja. Acusam a candidata do PT, em nome da Igreja. Não é verdade. Isso não é jeito de fazer política. A Igreja não está autorizando essas coisas. Isso não é postura de cristão”.

Cara a cara com José Serra e sua equipe de campanha, frei Francisco Gonçalves de Souza passou-lhes um pito. O religioso comandava a missa em homenagem a São Francisco, no sábado 16, em Canindé, no sertão cearense.

Meia hora após o início do culto, Serra tinha chegado à basílica, onde se espremiam cerca de 30 mil devotos, atraídos à cidade para uma tradicional romaria. O candidato tucano, acompanhado do senador Tasso Jereissati e de outros correligionários, estava em campanha. Em tese, aquele seria um palanque perfeito para alguém que, como Serra, tem peregrinado por templos religiosos se anunciando como um cristão fervoroso.

Enquanto ele assistia à missa, barulhentos cabos eleitorais distribuíam panfletos. Os papéis acusavam Dilma Rousseff de defender “terroristas”, o “aborto” e a “corrupção”. Frei Francisco resolveu reagir ao circo e, então, o que era para ser uma peça publicitária do PSDB transformou-se num enorme vexame.

Sob aplausos dos fiéis, o franciscano pediu que Serra e Jereissatti não atrapalhassem a cerimônia e que se retirassem, se não estavam ali para rezar. Jereissatti, descontrolado, passou a gritar que o padre era um petista e tentou subir no altar. As cenas gravadas pelas equipes de tevê de Serra jamais seriam usadas na campanha.

Para continuar lendo, clique aqui.

Fonte: Blog do Ailton

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Presidente da CNBB - Igreja não pode calar

Em meio ao grande espaço ocupado pelo debate religioso nestas eleições, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha (foto ao lado), afirmou nesta quinta-feira que não se pode silenciar a Igreja, o que chamou de "ditadura laica".

Para o presidente da entidade, a instituição deve defender critérios e valores como o de defesa da vida, sem, no entanto, orientar a votação em determinado partido ou candidato.
"Numa sociedade democrática, o que não se pode fazer é querer silenciar a Igreja como se ela não pudesse manifestar a sua posição", defendeu o presidente da CNBB.

Os temas aborto e religião ganharam destaque na reta final da campanha do primeiro turno, e líderes religiosos pregaram abertamente contra o voto nos candidatos do PT, especialmente por posições sobre o aborto.

Isso acabou gerando um debate sobre a influência das igrejas entre os fiéis e, ao mesmo tempo, levou a uma busca de aproximação por parte dos candidatos que concorrem à Presidência da República.
"A Igreja, com o peso e o volume que tem, quando fala, é acusada de estar se intrometendo num âmbito que não é da sua competência. Esse argumento é falso", disse a jornalistas.

Dom Geraldo Lyrio afirmou que, apesar de o Estado brasileiro ser laico, a sociedade é "profundamente religiosa", o que justificaria discutir não só temas econômicos ou administrativos, mas também temas caros à Igreja, como o aborto e a eutanásia.

Fonte: Site Cadaminuto

PARA OS INFLUENCIÁVEIS (Parte I )


QUEM VOTA EM JOSÉ SERRA !





PARA OS INFLUENCIÁVEIS... (parte II )

QUEM APOIA DILMA ROUSSEFF !


MEIOS CATÓLICOS DE COMUNICAÇÃO


"O uso dos meios de comunicação social para e evangelização comporta uma exigência a ser atendida: é que a mensagem evangélica, através deles, deverá chegar sim às multidões de homens; mas com a capacidade de penetrar na consciência de cada um dos homens, de se depositar nos corações de cada um deles, como se cada um fosse de fato o único, com tudo aquilo que tem de mais singular e pessoal, a atingir com tal mensagem e do qual obter para esta uma adesão, um compromisso realmente pessoal."

(PAULO VI, Evangelli Nuntiandi, 45, pp. 53-54)





quarta-feira, 20 de outubro de 2010





Felicidade é ter o que fazer, ter algo que amar, e algo que esperar. (Aristóteles)

Amigo é coisa pra se guardar...


O Grupo Luz do Mundo procura novos caminhos..."Tenta se salvar!"  Dar um novo sentido a sua caminhada é o esforço de todos os seus integrantes que se reunem a dois finais de semana seguidos. Deus se manifesta através do diálogo e da escuta. É o que estamos fazendo...

Um filho pergunta à mãe:
- Mãe, posso ir ao hospital ver meu amigo? Ele está doente!

- Claro, mas o que ele tem?
O filho, com a cabeça baixa, diz:
- Tumor no cérebro.

A mãe, furiosa, diz:
-E você quer ir lá para quê? Vê-lo morrer?

O filho lhe dá as costas e vai...
Horas depois ele volta vermelho de tanto chorar, dizendo:

- Ai mãe, foi tão horrível, ele morreu na minha frente!

A mãe, com raiva:

- E agora?! Tá feliz?! Valeu a pena ter visto aquela cena?!

Uma última lágrima cai de seus olhos e, acompanhado de um sorriso, ele diz:

- Muito, pois cheguei a tempo de vê-lo sorrir e dizer:

'- EU TINHA CERTEZA QUE VOCÊ VINHA!'


Moral da história: A amizade não se resume só em horas boas,alegria e festa. Amigo é para todas as horas, boas ou ruins,tristes ou alegres.

CONSERVEM COM SEUS AMIGOS(a)! PERDOE AS DESAVENSAS QUANDO HOUVER; SEJA FELIZ AO LADO DELES PORQUE O VALOR QUE ELES TÊM NÃO TEM PREÇO... 


Por
Milena (Equipe de Catequese)




Crítica de Ariano Suassuna sobre o forró atual (mudando um pouco de assunto...)

'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. 

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na plateia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Os mineiros e a mineração chilena

Como todo mundo, acompanhei, emocionada, o resgate dos mineiros da mina São José. Depois de quase 70 dias enterrados, vivendo nas entranhas da Pachamama, eles voltaram à vida, numa operação de resgate inédita, a qual não faltaram a coragem, a ousadia, a solidariedade, a cooperação. As cenas que se sucediam, a cada homem que vinha à luz, eram de profunda mística. As famílias, principais responsáveis por aquele milagre, esperavam, com o rosto transfigurado de alegria, a chegada dos seus. E eles saiam da cápsula, com a aura de quem havia caminhado no escuro do mundo inferior e voltado para contar. Isso não é pouca coisa para o universo cultural das gentes do Atacama. Afinal, no mundo dos Likan Antay, tal como se autodenominam os originários da região do deserto chileno, o mundo inferior é morada dos mortos. Na Bolívia, os Aymara respeitam tanto esse mundo subterrâneo que não há uma mina que não tenha a figura do "tio", espécie de entidade mágica que faz a ligação entre o mundo de baixo e o de cima. Levar oferendas ao "tio" é imprescindível para que as gentes possam transitar no mundo inferior e voltar. Assim, aqueles homens que viveram a angustiosa espera de quase 70 dias no território da morte, certamente haverão de mudar suas vidas para sempre. Isso é altamente perturbador. 

Quem via aqueles homens saindo da cápsula, poderia pensar que aquela gente é quase mineral, talhada em cobre, prata e ouro. As caras angulosas, os narizes esculpidos, tornam os mineiros chilenos uma espécie de escultura forjada na riqueza que produzem dia após dia, cavoucando as entranhas da Mãe Terra. Mas, a história daqueles homens, perdidos no deserto mais seco do mundo, não foi sempre assim. Antes da chega dos espanhóis e da invasão de seus mundos, o minério que hoje é responsável pela vida e pela morte, não era usado para gerar riqueza. Ninguém feria a Pachamama para dela arrancar o lucro. Apenas o que brotava do chão era colhido para se transformar em adorno ou objeto de cerimônia. Foram os homens brancos que trouxeram a febre do ouro, e com ela a destruição, que perdura até hoje.

Apesar de ser um dos lugares mais secos do mundo, premido entre os Andes e o mar, o deserto tem seus espaços de vida nas chamadas quebradas, espécie de oásis, com pequenos riachos, onde se concentram as cidades. Ali vivem os atacamenhos desde há milênios. Há registros de que há 11 mil anos já era povoada a quebrada de San Lorenzo, assim como há 1.500 anos já se configuravam verdadeiras comunidades sedentárias, como o povo de Tulor, do qual se pode ver as ruínas das construções e o modo de vida. Essa era uma gente que viva no deserto em harmonia com as forças da natureza. Inscrições nas rochas dão conta de que eles realizavam longas jornadas comerciais, ligando-se inclusive ao povo de Tiahuanaco, na Bolívia e ao povo inca, no Peru. Sob a sombra do sagrado Licancabur (um vulcão) eles faziam cerimônias, davam pago a terra e viviam em paz.

Elaine Tavares - Jornalista


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CURSOS ONLINE GRATUITOS

O  Ministério do Turismo está oferecendo 20 cursos na área de turismo, todos on line e gratuitos, para gerar empregos na copa de 2014. Quem se interessar aí vai o link abaixo.

 

A VIÚVA MACHADO: A LENDA DA PAPA-FIGO

ULINDA Lucina Machado morava estranhamente no porão duma casa antiga que ficava na Cidade Alta, em Natal. Lucina era mulher muito rica, dona de muitas terras que herdara de seus pais; mas era muito esquisita que ficou conhecida como “A Viúva Machado” por quase toda cidade. Até se transformou em lenda.

Contava-se que A Viúva Machado tinha as orelhas enormes e pelo tamanho delas teria vida longa. Na época, já ultrapassava os cem anos de vida. Porém, sua sina de rica coitada era viver isolada do mundo e das pessoas, exceto de Dona Marileon, sua criada e única companhia de todas as horas.    
 
A Viúva Machado sofrera uma grande decepção na sua vida quando ainda era muito jovem e bonita. Como assim contava Dona Marileon, uma negra que teria sido escrava naquele século de horror, era muito velha mas nunca revelou a sua idade para ninguém. Nem a família sabia do seu registro de nascimento. Sabe-se, portanto, que tinha cara de centenária e orelhas grandes como as da Viúva Machado, a quem ela prestava serviço há sete, talvez há oito décadas ou mais. Não se sabe ao certo quantas. Sabe-se portanto, que ela era tão velha quanto sua “horripilante” patroa.

Dona Marileon morava no povarejo do Galo, às margens da linha férrea Natal/Macau, acompanhada de seu filho Adud, pescador muito respeitado. Apesar da idade avançada de corcunda envergada feito pau de galão d’água, dona Marileon nunca deixou de trabalhar de enxada limpando o terreiro de casa, onde a cada quinze dias a erva daninha, insistentemente, num ervanço cruel invadindo todo  quintal. Com a cabeça quase a tocar nos pés não tinha dificuldades de ir, com as próprias mãos, afastando e juntando os montes de matos aparados com uma parcimônia taciturna de senil. Eis que seu ofício era parte da sua existência. Um estímulo de vida. O trabalho árduo e cruel num sol escaldante da manhã. Um gesticular taciturno de quem está sempre a conversar com Deus, entendido pelos mais novos geralmente como caduquice ou coisa de velho. Que nada! Sapiência própria de senil na filosofia do antes consigo mesma do que mal acompanhada, a exercitar o “conhece-te a ti mesmo”, socrático. Sempre a monologar, interiormente, como numa reza lenta e demorada de terço de maio.

M. C. Garcia 

Religiosos rejeitam debate político dentro das igrejas

O arcebispo de Natal, dom Matias Patrício, afirmou não ser permitido que padres façam menção a candidatos e partidos durante a missa e que nenhum vigário tem o poder de falar pela Igreja Católica a respeito de política. “A Igreja não tem partido”, diz, ecoando cartilha distribuída pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). Contudo, o tema “eleições” não é proibido dentro das igrejas. “O padre pode e deve orientar o eleitor no sentido de votar com consciência e participar do processo, mas nunca partidarizando o sermão. Essa não é a função dele”, diz dom Matias. Casos de padres “fazendo campanha” fora da igreja precisam ser analisados “caso a caso”.

Entrevista retirada de reportagem da Tribuna do Norte de domingo (17/10/2010). Leia na íntegra aqui.

RELIGIÃO E IGREJA

Só a Igreja Católica Apostólica Romana deve ser imparcial nestas eleições? Não! Os nossos irmãos evangélicos, nas suas inúmeras denominações, deveriam também cumprirem o seu papel de evangelizadores, orientadores e porta-vozes dos valores da honestidade, ética e moral na política. Mas quando uma igreja declara voto, instiga os seus fiéis a apoiarem um partido, ela se compromete de maneira tão umbilical que corre o sério perigo da falta de credibilidade e de ilações, tais como: Será que aquele "líder espiritual" tem outros interesses!?

Circula na internet o depoimento do famoso pastor midiático pentecostal SILAS MALAFAIA, cabo eleitoral do candidato José Serra.  Famoso por sua eloquencia e estilo de pregação barulhenta, mas de carisma sem igual, é um fenômeno de pastor televisivo que arrebanha massas. No entanto, suas posições políticas ambíguas, de preferências partidárias que mudam num estalar de dedos (Ele já foi Garotinho, pulou para Lula, até pouco tempo era Marina e agora apoia Serra...) é um exemplo do perigo de um Pastor ou Padre assumir determinadas posições...

Quem faz isso se expõe de tal maneira que também vira alvo dos ataques... Não se enganem Católicos, esta eleição também divide os evangélicos...


 

Pastor Silas Malafaia declara apoio a José Serra



As ofensas entre Malafaia e Caio Fábio, que declarou apoio a Marina Silva, ganham forças após a declaração de voto a José Serra, PSDB, pelo Pastor Silas Malafaia. Infelizmente tal declaração reacende uma rivalidade entre os Pastores que ganham espaço na internet.



VIROU CASO DE POLÍCIA !

O que se passa, meu Deus, nesta eleição... Como a nossa Igreja sairá deste pleito depois de tanta confusão? A cada semana os nossos Bispos e Padres se complicam no seu afã de tomar partido na corrida presidencial.

Mais um triste capítulo deste filme de terror, que tem como personagem principal a Igreja Católica no Brasil, ocorreu neste domingo em São Paulo. Só faltava isso acontecer ! A CNBB ( Regional Sul 1) virou caso de polícia, acusada de crime eleitoral ! Vejam o papelão que estão fazendo, tudo patrocinado por quem (Bispos) deveria ter zelo pela ética, moral e credibilidade de nossa Igreja.

Polícia Federal apreende folhetos anti-Dilma encontrados em gráfica

Material ficará retido até determinação judicial. PT entrou com ações no TSE .

 

Panfleto contra Dilma

A Polícia Federal apreendeu neste domingo (17) panfletos encontrados em uma gráfica de São Paulo com uma mensagem contrária ao PT e à candidata do partido à Presidência da República, Dilma Rousseff.

A entidade cumpriu uma determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O material ficará retido até que haja uma nova orientação judicial.

A PF foi até a gráfica no início da manhã de hoje, e os trabalhos duraram cerca de seis horas. Um relatório será encaminhado ao TSE.

Os panfletos foram encontrados ontem por militantes do PT em uma gráfica no bairro do Cambuci, zona sul de São Paulo. Havia no local um milhão de exemplares do material, que leva as assinaturas de três bispos de um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

O texto, intitulado “apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, pede aos católicos que deem seus votos somente a candidatos ou candidatas e partidos que sejam contrários à descriminalização do aborto. 

Os bispos que o assinam são d. Nelson Westrupp, d. Benedito Beni dos Santos e d. Airton José dos Santos. Os três pertencem à Regional Sul 1 da CNBB, que reúne as dioceses do Estado de São Paulo.

Em nota, a Regional Sul 1 da CNBB, que promovia um encontro no interior de São Paulo, garantiu que não indica nem veta candidatos ou partidos e respeita a decisão livre e autônoma de cada eleitor. Além disso, afirmou que “não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos”.

Ontem, o pai do dono do gráfica, Paulo Ogawa, revelou que a encomenda dos panfletos partiu da Diocese de Guarulhos. O bispo da cidade, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, já apareceu em um vídeo pedindo aos fiéis que não votassem em candidatos e partidos que “apoiam abertamente a liberação do aborto”.

Segundo Ogawa, originalmente, a Diocese de Guarulhos pediu a impressão de 18 milhões de panfletos. A gráfica, porém, recusou a solicitação argumentando que não teria capacidade para dar conta da encomenda.

A primeira entrega do material ocorreu no dia 15 de setembro, ainda antes do primeiro turno da eleição, ocorrido no dia 3 de outubro. Naquela leva, 1,1 milhão de folhetos deixou a gráfica. No dia 13 deste mês, outro pedido foi feito: de mais 1 milhão de exemplares.

Os advogados da campanha de Dilma entraram com duas representações junto ao TSE. Os petistas alegam que o material configura propaganda eleitoral. Além disso, chamam a atenção para o fato de que os panfletos foram encomendados e pagos por uma entidade religiosa.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

IGREJA E ELEIÇÃO


Como católico estou "muito angustiado..." Acompanho eleições presidenciais desde 1989, não votava, mas recordo-me muito bem daquela disputa. De lá pra cá foram outras tantas eleições sempre muita acirradas, mas não me lembro de nada parecido com o que ocorre neste pleito, quanto a participação da nossa Igreja (Católica Apostólica Romana).

Mais do que nunca, acho que a participação da Igreja deve ser de orientar, promover a reflexão, defender os valores da vida e a propagação de uma política libertadora, geradora de dignidade às pessoas. Ultrapassar este liame é provocar descontentamentos, litígios e divisões... A Igreja deve tomar partido, mas nunca ser um partido político!

Não sei quem ganhará esta eleição... Seja feita a vontade do povo ! Que esta vontade não seja viciada é o que rezo a Deus. Uma coisa, no entanto, tenho certeza: A nossa Igreja; os seus cabeças (Bispos) foram derrotados. É clara a divisão estabelecida... Bispos, Padres,  Pastorais e Movimentos se confrontam e não se entendem nestas eleições...

Reproduzimos nas publicações abaixo, cenas desta confusão que foi transformar uma eleição numa cruzada religiosa que deixa qualquer fiel, no mínimo, desorientado...


Luiz Teixeira


“A gente não quer um presidente mentiroso”, diz padre Murilo

Pároco de Parnamirim acusa Serra de caluniar Dilma Rousseff e contesta grupos religiosos que utilizam espaço litúrgico para fazer campanha eleitoral.

Pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Parnamirim, Antônio Murilo de Paiva declarou que a campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, caluniou Dilma Rousseff (PT), candidata à sucessão do presidente Lula (PT), ao afirmar que a petista é favorável ao aborto e ao casamento gay.

“Essas declarações da campanha de Serra são fundamentadas na mentira. A gente não quer um presidente mentiroso. Foi a mentira e a calúnia que levaram ao segundo turno”, disse Murilo, que foi um dos padres a assinar o manifesto em favor “da vida e da vida em abundância”, divulgado nesta sexta-feira (15).

Aborto
O padre Murilo explica que é contrário ao aborto, mas defende que as mulheres que abortam sejam assistidas. “Vamos deixar morrer? Isso tem que ser regulamentado no Brasil e é isso que Dilma propõe. Por conta disso, Serra diz que ela é a favor do aborto”, disse.

O religioso recordou que foi Serra que, enquanto ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso, assinou a legislação que instituiu no Sistema Único de Saúde (SUS) as normas técnicas para o aborto em caso de violência sexual. “Agora Serra acusa Dilma. É usar o aborto para tirar vantagem eleitoral”, disparou.

Casamento gay
Padre Murilo disse que Dilma não declarou que era a favor do casamento gay. “O que ela disse é que devemos respeitar a orientação sexual”, explicou, emendando que a campanha de Serra teve uma interpretação errônea.

Campanha nas Igrejas
O religioso condenou o uso do espaço litúrgico, por parte de alguns grupos religiosos, para fazer campanha política. “Faço isso fora da Igreja”, frisou, acrescentando que tanto na Igreja Católica quanto em outras Igrejas houve propaganda eleitoral irregular.

“Na Igreja você pode trabalhar a consciência política, comparar modelos de governar, mas não pode pedir votos. E houve esse pedido de voto explícito, inclusive com distribuição de panfleto. Isso é crime eleitoral”, advertiu o padre.

Fonte: Nominuto.com

''A credibilidade da CNBB está sendo colocada em xeque''

“A credibilidade da CNBB está sendo colocada em xeque”, alerta Dom Luiz Demétrio Valentini, bispo da Diocese de Jales-SP, ao comentar o episódio de que a instituição teria aconselhado os católicos a não votarem na candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff. Em entrevista concedida, por telefone, à IHU On-Line, Dom Valentini esclarece que em torno do assunto “existe uma falácia que precisar ser desmontada”.

Para ele, o nome da CNNB foi invocado com posições “que não são dela (...) foi feito um estratagema para vincular opiniões pessoais de alguns bispos à imagem da CNBB”. Ele explica: “O equívoco maior se deu no Regional Sul I da CNBB: a presidência recomendou que todos lessem e, levassem em consideração, uma manifestação de duas comissões diocesanas, onde se manifestava, claramente, posições preconceituosas contra Dilma e o PT. A solicitação de que esse documento deveria ser levado em conta, comprometeu o posicionamento do Regional. Com isso, se criou a ambiguidade e o equivoco de que todo o Regional estava de acordo com esse posicionamento, o que não é verdade”.

A segunda falácia, aponta, é ainda mais difícil de ser compreendida. “O fato de lançar a condição de abortistas a todos aqueles que propõem políticas sociais que levem em conta a situação do aborto para melhorar a legislação e as providências para favorecer a vida e evitar situações de aborto”.
Na avaliação dele, instituição que “sempre marcou presença na realidade brasileira”, a CNBB deve se pronunciar diante deste fato, “esclarecendo que ela não tem posição partidária, não tem restrições a nenhum dos dois candidatos”.

Licenciado em Letras pela Faculdade de Palmas, no Paraná, Dom Valentini  fez o curso de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e foi ordenado presbítero em 1965. Foi professor no Centro Universitário de Erexim e na Universidade de Passo Fundo.  Durante muitos anos foi pároco na diocese de Erexim, RS quando foi nomeado bispo de Jales, SP, em 1982. Durantes muitos anos foi responsável pelo Setor Pastoral Social da CNBB, período no qual se realizaram as Semanas Sociais Brasileiras. Atualmente é também presidente da Cáritas Brasileira.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – No primeiro turno, alguns bispos aconselharam a sociedade a não votar na candidata do PT, Dilma Rousseff. Qual a postura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB nessa questão?
 
Luiz Demétrio Valentini – Esse é um assunto sério e merece muita atenção. Penso que a credibilidade da CNBB está sendo colocada em xeque. A CNBB, tradicionalmente, sempre marcou presença na realidade brasileira como uma entidade responsável que colaborou para a implantação da democracia no Brasil, ciente, claramente, da sua responsabilidade própria. Agora, corre o risco de ser mal interpretada por equívocos acontecidos por manobras em andamento. Existe uma espécie de falácia que precisa ser desmontada e esclarecida. Essa falácia consiste, em primeiro lugar, em invocar o nome da CNBB sobre posições que não são dela. Foram impressos milhares de folhetos com a mensagem: “CNBB proíbe católicos de votarem em Dilma, do PT”. Isso não é verdade. Foi feito um estratagema para vincular opiniões pessoais de alguns bispos à imagem da CNBB. O equívoco maior se deu no Regional Sul I da CNBB: a presidência recomendou que todos lessem e levassem em consideração uma manifestação de duas comissões diocesanas, onde se manifestava, claramente, posições preconceituosas contra Dilma e o PT. A solicitação de que esse documento deveria ser levado em conta comprometeu o posicionamento do Regional. Com isso, se criou a ambiguidade e o equivoco de que todo o Regional estava de acordo com esse posicionamento, o que não é verdade. Isso influenciou o resultado das eleições.

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos(as) e católicas(os)

"Se nos calarmos, até as pedras gritarão!"

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da Vida em Abundância!

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como "contrárias à moral".
A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: "se nos calarmos, até as pedras gritarão!" (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

Não assine carta nenhuma, Dilma!

Que petulância, que falta de noção, que desrespeito! Quem pensam que são estas “lideranças de igrejas evangélicas” para exigir da candidata Dilma Roussef que assine uma “carta à nação” em troca do apóio eleitoral dos seus fiéis?

Os autoproclamados enviados de Deus querem que ela se comprometa, caso seja eleita, a vetar a união homossexual e a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, na mesma linha da onda que já vêm fazendo em torno da descriminização do aborto.

Trata-se, antes de tudo, de um desrespeito ao Congresso Nacional, que é quem deve discutir e deliberar sobre estes temas. Custo a acreditar no que leio publicado no jornal, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Já pensaram se cada seita ou tribo, torcida de futebol ou escola de samba, sindicato patronal ou de empregados, clube da terceira idade ou associação de creches, qualquer instituição ou entidade se julgar agora no direito de exigir dos candidatos uma “carta à nação” em defesa dos seus interesses?

Os setores mais conservadores da igreja católica ainda não chegaram a tanto, mas seus bispos e padres estão agindo exatamente como os pastores dos dízimos, transformando seus altares em palanques e distribuindo panfletos inspirados na TFP (Tradição, Família e Propriedade), o decadente braço religoso da extrema-direta brasileira, que já colocou a cabecinha de fora.

Claro que a oposição está gostando da brincadeira. Seus líderes mais afoitos estão achando que descobriram de repente um tesouro de votos, beijando terços por onde passam, tomando bençãos e mastigando hóstias, como se estivéssemos numa campanha para a sucessão de Bento 16 e não para eleger o presidente do Brasil.

Daqui a pouco, só está faltando mesmo convocar mais uma “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade”, como os mesmos entes religiosos e os mesmos orgãos de imprensa fizeram em 1964, e levaram o Brasil para o fundo do buraco de vinte anos de ditadura militar.  
Já deve ter gente se preparando para recolher o “ouro para o bem do Brasil”, que fez a fortuna de alguns malacos naquela época. Levaram até a aliança de ouro da minha avó, coitada, que tinha medo da “invasão comunista”.

Como sabem os leitores do Balaio, ao contrário de muitos dos meus colegas blogueiros e colunistas, não sou de dar conselhos a candidatos que devem entender de política e de eleições um pouco mais do que eu.  Como qualquer cidadão brasileiro, no entanto, preocupado com o que anda acontecendo neste inacreditável segundo turno, apenas peço encarecidamente a Dilma Rousseff que não assine carta nenhuma.

Não vale a pena querer ganhar eleição a qualquer preço. A conta a ser paga, depois, é alta demais.

Ricardo Kotscho - Blog Balaio do Kotscho

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

MOMENTO HISTÓRICO !


De um buraco surge a vida; e do pranto de uma criança a felicidade do mundo!
(Neste exato momento é resgatado o primeiro mineiro em mina no Chile - Florencio Avalos, 31 anos)








terça-feira, 12 de outubro de 2010

ASPAS



Nem sempre as frases mais bonitas, são aquelas que dizem a verdade.
(Talles Ferreira)

NINGUÉM ENTENDE MAIS NADA...

Não há dúvida que o clero brasileiro não ajuda o povo, tampouco, os seus fiéis nesta eleição. Primeiro um Bispo enfurecido orienta as suas ovelhas ao não votar no partido "vermelho" em "defesa da vida"; surge então uma nota da CNBB e ressalta a imparcialidade da Igreja; depois um padre midiático, em sua homília, fala de suas preferências e condena um partido; uma nota da famosa comunidade puxa-lhe as orelhas e diz não ter preferências; nesta esteira, a CNBB publica uma outra nota e reafirma que não indica nenhum candidato, e recorda que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão.

Hoje, em Aparecida/SP, um panfleto atribuído à Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) foi distribuído nas entradas da Basílica. O documento, intitulado "Votar bem", prega o voto em quem não defende o aborto e critica o PT. Afinal de contas, Madre Igreja, em quem votaremos ?







Eleição, aborto e a infantilização da religião

Por que bispos, padres e grupo religiosos que sempre defenderam a separação radical entre a religião e política, que sempre criticaram a discussão política no âmbito da Igreja ou até mesmo a relação "fé e política", estão fazendo, até mesmo nas missas, campanha aberta contra Dilma?

Uma primeira resposta poderia ser: hipocrisia. Respostas moralistas podem satisfazer o "juiz moralista" que todos nós carregamos no mais profundo do nosso ser, mas não são boas para nos ajudar a entender o que está acontecendo.

Esta campanha contra a candidatura da Dilma, e com isso o apoio explícito ou implícito à candidatura do Serra, está sendo feita de várias formas, mas com um elemento comum: os católicos e os "crentes" não devem votar nela porque ela seria a favor do aborto e, por isso, contra a vida. Alguns agregam também a acusação de que, se ela for eleita, as TVs católicas e evangélicas seriam proibidas de veicular os programas religiosos ou obrigadas a diminuir o seu tempo de duração. É a velha acusação de que "comunistas" são contra a religião.

Essas duas acusações são expressas e justificadas através de lógicas religiosas, e não a partir da "racionalidade leiga" que deve caracterizar a discussão sobre a política hoje. Esses grupos não admitem a distinção entre a religião e a política, ou melhor, não admitem a "autonomia relativa" do campo político e de outros campos -como o econômico- que se emanciparam da esfera religiosa no mundo moderno. Por isso, eram e são contra "fé e política" ou o debate sobre a política no campo religioso, pois esses debates são feitos normalmente a partir do princípio da autonomia relativa da política. Isto é, a discussão sobre questões políticas são feitas com argumentos de racionalidade sócio-política e não submetidos ao discurso meramente religioso.

Para esses grupos (é preciso reconhecer que ocorre também em outros grupos político-religiosos), os valores religiosos (do seu grupo) devem ser aplicados diretamente a todos os campos da vida pessoal e social. E, em casos graves como aborto, ser impostos sobre toda a sociedade através das leis do Estado. Nesses casos, não seria misturar a religião com a política, mas seria a "defesa" dos mandamentos e valores religiosos; ou colocar a política a serviço dos valores religiosos (nessa discussão apresentados como "a serviço da vida"). Pois, nada estaria acima dos "mandamentos de Deus". Desta forma não se reconhece a autonomia relativa do campo político, a dificuldade de se passar do princípio ético abstrato (do tipo "defenda a vida") para as políticas sociais concretas, e muito menos se aceita a pluralidade de religiões com valores diversos e propostas de ação divergentes e conflitantes.

Esta é a razão pela qual esses grupos não entendem e nem aceitam a resposta dada por Dilma de que ela, pessoalmente, é contra o aborto, mas que ela vai tratar esse tema como um problema de saúde pública. Para ouvidos daqueles que crêem que não há ou não deve haver separação entre a saúde pública (o campo da política social) e a opção religiosa pessoal do governante, a resposta da Dilma soa como eu não sou contra o aborto, que logo é traduzido na sua mente como "eu sou a favor do aborto".

E se ela é a favor do aborto, ela é contra a vida e, portanto, ela é do "mal". Enquanto que, por oposição, o outro candidato seria do "bem".

Reduzir toda a complexidade da "defesa da vida" -a que um/a presidente deve estar comprometido/a- à manutenção da criminalização do aborto (que é o que está discutido de fato neste debate sobre ser a favor ou contra o aborto) é uma simplificação mais do que exagerada. Simplificação que deixa fora do debate, por ex., toda a discussão sobre políticas econômicas e sociais que afetam a vida e a morte de milhões de pessoas. Mas é compreensível quando os cristãos têm muita dificuldade em perceber quais são os caminhos concretos e possíveis para viver a sua fé na sociedade, perceber em que a sua fé pode fazer diferença na vida social. Diante de tanta complexidade, a tentação mais fácil é simplificar o máximo para separar "os do bem" de "os do mal".

Essa simplificação me lembra a pergunta que os meus filhos, quando muito pequenos, me faziam ao assistir um filme: "pai, ele é do bem?" Se sim, eles torciam por aquele que "é do bem" contra o "do mal". Essa necessidade de separar os do bem e os do mal faz parte da condição mais primária do ser humano. O problema é que reduzir toda a complexidade da luta em favor da vida ao tema de ser favor ou contra a manutenção da criminalização do aborto é infantilizar a discussão política e, o que é pior, é infantilizar a própria religião que professa.



Jung Mo Sung
Autor, em co-autoria com Hugo Assmann, de "Deus em nós: o reinado que acontece na luta em favor dos pobres" 
Coord. Pós-Graduação em Ciências da Religião, Universidade Metodista de São Paulo